O PODER DA INSIGNIFICÂNCIA
Há muito tempo o homem criou
a chamada “Pirâmide Social”, dividindo-a em três partes distintas: a primeira,
lugar próprio para a elite, está localizada no ápice da pirâmide; a segunda foi
contemplada para ser ocupada pela chamada classe média; a terceira ficou com o
percentual maior, uma vez que envolve a classe proletária, a chamada “ralé”.
Existindo ou não, esta
pirâmide mostra muito bem o status de cada classe social, cada uma delas
integrada por pessoas que se movimentam
em busca de uma posição mais cômoda economicamente. Daí existirem dois
movimentos distintos: o horizontal e o vertical.
A mudança de status depende
do movimento vertical. Existem aqueles que estão nas arestas da segunda classe
social e se esforçam para alcançar um lugar de destaque no centro da sociedade.
Dali, eles pretendem iniciar um movimento vertical até chegarem ao seu objetivo
tão sonhado.
A dignidade do homem
independe da posição que ele ocupa na “pirâmide social”. Conheço pessoas que,
apesar de nascerem e ainda permanecerem na “base da pirâmide”, são detentoras
de uma idoneidade moral invejável, ao contrário de muitos que, no ápice da
pirâmide, se sobressaem tão somente pelo seu valor econômico, mas que
não passam de verdadeiros crápulas.
Não basta ter status, ser ovacionado,
condecorado e festejado, se acima de tudo isso, não fluir uma conduta digna do
respeito daqueles que o cercam. Poucos são os que se valorizam pelos feitos
produtivos. Muitos são os que se erguem sobre o pedestal da insignificância.
Infelizmente é assim que a vida nos alerta ou nos decepciona.
Vivemos num mundo onde a
pobreza moral assume uma posição de destaque, em detrimento da capacidade e da
competência de quem procura ser honesto e preservar um caráter condizente com
os anseios de uma pequena minoria. Esta minoria clama por mudanças que,
infelizmente, por conta da multiplicação dos alienados, jamais serão alcançadas.
Mudar de posição na
“pirâmide social”, não significa sair do estado de pobreza intelectual. Conheço
pessoas que, de forma surpreendente e inexplicável, saíram da base da pirâmide,
alcançaram o seu ápice, mas continuam caminhando pelo caminho da desonestidade.
Corruptos e sem o mínimo escrúpulo, recebem os laureis dos eternos
subservientes.
O país vive hoje sob o
domínio poderoso dos insignificantes, cujos pensamentos e atos perniciosos já
se tornaram normais para os que se acostumaram com a leveza do comodismo. Os
autênticos defensores do progresso foram algemados e amordaçados pelas forças
ocultas de terroristas avassaladores travestidos de bons cidadãos. Estes
conquistam adeptos com a maior facilidade, prontos a traírem as próprias mães,
quanto mais a nação de quem se dizem defensores.
O berço da ganância continua
sendo disputado pelos que não se satisfazem com o muito que já tomaram dos
ingênuos dorminhocos. Continuar na sonolência da incapacidade moral não é nada
bom para um país que há anos desliza pelo abismo da incompetência, em busca de
um futuro perverso e tenebroso.
O poder da insignificância
agiganta-se cada vez mais e, diante de suas trágicas ações, caminhamos
timidamente enfraquecidos pela inoperância que nos domina. As armas deles, por
incrível que pareça, são poderosíssimas, ao ponto de alienar mentes e poluir
corações. E nós continuaremos agindo como deslumbrantes covardes, eternas
reservas de bons pensamentos, mas reféns da conivência dos acomodados.
É muito fácil gritar: VAMOS
À LUTA, enquanto permanecermos de braços cruzados, observando os
insignificantes, ousados e petulantes, atirando contra nós os seus mais incômodos
e desvairados impropérios. Precisamos reagir e mostrar a esses funestos
sonhadores que somos mais fortes que eles. Pelo menos somos mais humanos, mais cidadãos.
- Por Adalberto Pereira -
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