sábado, 16 de novembro de 2019

A REFORMA PROTESTANTE - ONDE ESTÁ A VERDADE?


          COMO FALAR AOS NOSSOS FILHOS SOBRE A REFORMA LUTERANA?

- Protestante não é sinônimo de cristão. Muitos batem no peito dizendo-se protestantes. Presidiários que se rebelam exigindo melhores condições de vida no presídio também são protestantes.
- O mundo está repleto de protestantes que, em atos públicos reivindicam soluções para os seus problemas. Martinho Lutero foi considerado protestante pelo clero, por se rebelar contra a Igreja Católica Apostólica Romana, mas não era seguidor de Jesus Cristo.
- A Igreja de Jesus Cristo, conhecida como Igreja Primitiva, foi uma igreja perfeita, completa, sem questionamento e sem espaço para reformas, principalmente as humanas. Era uma Igreja formada por homens consagrados e que procuravam fazer a vontade de Deus, seguindo os seus ensinamentos.
- A Igreja primitiva era uma Igreja bíblica, integrada por pessoas convertidas pelo Espírito Santo, o que a transformou num símbolo de integridade espiritual. Sua história, sem muito exagero, está em Atos dos Apóstolos, capítulo 2 a partir do versículo 42 até o 47 (como viviam os convertidos).
- Olhando pelo lado real dos fatos, a Igreja de Jesus Cristo, que já nasceu reformada, tem como base as Escrituras Sagradas, escritas por homens inspirados por Deus. Ela não pode ser reformada por homens que se divergem em seus pensamentos e em suas interpretações.
- As Escrituras Sagradas foram escritas muito antes do lançamento do primeiro livro de história escrito pelo homem, segundo os seus interesses comerciais. Aas Escrituras Sagradas não foram escritas em função da vontade do homem, mas para contar as maravilhas Divinas e mostrar o caminho certo a ser seguido pelos cristãos.

               AS RAZÕES POLÍTICAS E SOCIAIS DA REFORMA LUTERANA

- Nossa história começa com o impacto causado pelas transformações sociais contra a Igreja Católica Apostólica Romana durante o século XVI.
- As primeiras reações: Erasmo de Roterdam criticava veementemente a Igreja Católica pela falta de humildade e pobreza, sempre valorizando o luxo, a riqueza, o prazer e a ociosidade.
- Erasmo de Roterdam, em suas críticas sempre apontava como exemplo a Igreja cristã primitiva, para ele um exemplo de simplicidade, piedade e amor ao próximo.
- Na verdade, a Igreja Católica acumulava riquezas materiais, como artigos de luxo, obras de arte e a terra. Ela era uma das maiores proprietárias de terra. Os nobres queriam se apropriar dessas terras.
- A Igreja Católica cobrava indulgências e as pessoas pagavam um preço alto para terem direito a um lugar no Paraiso, conforme ensinamento do clero romano.
- A Igreja Católica garantia que se um cristão tivesse mantido relações incestuosas e pagasse as indulgências papais, o papa perdoava os seus pecados e que Deus devia fazer o mesmo. Pagando as indulgências, o pecador ia direto para o céu.
- Havia uma insatisfação por parte do Império Romano, enfraquecido pelos impostos enviados pela Igreja para Roma. Esta ação da  Igreja deixava o Império enfraquecido economicamente.
- Por outro lado, ainda envolvendo a política econômica, a burguesia alemã via a Igreja como um sério obstáculo a suas atividades, comparada à burguesia da Inglaterra e da França. A insatisfação crescia cada vez mais.
- Por ser a maior proprietária de terras da Alemanha, a Igreja era veementemente combatida pela nobreza feudal alemã.
- Por outro lado, os rumos tomados pela Igreja, com os impostos bastante pesados, também revoltaram os camponeses, que viviam duras jornadas de trabalho.
- A situação se agravava e a Igreja Católica passou a ser alvo de críticas de todas as classes sociais. Não se tratava de problemas religiosos, mas sócio-econômico.

                                          LUTERO X IGREJA CATÓLICA

- O monge agostiniano Martinho Lutero, integrante do clero romano (não fazia parte da Igreja de Cristo), era um protegido pelo príncipe Frederico, um dos insatisfeitos com a Igreja.
- Ao conhecer as ideias de alguns humanistas como Erasmo de Roterdam, e os escritos de Santo Agostinho e São Paulo, Lutero despertou para outra realidade.
- Lutero chega à conclusão de que de nada valiam os jejuns, as peregrinações e as boas ações em favor da Igreja ou a ajuda aos padres e santos para conseguir a graça Divina. Só a fé salvaria o homem.
- A descrença de Lutero na Igreja Católica aumentou em 1517, quando o papa mandou um padre arrecadar dinheiro na Alemanha com a venda de indulgências.
- Voltando sua atenção para as Escrituras Sagradas, Martinho Lutero, que não tinha qualquer ligação com a Igreja de Cristo, afixou na porta da Catedral onde era pregador, 95 proposições contra o papado.
- Não foram poucas as tentativas do clero romano para remover do monge agostiniano essa ideia rebelde.
- Sem êxito, o clero romano taxou Lutero de protestante (pelos seus protestos e não por ser crente), e ele passou a ser perseguido pela Igreja. Por isso, ele recebeu uma maior proteção do príncipe da Saxônia.
- Foii justamente no período em que se refugiou no Castelo do príncipe, que Lutero formulou as ideias básicas que originaram na Reforma. É bom lembrar que essa reforma seria na Igreja à qual ele pertencia e não na Igreja de Cristo.
- A nobreza alemã ficou bastante satisfeita quando Martinho Lutero condenou a Igreja Católica. Isso lhe daria uma justificativa para tomar as terras do clero.
- Uma luta entre os nobres ligados à Igreja e os bandos armados que investiam contra as terras do clero, se estendeu de 1522 a 1523.
- Tomás Munzer, que pregava a reforma agrária, a igualdade social, liderou uma violenta rebelião, que varreu o Império.
- Diante disso, Martinho Lutero propôs aos nobres protestantes (não se tratava de crentes) e católicos uma reunião para esmagar o inimigo comum, no caso os camponeses.
- O movimento de Lutero contra a Igreja Católica passou a receber outros adeptos, entre eles, João Calvino, cuja doutrina era a preocupação com o trabalho, acumulando riquezas e não gastá-las.
- Em Paris, católicos franceses passaram a perseguir os simpatizantes das ideias de Lutero. Por isso, Calvino, sendo um deles, fugiu para Genebra, na Suíça.
- Seguindo as ideias de Lutero, Calvino passou a receber a adesão de parte da nobreza francesa, que lutava contra o poder centralizador do rei, que era católico.
- Na Inglaterra, Henrique VIII, pretendia continuar a política centralizadora do pai, Henrique VII, mas foi combatido por parte de um setor da nobreza, principalmente da Igreja Católica.
- Henrique VIII não simpatizava o movimento luterano. Em 1533, ele pediu ao papa a anulação do seu casamento. Com o pedido recusado, ele rompeu com a Igreja Católica.
- Um ano depois, em 1534, o Parlamento inglês aprova o Ato de Supremacia, mantendo a Igreja sob autoridade real. Surge, então, a Igreja Nacional, ou Anglicana, independente de Roma.
- Assim, todas as propriedades da Igreja Católica passaram para o Estado ou para  as famílias nobres apoiadoras do rei. Com isso aumenta a força econômica dos nobres.
- Vale salientar que a Igreja Anglicana era idêntica à Igreja Católica. A única diferença era o não reconhecimento a autoridade do papa.
- Ela era diferente da Igrejaa Luterana, criada pelos adeptos de Lutero, que aboliu praticamente todos os títulos da Igreja Católica. Os luteranos eram chamados de protestantes, herança do título dado pelo clero a Lutero.
- Por não reconhecerem a autoridade papal, católicos anglicanos e protestantes (seguidores de Lutero) passaram a ser perseguidos pelo rei.

                             ENFRAQUECIMENTO DA IGREJA CATÓLICA

- Em 1558 a rainha Isabel I oficializa o anglicanismo inglês. Sem o apoio da rainha, a Igreja Católica enfraquece e reage com a implantação da Contra Reforma.
- Grande parte da Alemanha se converte ao luteranismo, colocando em xeque a autoridade do catolicismo na França, na Holanda e na Boêmia, depois Tchecoslováquia.
- Surge, então, a chamada Santa Inquisição, uma espécie de tribunal criado pela Igreja Católica para julgar quem difundisse novas ideias religiosas, ou seja, o protestantismo luterano.
- Além desse “tribunal”, também chamado de Tribunal do Santo Ofício, a Igreja Católica criou o Index Librorum Proibitorum, uma lista de livros proibidos para um católico romano.
- Em 1545, realiza-se o Concílio de Trento. O objetivo desse concílio era trazer novas formas de combater o protestantismo luterano.
- A Igreja Católica foi reforçada com novas ordens religiosas, sendo a mais famosa delas a Companhia de Jesus, fundada em 1534, por Inácio de Loyola. Nascia, a partir daí, a Ordem dos Jesuítas, com uma rigorosa disciplina.

CONCLUINDO

Pelo desenrolar da história, chega-se a uma conclusão óbvia de que a Reforma tão bem comemorada por muitos evangélicos foi um acontecimento com interesses comerciais e políticos.
Esses interesses por parte do império, dos burgueses, dos camponeses e pelo clero, fortaleceram as ideias de Martinho Lutero, interessado em mudar o comportamento da Igreja Católica (jamais da Igreja de Jesus Cristo).
Muitas pessoas foram executadas, e os interesses de todos causaram tragédias e banhou de sangue os países envolvidos. Não era o que Lutero pensava e prova disso é que ele ainda tentou evitar essas tragédias.
O objetivo maior e único do monge católico Martinho Lutero era corrigir os erros cometidos pela Igreja Católica Apostólica Romana, da qual ele fazia parte e por quem foi perseguido e até excomungado.
As tentativas de Lutero, depois de descobrir os erros da igreja de Roma, não surtiram os efeitos por ele esperados, visto que a Igreja Católica manteve e ainda mantém, até hoje, o seu ponto de vista tradicional.
Encerramos este estudo insistindo na óbvia afirmativa de que a Igreja de Jesus Cristo não precisava e nunca precisou de um padre católico para reformá-la. Ela já nasceu perfeita, segundo os ensinamentos do Messias.
Então, diante do que foi exposto, os crentes em Jesus Cristo não têm o que comemorar, em se tratando de uma Reforma, cujos interesses eram sociais, comerciais e políticos.
Muitos crentes, na verdade, precisam de uma reforma espiritual, devendo, para isso, manter-se firmados na fé através de estudos profundos e cuidadosos das Escrituras Sagradas, palavras verdadeiras do nosso Deus todo poderoso.

(Por Adalberto Claudino Pereira)
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