COMO FALAR AOS NOSSOS FILHOS
SOBRE A REFORMA LUTERANA?
- Protestante não é sinônimo
de cristão. Muitos batem no peito dizendo-se protestantes. Presidiários que se
rebelam exigindo melhores condições de vida no presídio também são
protestantes.
- O mundo está repleto de
protestantes que, em atos públicos reivindicam soluções para os seus problemas.
Martinho Lutero foi considerado protestante pelo clero, por se rebelar contra a
Igreja Católica Apostólica Romana, mas não era seguidor de Jesus Cristo.
- A Igreja de Jesus Cristo,
conhecida como Igreja Primitiva, foi uma igreja perfeita, completa, sem
questionamento e sem espaço para reformas, principalmente as humanas. Era uma
Igreja formada por homens consagrados e que procuravam fazer a vontade de Deus,
seguindo os seus ensinamentos.
- A Igreja primitiva era uma
Igreja bíblica, integrada por pessoas convertidas pelo Espírito Santo, o que a
transformou num símbolo de integridade espiritual. Sua história, sem muito
exagero, está em Atos dos Apóstolos, capítulo 2 a partir do versículo 42 até o
47 (como viviam os convertidos).
- Olhando pelo lado real dos
fatos, a Igreja de Jesus Cristo, que já nasceu reformada, tem como base as
Escrituras Sagradas, escritas por homens inspirados por Deus. Ela não pode ser
reformada por homens que se divergem em seus pensamentos e em suas
interpretações.
- As Escrituras Sagradas
foram escritas muito antes do lançamento do primeiro livro de história escrito
pelo homem, segundo os seus interesses comerciais. Aas Escrituras Sagradas não
foram escritas em função da vontade do homem, mas para contar as maravilhas
Divinas e mostrar o caminho certo a ser seguido pelos cristãos.
AS RAZÕES POLÍTICAS E SOCIAIS DA REFORMA
LUTERANA
- Nossa história começa com
o impacto causado pelas transformações sociais contra a Igreja Católica
Apostólica Romana durante o século XVI.
- As primeiras reações:
Erasmo de Roterdam criticava veementemente a Igreja Católica pela falta de
humildade e pobreza, sempre valorizando o luxo, a riqueza, o prazer e a
ociosidade.
- Erasmo de Roterdam, em
suas críticas sempre apontava como exemplo a Igreja cristã primitiva, para ele
um exemplo de simplicidade, piedade e amor ao próximo.
- Na verdade, a Igreja
Católica acumulava riquezas materiais, como artigos de luxo, obras de arte e a
terra. Ela era uma das maiores proprietárias de terra. Os nobres queriam se apropriar
dessas terras.
- A Igreja Católica cobrava
indulgências e as pessoas pagavam um preço alto para terem direito a um lugar
no Paraiso, conforme ensinamento do clero romano.
- A Igreja Católica garantia
que se um cristão tivesse mantido relações incestuosas e pagasse as
indulgências papais, o papa perdoava os seus pecados e que Deus devia fazer o
mesmo. Pagando as indulgências, o pecador ia direto para o céu.
- Havia uma insatisfação por
parte do Império Romano, enfraquecido pelos impostos enviados pela Igreja para
Roma. Esta ação da Igreja deixava o
Império enfraquecido economicamente.
- Por outro lado, ainda
envolvendo a política econômica, a burguesia alemã via a Igreja como um sério obstáculo
a suas atividades, comparada à burguesia da Inglaterra e da França. A
insatisfação crescia cada vez mais.
- Por ser a maior
proprietária de terras da Alemanha, a Igreja era veementemente combatida pela
nobreza feudal alemã.
- Por outro lado, os rumos
tomados pela Igreja, com os impostos bastante pesados, também revoltaram os
camponeses, que viviam duras jornadas de trabalho.
- A situação se agravava e a
Igreja Católica passou a ser alvo de críticas de todas as classes sociais. Não
se tratava de problemas religiosos, mas sócio-econômico.
LUTERO X
IGREJA CATÓLICA
- O monge agostiniano
Martinho Lutero, integrante do clero romano (não fazia parte da Igreja de
Cristo), era um protegido pelo príncipe Frederico, um dos insatisfeitos com a
Igreja.
- Ao conhecer as ideias de
alguns humanistas como Erasmo de Roterdam, e os escritos de Santo Agostinho e
São Paulo, Lutero despertou para outra realidade.
- Lutero chega à conclusão
de que de nada valiam os jejuns, as peregrinações e as boas ações em favor da
Igreja ou a ajuda aos padres e santos para conseguir a graça Divina. Só a fé
salvaria o homem.
- A descrença de Lutero na
Igreja Católica aumentou em 1517, quando o papa mandou um padre arrecadar
dinheiro na Alemanha com a venda de indulgências.
- Voltando sua atenção para
as Escrituras Sagradas, Martinho Lutero, que não tinha qualquer ligação com a
Igreja de Cristo, afixou na porta da Catedral onde era pregador, 95 proposições
contra o papado.
- Não foram poucas as
tentativas do clero romano para remover do monge agostiniano essa ideia
rebelde.
- Sem êxito, o clero romano
taxou Lutero de protestante (pelos seus protestos e não por ser crente), e ele
passou a ser perseguido pela Igreja. Por isso, ele recebeu uma maior proteção
do príncipe da Saxônia.
- Foii justamente no período
em que se refugiou no Castelo do príncipe, que Lutero formulou as ideias
básicas que originaram na Reforma. É bom lembrar que essa reforma seria na
Igreja à qual ele pertencia e não na Igreja de Cristo.
- A nobreza alemã ficou bastante
satisfeita quando Martinho Lutero condenou a Igreja Católica. Isso lhe daria
uma justificativa para tomar as terras do clero.
- Uma luta entre os nobres
ligados à Igreja e os bandos armados que investiam contra as terras do clero,
se estendeu de 1522 a 1523.
- Tomás Munzer, que pregava
a reforma agrária, a igualdade social, liderou uma violenta rebelião, que
varreu o Império.
- Diante disso, Martinho
Lutero propôs aos nobres protestantes (não se tratava de crentes) e católicos
uma reunião para esmagar o inimigo comum, no caso os camponeses.
- O movimento de Lutero
contra a Igreja Católica passou a receber outros adeptos, entre eles, João
Calvino, cuja doutrina era a preocupação com o trabalho, acumulando riquezas e
não gastá-las.
- Em Paris, católicos franceses
passaram a perseguir os simpatizantes das ideias de Lutero. Por isso, Calvino, sendo um deles, fugiu para Genebra, na Suíça.
- Seguindo as ideias de
Lutero, Calvino passou a receber a adesão de parte da nobreza francesa, que
lutava contra o poder centralizador do rei, que era católico.
- Na Inglaterra, Henrique
VIII, pretendia continuar a política centralizadora do pai, Henrique VII, mas
foi combatido por parte de um setor da nobreza, principalmente da Igreja
Católica.
- Henrique VIII não
simpatizava o movimento luterano. Em 1533, ele pediu ao papa a anulação do seu
casamento. Com o pedido recusado, ele rompeu com a Igreja Católica.
- Um ano depois, em 1534, o
Parlamento inglês aprova o Ato de Supremacia, mantendo a Igreja sob autoridade
real. Surge, então, a Igreja Nacional, ou Anglicana, independente de Roma.
- Assim, todas as
propriedades da Igreja Católica passaram para o Estado ou para as famílias nobres apoiadoras do rei. Com
isso aumenta a força econômica dos nobres.
- Vale salientar que a
Igreja Anglicana era idêntica à Igreja Católica. A única diferença era o não
reconhecimento a autoridade do papa.
- Ela era diferente da
Igrejaa Luterana, criada pelos adeptos de Lutero, que aboliu praticamente todos
os títulos da Igreja Católica. Os luteranos eram chamados de protestantes,
herança do título dado pelo clero a Lutero.
- Por não reconhecerem a
autoridade papal, católicos anglicanos e protestantes (seguidores de Lutero)
passaram a ser perseguidos pelo rei.
ENFRAQUECIMENTO DA
IGREJA CATÓLICA
- Em 1558 a rainha Isabel I
oficializa o anglicanismo inglês. Sem o apoio da rainha, a Igreja Católica
enfraquece e reage com a implantação da Contra Reforma.
- Grande parte da Alemanha
se converte ao luteranismo, colocando em xeque a autoridade do catolicismo na
França, na Holanda e na Boêmia, depois Tchecoslováquia.
- Surge, então, a chamada
Santa Inquisição, uma espécie de tribunal criado pela Igreja Católica para
julgar quem difundisse novas ideias religiosas, ou seja, o protestantismo
luterano.
- Além desse “tribunal”,
também chamado de Tribunal do Santo Ofício, a Igreja Católica criou o Index Librorum
Proibitorum, uma lista de livros proibidos para um católico romano.
- Em 1545, realiza-se o
Concílio de Trento. O objetivo desse concílio era trazer novas formas de
combater o protestantismo luterano.
- A Igreja Católica foi
reforçada com novas ordens religiosas, sendo a mais famosa delas a Companhia de
Jesus, fundada em 1534, por Inácio de Loyola. Nascia, a partir daí, a Ordem dos
Jesuítas, com uma rigorosa disciplina.
CONCLUINDO
Pelo desenrolar da história,
chega-se a uma conclusão óbvia de que a Reforma tão bem comemorada por muitos
evangélicos foi um acontecimento com interesses comerciais e políticos.
Esses interesses por parte
do império, dos burgueses, dos camponeses e pelo clero, fortaleceram as ideias
de Martinho Lutero, interessado em mudar o comportamento da Igreja Católica
(jamais da Igreja de Jesus Cristo).
Muitas pessoas foram
executadas, e os interesses de todos causaram tragédias e banhou de sangue os
países envolvidos. Não era o que Lutero pensava e prova disso é que ele ainda
tentou evitar essas tragédias.
O objetivo maior e único do
monge católico Martinho Lutero era corrigir os erros cometidos pela Igreja
Católica Apostólica Romana, da qual ele fazia parte e por quem foi perseguido e
até excomungado.
As tentativas de Lutero,
depois de descobrir os erros da igreja de Roma, não surtiram os efeitos por ele
esperados, visto que a Igreja Católica manteve e ainda mantém, até hoje, o seu
ponto de vista tradicional.
Encerramos este estudo
insistindo na óbvia afirmativa de que a Igreja de Jesus Cristo não precisava e
nunca precisou de um padre católico para reformá-la. Ela já nasceu perfeita,
segundo os ensinamentos do Messias.
Então, diante do que foi exposto,
os crentes em Jesus Cristo não têm o que comemorar, em se tratando de uma
Reforma, cujos interesses eram sociais, comerciais e políticos.
Muitos crentes, na verdade,
precisam de uma reforma espiritual, devendo, para isso, manter-se firmados na
fé através de estudos profundos e cuidadosos das Escrituras Sagradas, palavras verdadeiras do nosso
Deus todo poderoso.
(Por Adalberto Claudino Pereira)
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