MAIS UM ANO SEM ELE
Sou uma pessoa bastante
curiosa! Fui ousado, destemido, corajoso e detalhista. Já enfrentei políticos
metidos a valentes, fui ameaçado por dizer a verdade, bati de frente com
marginais perigosos e não fugi dos perigos. Fui uma pessoa iluminada e
protegida por Deus. Muitos podem até estar perguntando por que estou escrevendo
isso!
Para dizer que fui tudo isso
porque Deus colocou no meu caminho um cidadão afoito chamado JOSÉ AUGUSTO LONGO
DA SILVA, que me puxou pelos braços e me colocou diante de um microfone,
fazendo de mim um radialista conhecido e respeitado. Tão afoito foi esse rapaz
que mudou meu nome para CARLOS ALBERTO, dizendo que Adalberto Claudino não era
nome de comunicador.
Tudo isso aconteceu em 1962.
Cinco anos depois, eu era promovido a jornalista, conforme o costume da época. Os
anos passaram. Foram 30 anos de profissão. Hoje, aposentado, já não sou ousado,
nem destemido, nem corajoso, nem enfrento mais políticos metidos a valentes,
nem sou mais ameaçado, nem bato mais de frente com marginais. Mas guardo comigo
não fugir dos perigos e não me afastar da curiosidade. Sai do jornalismo, mas
ele não saiu de mim. Tudo por “culpa” do Zé Longo.
Fui escolhido, através de
pesquisas de opinião pública, o Melhor Redator (1982/83). Continuo escrevendo.
Não sei se com a mesma perícia de antes, mas não me furto do direito de
escrever, sempre iluminado pelos momentos de reflexão. Uns poderiam até dizer
que é resultado de quem não tem o que fazer. Que assim seja, mas continuo
escrevendo.
Uma coisa ainda guardo
comigo: continuo sendo criticado por escrever a verdade e por não depender das
forças antagônicas que se sentiriam privilegiadas se eu fosse conivente com
seus atos desastrosos e seus pensamentos antiquados. Graças a Deus, aprendi a
ser imparcial, apesar de ter minhas convicções políticas e religiosas. Mas elas
jamais influenciaram na minha trajetória jornalística, afetando a minha integridade
moral.
Hoje, vivo a triste
realidade de mais um ano sem ele! É mais um ano sem JOSÉ AUGUSTO LONGO DA SILVA,
muito bem escolhido por Deus para fazer de mim o que sou.
Mas não pensem que esqueci
de colegas como mestre Abdon, Zacarias, Luiz Oliveira, Luiz Pereira, Odísia
Wanderley, Corina, Orlando Xavier, Artur Dionísio, Amaury de Carvalho, Edleuson
Franco, Roberto Fernandes, Estes também marcaram minha primeira etapa na Rádio
Espinharas de Patos.
José Augusto Longo a quem eu
gostava de chamar “Zé Longo”, sempre será por mim lembrado e reconhecido pelo
bem que me fez e pela paciência com os meus deslizes. A ele a minha eterna
gratidão! É triste estar MAIS UM ANO SEM ELE!
(Por Adalberto Pereira)
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