domingo, 31 de maio de 2020

ACONTECEU DE VERDADE. - 23


PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.   

43 – Minha atuação como árbitro de futebol durou cerca de doze anos. O começo foi em Patos, na Liga Patoense de Futebol; depois, em Petrolina, prestei meus serviços à Liga Petrolinense de Futebol. O encerramento foi em Araripina, na Liga Araripinense de Futebol.

Cheguei a ser Vice-Presidente na gestão Mário Lemos, em Patos, e Diretor do Departamento de Arbitragem em Patos e Araripina. Muitos foram os desafios, acompanhados de erros e acertos. Em todas as Ligas eu procurei trabalhar com dignidade, colocando a imparcialidade acima de tudo.

Nunca fui daqueles árbitros hipócritas que dizem não ter seu time de coração e inventam um time de várzea para desviar a atenção de alguns. Eu sempre tive e sempre terei. Sou Vascaíno declarado e Nacionalino por convicção. Mas essas minhas preferências jamais chegaram a interferir nas minhas atuações como árbitro. Quem acompanhou os meus trabalhos sabe bem disso.

Trabalhei como bandeirinha no jogo entre Nacional de Patos e Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Fui xingado pela torcida vascaína todas as vezes que marcava impedimento do ataque cruzmaltino. Eles queriam que por ser vascaíno, eu não marcasse as irregularidades do clube carioca.

Certa vez fui escalado pelo Presidente Juracy Dantas para atuar como juiz central no jogo entre Nacional e Charme, pelo campeonato amador da cidade de Patos. Como sempre fazia, meu almoço foi balanceada, seguido por um bom descanso sob a sombra de uma mangueira, ouvindo Strauss.

Segui para o Estádio, preparado física e psicologicamente para o grande jogo. Ao chegar ao José Cavalcanti, fui surpreendido quando o Sr. Elizardo Crispim, diretor (dono) do Charme, disse que não jogaria se eu fosse o árbitro, pois todos sabiam que eu era nacionalino.

O problema só foi resolvido com a chegada de Juracy Dantas, que tentou de várias formas fazer com que o dono do Charme de opinião. Então Juracy propôs que se fizesse um sorteio, que foi aceito pelos Elizardo e pelo Bastinho.

O presidente da Liga escreveu em três papéis, os nomes dos três árbitros escalados para o jogo. Misturados os ditos papéis, Juracy pediu que Elizardo tirasse o que seria o árbitro central do jogo. Inconformado, entregou o papel ao Juracy e lá estava ADALBERTO PEREIRA.

O jogo foi muito tranquilo e no final, o Charme venceu ao Nacional por 4 X 1. Terminada a partida, senti que o Sr. Elizardo se dirigia até a minha pessoa, mas sucintamente me retirei com meus auxiliares. Ele não iria se sentir bem com a resposta que eu lhe daria.

Essa “tapa de luva” na cara daquele diretor foi mais que suficiente para mostrar a minha integridade moral e ser, a partir daí, respeitado por quem tivesse qualquer intenção de fazer prejulgamentos a respeito do meu trabalho. Nunca mais duvidaram da minha condição de árbitro imparcial.

Até aproveito este trabalho para fazer o que sempre desejei, mas não o fiz por falta de oportunidade: apresentar os meus sinceros elogios à pessoa de Sebastião Firmino (Bastinho) que, mesmo com a derrota do seu time, o Nacional, nunca me dirigiu palavras agressivas, tentando denegrir a minha imagem profissional. Ele soube reconhecer a superioridade do seu adversário.

- Por Adalberto Pereira –

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sábado, 30 de maio de 2020

ICI RADIO-CANADA #5 - 1986 - (la vision des femmes)

ICI RADIO-CANADA #4 - 1986 - (les sports)

ICI RADIO-CANADA #3 - 1986 - (les variétés)

ICI RADIO-CANADA #2 - 1986 - (les téléromans)

ICI RADIO-CANADA #1 - 1986 - (la radio)

ICI RADIO-CANADA #6 - 1986 - (l'actualité)

PHOTOS D'ARCHIVES DE RADIO CANADA

Une visite de la nouvelle Maison de Radio-Canada

UM GIRO PELO MUNDO > VANCOUVER no Canadá

ACONTECEU DE VERDADE - 22


PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.  

42 – Durante muitos anos fui árbitro de futebol, integrando o quadro arbitral da Liga Patoense de Futebol, gestão de Juracy Dantas de Souza, e Liga Petrolinense de Futebol, gestão de Vinícius de Santana. Ao todo, foram mais de doze anos de atividade.

Mas tudo começou de uma casualidade, ou necessidade, podemos assim dizer. Em companhia de Juracy Dantas, fui assistir a um jogo no Bairro do Jatobá. Um dos times era o Espinharas, sob o comando do saudoso e muito respeitado Donato da Peixada. Os dois times já estavam para entrar em campo, mas não tinha um juiz para apitar o jogo. Foi aí que Juracy perguntou se eu não poderia “quebrar o galho”. Eu aceitei e me sai tão bem que fui imediatamente convidado pelo próprio Juracy para fazer parte do quadro de árbitro da L. P. F.

Comprei um Livro “Regras do Futebol” e o “devorei” como se devora uma macarronada. A L. P. F. contratou um árbitro da Federação Paraibana de Futebol para dar aulas teóricas, envolvendo regras e algumas decisões que deveriam ser tomadas pelos árbitros para manter o “equilíbrio” das partidas.

Sinceramente, fui um aluno muito dedicado. Queria estar entre os melhores. Vários foram os testes, até chegar à primeira partida oficial, pelo Campeonato Amador da cidade. A primeira chance foi no chamado Torneio Início, competição que envolvia todos os times que disputariam o campeonato da temporada.

A Liga contava com bons árbitros, entre eles: Silvaneto Firmino, Mário Leitão, Paulo de Tarso, Dimas Alexandrino, Anchieta, Paulo Cesar, Coremas, Geraldo Carlos e Geraldo Geraldino. Fui contemplado com uma medalha como o melhor juiz daquela competição, escolha feita por uma equipe selecionada e integrada por pessoas ligadas aos clubes filiados àquela Entidade.

Certo dia, fui procurado pelo Presidente Juracy Dantas para me informar que eu fora indicado pela Diretoria do Nacional Atlético Clube, para apitar um amistoso que aquele clube faria com o Treze de Campina Grande, no Estádio Municipal José Cavalcanti.

Fiquei deveras surpreso! Tremi nos alicerces e pensei lá com os meus botões: Eu! Apitando um jogo de Nacional e Treze? Aquele pensamento perdurou dentro de mim até dois dias antes da competição. Eu, apesar de surpreso, não fiquei nervoso.

Dia do jogo! Cheguei ao Estádio e, ao entrar fui abordado pelos Diretores do Nacional, Dr. Romero Abdon da Nóbrega e Antônio de Lavour que, ao lado de um dos Diretores do Treze, pediram que eu não expulsasse nenhum jogador das duas equipes,

Disseram eles que o jogo teria Borderô, exigido pela Federação Paraibana e qualquer anormalidade registrada naquele documento poderia prejudicar as duas equipes que, no domingo seguinte teriam compromissos pelo Campeonato Paraibano. O Treze enfrentaria o Campinense e o Nacional, o Guarabira.

Sem entender a mudança, Joselito Lucena pediu que seu repórter de campo procurasse explicações sobre a mudança na arbitragem. Para não comprometer as Diretorias eu disse apenas que eles procurassem o Presidente da Liga Patoense de Futebol, que ele daria as devidas explicações. Não sei qual a justificativa do Juracy.

Eles queriam que, havendo algumas jogadas violentas, eu deveria pedir que o treinador substituísse o atleta violento. Eu não aceitei a proposta  e fui substituído imediatamente pelo colega Geraldo Geraldino, que seria um dos meus auxiliares.

Mas, apesar de ter concordado, Geraldo não cumpriu o acordo e acabou expulsando dois jogadores do Treze, causando grande revolta, até mesmo pela Diretoria do Nacional.

O fato teve repercussão em todo o Estado, depois que os cronistas esportivos das rádios de Campina Grande e os jornais campinenses publicaram severas críticas ao colega. Ele foi até acusado de ter prejudicado o Treze que perdera para o Campinense, seu arquirrival, por 2 X 1, no domingo seguinte.

A grande verdade é que esse tipo de acordo não vale para quem pretende cumprir com rigor as 17 regras do Futebol. É claro que existem aqueles que maculam o nome do bom árbitro, deixando-se levar pelo poder econômico que tiram a beleza e as emoções do esporte das multidões.

- Por Adalberto Pereira -

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CONTANDO HISTÓRIAS > 80 Anos Angico

ZÉ BAIANO, O CANGACEIRO MAIS CRUEL QUE EXISTIU

A Morte de Zé Baiano | O CANGAÇO NA LITERATURA #04 | VoM #48

A Morte de Volta Seca | O Cangaço na Literatura #140

LAMPIÃO MORREU MESMO EM ANGICO? > "Lampião não morreu em Angico" , afirma radialista

OS GRANDES CRIMES DE LAMPIÃO > Parte II

OS GRANDES CRIMES DE LAMPIÃO > Parte I.

RELATOS DAS VÍTIMAS DE LAMPIÃO NA BAHIA

ACONTECEU DE VERDADE - 21


PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.     

41 - Aqui está mais uma história envolvendo a Rádio Espinharas! Aliás, a cada dia um fato novo acontecia, sempre tendo como protagonistas os colegas de trabalho. Em muitos deles eu estive entre eles.

Eu sempre procurei trabalhar com imparcialidade. Ao divulgar a notícia, eu tinha o cuidado de estudá-la melhor para saber se valia a pena levar ao conhecimento dos meus ouvintes. O jornalista cuidadoso merece a credibilidade de quem o acompanha.
A primeira coisa que eu fazia era “fechar os olhos” para os protagonistas dos fatos. Fosse rico ou pobre, feio ou bonito, famoso ou desconhecido, preto ou branco, todos tinham de minha parte o mesmo tratamento.

Estava eu na minha sala de trabalho, preparando o noticiário do próximo horário, quando o telefone tocou. Era o soldado Albino me comunicando que tinha uma notícia “bomba”. Eu perguntei de que se tratava, mas ele disse que eu só saberia quando chegasse à  Delegacia.

Depois fiquei sabendo por ele mesmo que não havia antecipado o fato temendo eu não ter coragem de divulgar.  Mas eu nem era medroso e nem protecionista. Não era daqueles que “corriam do páreo”.

Foi então que me deparei com uma cena constrangedora: a polícia havia prendido o filho do prefeito de uma cidade vizinha, pelo desfalque de cem cruzeiros dos cofres da Prefeitura. O pai estava inconsolável diante do filho cabisbaixo.

Procurei o Delegado, colhendo dele todos os detalhes do fato. Silenciosamente, em respeito ao sentimento de um pai aflito, sai de mansinho e fui direto para a Rádio, a fim de divulgar o que seria motivo de espanto para a população.

Temendo ser procurado por alguém na tentativa de me impedir de levar ao ar aquele triste acontecimento, fiz tudo discretamente. Entrei no estúdio, pedi que o controlista abrisse o microfone e joguei no ar, a “notícia bomba”.

Minutos depois, e quando já preparava a notícia para o jornal, recebia na minha sala a visita do prefeito, pai do infrator, acompanhado pelo Pe. Assis. E foi o próprio Pe. Assis que, com aquele seu jeito respeitoso e respeitador, pediu-me para não divulgar o fato no jornal do meio dia, o “Comunicação Total”.

Senti que o prefeito estava arrasado diante da situação desconfortável em que se encontrava. Eu também me encontrava em situação idêntica, mas pelo fato de não poder informar com maiores detalhes, em atendimento ao pedido do Pe. Assis, a causa da prisão do delinquente.

Olhei para o Pe. Assis e disse que, se não era para divulgar aquele fato envolvendo o filho do Prefeito, também não divulgaria quando o infrator fosse uma pessoa das periferias. Era o que eu chamava de justiça. Vale salientar que o prefeito continuou sendo meu amigo.

No dia seguinte, fui convocado a comparecer à sala do Pe. Assis, que sempre muito educado, pediu-me desculpas pelo fato de interceder em favor do Prefeito. Pe. Assis sabia da seriedade com que eu realizava o meu trabalho.

Sempre que o fato poderia gerar conflitos de opiniões, eu preferia fazer tudo no mais completo sigilo. O bom mesmo era mostrar a verdade, mesmo que esta não agradasse a alguém. Este foi o grande segredo do meu sucesso como jornalista.

Não divulguei os nomes da cidade e dos envolvidos, em respeito ao prefeito que, apesar do mau comportamento do filho, era um cidadão honesto e bastante respeitado na região, inclusive amigo de Pe. Assis e correligionário de Edivaldo Motta, de quem eu era grande amigo e eleitor.

- Por Adalberto Pereira –

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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Madame Tussauds London, full tour

Museu de cera Madame Tussauds de Nova York

MUSEU DE CERA DE PARIS > MUSÉE GREVIN

UM GIRO PELA HISTÓRIA > Caminhos da Reportagem > Vale do Paraíba

A MORTE DE CARMEN MIRANDA > Os 57 Anos sem Carmen Miranda...(05 de agosto de 2012)

PENA QUE VOCÊ NÃO TENHA VIVIDO TUDO ISSO! > Nossa infância anos 70 a 90

VENDO ESSAS COISAS, O QUE FAZ VOCÊ LEMBRAR? > SERÁ QUE VOCÊ ENVELHECEU?

FILME "ALASKA: UMA AVENTURA INACREDITÁVEL"

terça-feira, 26 de maio de 2020

ACONTECEU DE VERDADE - 20


PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.       

39 – A política apresenta fatos interessantes: uns engraçados, outros até certo ponto constrangedores. E foi levado pela curiosidade de conhecer esses dois lados da política que eu fiquei interessado em acompanhá-la. E isso começou quando eu ainda tinha 10 anos.

Nessa época, ano de 1951 descambando para as décadas de 60 e 70, eu ouvi grandes oradores. Posso citar com segurança Alcides Carneiro, na minha infância, e João Agripino Maia, o leão de Catolé do Rocha, na minha juventude.

Tornei-me admirador do “bacalhau”, como era chamado João Agripino, pela sua maneira calma, mas severa de proferir seus discursos. Tanto é que guardo comigo uma frase que ele pronunciou num comício ao lado do Hotel JK, em  Patos: “Se eu não puder fazer mais; se não puder fazer melhor, o mínimo que farei é o que Pedro Gondim já fez!”.

Mas como eu dissera no início, fatos interessantes e constrangedores se misturam no mundo da política. E é isso que faz dela atraente. O fato que mais me constrangeu foi um tumultuo em um comício na Praça da Bandeira, em Capina Grande, em 1950, culminando com um tiroteio que causou a morte de duas pessoas.

Em Patos a disputa acirrada entre Edivaldo Fernandes Motta e Rui de Andrade Gouveia, provocou intriga entre famílias e até entre pessoas amigas. Pena que essas pessoas não sabiam que tudo não passava de uma jogada para tornar as campanhas políticas mais ferrenhas.

Edivaldo fazia um comício na Rua da Baixa, enquanto Rui Gouveia realizava o dele no Alto do Hospital, próximo ao local onde está o Estádio Municipal José Cavalcante. Zé de Gena, “edivaldista” de morrer, sempre levava um gravador e às escondidas, gravava os discursos de Rui para mostrar a Edivaldo depois.

No final do comício, lá estava Zé de Gena mostrando a gravação do discurso de Rui. Eu estava de lado e ouvi os ataques que Rui fazia contra Edivaldo, inclusive colocando em jogo a honra de d. Francisca Motta. Edivaldo ouvia tudo em silêncio, vez por outra soltava um sorrido meio amarelo de quem não estava gostando.

Eu sabia que aquele sorriso de Edivaldo era uma demonstração de que o troco estava se aproximando. Nem Edivaldo, nem Rui deixavam de graça uma ofensa. E foi aí que veio o que eu esperava:

Edivaldo disse, quase murmurando: - Vamos marcar um comício para domingo, no mesmo local! Vamos apagar o rastro daquele F.D.P! Eu pensei comigo mesmo – êita que o negócio vai pegar fogo. Eu tinha plena certeza de que Edivaldo não deixaria isso de graça!

A passeata saiu pela 18 do Forte, passou pela algodoeira de  Severino Lustosa e seguiu pela Felizardo Leite até chegar à casa de Edivaldo. Era sempre assim que acontecia depois dos comícios.

Todos foram para suas casas e, como sempre acontecia, eu era um dos últimos a sair. Senti alguém tocando no meu ombro. Era Edivaldo Mota. Confesso que tremi nos “alicerces”. O que se passava na cabeça de Edivaldo?

Acompanhado de Zé de Gena, ele me chamou para tomarmos um aperitivo no Escondidinho, um local onde funcionavam umas sinucas e, no seu interior, um salão com luz negra, onde eram servidas as mais variadas bebidas.

Procuramos uma mesa num local afastado da entrada e ele pediu três doses de uísque. Perguntou o que eu e Zé de Gema queríamos. Eu pedi uma dose de Campari e Zé de Gena, o mesmo que Edivaldo.

Não demorou muito, e eu que estava de frente à entrada, notei a chegada de Rui Gouveia e mais dois companheiros. Fiquei preocupado. Edivaldo e Zé de Gena, como de costume, não largavam os seus taurus 38. Eu também estava com o meu Smith 32. Pensei: - vai dá m...!

Tranquilamente, toquei no braço de Edivaldo e disse: - Ei, Perereca, vamos embora! Já bebemos, tiramos a poeira da garganta, agora vamos pegar o leito! Mas o Zé de Gena olhou para Edivaldo e baixinho disse:

- o Rui acaba de entrar! O que você quer que eu faça? Eu tremi! Mas, para minha surpresa, Edivaldo reagiu: - Agora é que eu não saiu daqui! Aquele F.D.P. vai engolir o que disse da Francisca!

Edivaldo se levantou e se dirigiu até a mesa onde estavam Rui Gouveia e seus companheiros. Vocês vão acreditar no que vem agora? Pois acreditem se quiser, mas eu estava lá e vi o inacreditável.

Edivaldo chegou, puxou uma cadeira da mesa ao lado e sentou frente a frente com Rui, que fez um sorriso debochado e gritou para o garçom, apontando para Edivaldo: - traz um copo pra esse nojento aqui.

Este, por sua vez, desabafou: - Domingo eu vou fazer um comício lá no Alto do Hospital e vou falar da tua mãe, como você falou da Francisca. Aí você vai ver com quantos paus se faz uma cangalha!

Rui Gouveia, olhando pra Zé de Gena, falou: foi esse linguarudo aí, não foi? Mas tudo foi uma brincadeira! Coisas de política! Faz assim: fala da minha mulher, mas deixa a velha em paz.

O clima foi assim por quase uma hora e entre mortos e feridos, todos saíram ilesos. São os bastidores da politica brasileira. Aí eu te pergunto: vale a pena brigar por político?

- Por Adalberto Pereira –

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PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.      

40 – Dr. Valdemar Florentino de Souza Irmão é um nome que merece estar guardado com muito carinho no coração de cada amigo que ele conquistou com o seu jeito saudável de conviver com as pessoas. Eu o conheci quando trabalhamos juntos na Rádio Espinharas de Patos.

Não levando a sério o seu radicalismo político, sentimos muito orgulho de tê-lo como amigo. Seu coração muito maior do que muitos pensam, estás muito bem localizado num ser humano privilegiado pela simplicidade e por uma humildade ímpar.

Mas o meu objetivo não é trazer à tona as virtudes deste cidadão que todos conhecem muito bem. Souza Irmão, como nós o conhecemos e “Bili” para sua esposa Louraci, leva consigo o terrível “vírus do esquecimento”, que age liberalmente quando não está no seu estado de repouso.

Certo dia, estávamos no bar da nossa amiga Lila, o conhecido Bar Fluminense, local de encontro dos radialistas, quando o Souza aparece ofegante e sem uma gota de sangue. Certamente algo não está bem com o colega, pensamos nós. Com os olhos arregalados, ele grita:

- Gente, acabaram de roubar o meu carro! Lila, me dá uma caneta e um guardanapo! Vamos fazer uma note para divulgar na rádio! Vamos, Lila! Depressa!

Alguém ao pegar o guardanapo e a caneta, começou a fazer as perguntas para  as devidas anotações: tipo, cor e ano do carro, hora do furto, local onde estava o veículo! De repente, entra no bar um rapaz e ao ouvir os comentários, bate no ombro de Souza e pergunta:

- Doutor! Aquele carro azul que está na frente do Banco do Brasil, não é o seu?

Souza deu um longo suspiro de alívio, bateu com a mão na testa e mesmo abafado pelas gargalhadas dos presentes, deu para ouvi-lo dizer:

- É verdade! Não é que eu fui de carro pro banco e nem lembrava!

Mas o “vírus do esquecimento” não largava o colega. Certa vez uma de suas clientes levou como presente para ele uma galinha. Depois da agradecer, ele colocou a “penosa” num canto da parede até chegar o fim do expediente.

Depois de liberar a secretária e guardar os utensílios de trabalho, ele pegou a galinha, desceu os degraus do consultório e jogou o “presente” no porta-malas do carro. Antes de chegar em casa, passou na padaria da rua do Prado, comprou pão e seguiu para o repouso diário.

Dias depois, Louraci começa a sentir um mal cheiro dentro de casa. Os dois começam a vasculhar a casa toda, pensando se tratar de um rato morto. Foram várias tentativas e nada. O mal cheiro ficava cada vez mais forte e, consequentemente, insuportável.

Souza se preparava para tirar o carro da garagem quando Loura gritou lá de dentro:

- Bili! Quando você vier pra casa traz um galeto pro almoço!

Foi aí que Souza lembrou da galinha. Correu para trás do carro, abriu o porta-malas e lá estava a “penosa” morta e apodrecida. Descobriram, afinal, qual a causa da fedentina!.

Ainda bem que ele nunca esqueceu o horário de apresentar comigo o jornal na Rádio Itatiunga! Seria um desastre!

- Por Adalberto Pereira –

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QUEM FOI LAMPIÃO?

VIAGEM DE ÔNIBUS SÃO PAULO SANTIAGO PELA JBL TURISMO

DE SÃO PAULO AO CHILE DE CARRO - 10.200 km's / 140 Horas Dirigindo / ...

segunda-feira, 25 de maio de 2020

UM POUQUINHO DE CAMPINA GRANDE > Feira de Campina Grande - Patrimônio Imaterial e Cultural do Brasil

UM POUQUINHO DE CAMPINA GRANDE > PB: > Bairros, Centenário, São José, Prata e Bela Vista.

AS SETE MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO > VAMOS CONHECÊ-LAS?

ACONTECEU DE VERDADE - 19



PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.    

37 – A Rádio Espinharas é um acervo de grandes e interessantes histórias. Em 1962, quando eu iniciei a minha trajetória no rádio, tive o prazer de trabalhar com pessoas maravilhosas, do Sr. Zacarias ao Diretor Maurício Leite, Foram muitos momentos interessantes, que marcaram minha vida profissional.

Lembro que o colega Severino Quirino, com larga experiência no rádio de Campina Grande, levou para Patos a idéia de colocar no ar uma dramaturgia, aproveitando os profissionais disponíveis. Incentivado por Ariosto Sales, um colega da Rádio Borborema, criou uma peça bíblica titulada “O Messias”. Era a época da Páscoa.

Fazer novela no rádio era um desafio e esse desafio era muito mais interessante, tratando-se de uma rádio do interior, onde locutores, operadores e noticiaristas eram mais do que inexperientes. O sonoplasta era o maior responsável pelo sucesso da peça, pois ele precisava ser rápido e ter bastante reflexo.

Havia um disco gigante, com centenas de faixas, todas muito pequenas, o que exigia boa visão do sonoplasta e rapidez na hora de fazer uso das mesmas. Tinha barulhos de tiro de revólver, trovão, relâmpago, latir de cachorro, relincho de jumento e muito mais.

Cada “ator” recebia o seu script, onde tinha os nomes de cada um, para que todos soubessem o que dizer e o momento de dizer. Eu recebi a incumbência de representar Anás, um Sacerdote do tempo de Jesus, e sogro de Caifás, o grande Sacerdote que participou do julgamento de Jesus.

Convocaram o Luiz Oliveira, para fazer a sonoplastia. Só que Luiz era míope por natureza e sempre usava uma lente para procurar a faixa da música anunciada pelos locutores. Começou o primeiro ensaio. Ao lado de Luiz, Quirino ia orientando.

-Tragam-me vinho! Estou com sede!! – brada o rei.

Luiz mete  a lente em cima do disco e manda o relincho de um jumento.
Foi uma explosão de gargalhadas, menos por parte de Severino Quirino que ficou vermelho de raiva, mas conteve-se.

O ensaio prosseguiu e lá vem outra mancada do Luiz! No momento em que abre uma porta, em lugar do barulho das dobradiças, surgiu um estrondo de trovão.

Diante do espanto de todos e do gesto de Quirino com as mãos na cintura encarando o Luiz, este simplesmente e com muita calma, olhou para Quirino e disse:

- Esqueceram de passar graxa nos ferrolhos, chefe!

Chegou a vez do cego de Jericó. Com a ajuda de Quirino, Luiz conseguiu soltar o falatório da multidão. Mas lá na cabine:

Mainardo Santos: - Que vozério é esse aí?

Batista Leitão:- É Jesus que vem chegando ceguinho!

Do outro lado, o grito de Quirino: - Para... para... para que já cegaram Jesus e eu não sei onde foram buscar esse VOZÉRIO! Tem uma vírgula depois de CHEGANDO e não tem acento no “E” de vozerio!

O trágico e cansativo dia de ensaio terminou! Quirino, sentado em um lugar afastado de todos, bastante amargurado, recebia o consolo de Zé Augusto e Luiz Pereira.

Deu trabalho, mas com a substituição do Luiz Oliveira pelo Orlando Xavier e com a paciência (forçada) de Severino Quirino, conseguimos levar ao ar a tão propagada e almejada  peça “O Messias”.

- Por Adalberto Pereira -

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PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.   

38 – Certa vez eu resolvi levar para Patos o cantor Sidney Magal, que estava no auge de sua carreira, fazendo muito sucesso com a música “Meu Sangue Ferve por Você”. Falei com José Soares de Figueiredo – Zé Tota – Diretor Social do Patos Tênis Clube e tudo ficou acertado para a realização do evento, que teria como título “Uma Noite Cigana”.

A ornamentação do Clube ficaria sob a responsabilidade dos colunistas sociais Carlos Estevão e Joacil Martins, os melhores de Patos na época. O show começaria às 22 horas do sábado. Para a propaganda volante, contratei os serviços de Patrissom e tudo seguia às mil maravilhas.

No sábado, pela manhã, eu recebia, na Rádio Espinharas, um telefonema do empresário do Magal, responsável pelos shows no Nordeste, informando o cancelamento do show, dizendo que só tinha vôo para a noite e Magal não viajava naquele horário.

Foi um “Deus nos acuda”! Mandei suspender a ornamentação do clube, suspendi o contrato com o Hotel JK e mandei o Patrício Neto suspender as propagandas volantes. Pedro Correia era o operador  do horário e por curiosidade e para sorte minha, gravou o telefonema.

Nesse dia eu perdi o apetite! Eram quase 2 horas da tarde quando o empresário de Magal, no Rio de Janeiro, ligou para mim, perguntando como estava a propaganda do show. Surpreso, e sem entender mais nada, eu contei o que estava acontecendo, deixando o empresário bastante irritado com o seu colega de Recife.

Ele me disse que já estavam no aeroporto e que estaria em Patos, por volta das 18 horas. E o que fazer? Convoquei o Patrício Neto para intensificar a propaganda. E a hospedagem? Recorri ao amigo José Ferreira, gerente do Posto O Tigrão, que prontamente me garantiu um apartamento de luxo para o cantor e sua equipe.

No apartamento do Magal, coloquei a fita com a gravação do empresário nordestino. Eles e seus músicos ficaram pasmados, sem entender como um empresário agia de tal forma. Magal disse que faria o show de toda forma e que não pagaria um centavo ao irresponsável.

Eram 17 horas quando o empresário chegou ao Patos Tênis Clube dizendo que não haveria o show, pois não ia colocar o cantor num clube vazio. Foi aí que convoquei a polícia militar, da qual eu era Assessor e, por determinação do capitão Clementino, colocamos o sujeito detido no interior do clube, pela guarnição policial até o final do show.

Quem havia comprado o ingresso teve direito à sua respectiva mesa. Liberamos a entrada para todos e o clube superlotou, fazendo do show um verdadeiro sucesso, não de bilheterias,  mas de público.

Magal dispensou o cachê, que lhe foi pago pelo empresário que havia promovido toda aquela confusão. Eu paguei apenas ao conjunto que fez o baile e ao pessoal que prestou serviços no clube (porteiros, bilheteiros, guardas e funcionários do clube).

- Por Adalberto Pereira -

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