O OURO BRANCO PERNAMBUCANO
Certa vez eu ouvi uma música na qual o compositor apresentava o algodão
como o “ouro branco”, riqueza do nosso país. Eu acreditei até o momento em que
conheci a Mineração Lagoa de Dentro, na cidade pernambucana de Araripina.
Eu vi de perto um dos maiores espetáculos naturais criados por Deus. Era
a mina de gipsita, o produto principal do gesso. Em companhia do cidadão
Emanuel Santiago Alencar (Emanuel Bringel), um dos proprietários da mina, fui
informado a respeito da extração do minério até a sua industrialização final.
Que Maravilha!
Fiquei impressionado ao ver máquinas poderosas esmagando pedras
gigantescas e transformando-a em um pó branco chamado gesso. Vi dezenas de
carretas prontas para levar aquele produto para outros Estados brasileiros. Fui
para casa pensando se não seria aquele o verdadeiro “ouro branco”, riqueza do
nosso país!
Inconformado, quis conhecer melhor aquele fenômeno chamado gipsita. Na
verdade, eu conhecia Araripina como a “terra da farinha”. Mas não era nada
interessante, pois era muito natural ouvirmos as pessoas dizerem: “isso é pior
do que a farinha de Araripina!”. Quanto ao gesso, só descobri o seu valor
quando fixei residência naquela cidade, em 1986, quando assumi a direção da
Rádio da Grande Serra.
Puro engano! A farinha de lá era muito gostosa, assim como era gostoso
conviver com as pessoas de lá. Encantei-me com o carinho como os araripinenses
tratam os visitantes. Aí conheci pessoas extraordinárias e com elas aprendi a
amar a cidade para onde me mudei dominado pelas dúvidas e pela má impressão da qualidade
da farinha.
Através de Giovane Pereira Lima, um colega da Faculdade de Agronomia de
Patos, conheci a família Pereira Lima, tendo como patriarca Joaquim Pereira
Lima, proprietário de um posto de gasolina, logo na entrada da cidade. Daí surgirem,
além do Giovane, Joaquim Filho, Maria Darticléia, Gorete, Fátima, Maria
Augusta, Camila e muito mais.
Não foi fácil adaptar-me à nova cidade, depois de sair de uma
convivência sólida com a sociedade Petrolinense. Mas eu sabia que o tempo se
encarregaria de mudar a situação e isso aconteceu mais rapidamente do que eu
esperava. Encontrei na Rádio um funcionário de alta competência chamado Josafá
Reis, conhecido e respeitado por todos.
Fora do rádio foram surgindo novas amizades: os comerciantes Cícero do
Bazar Caruaru, Antônio Carlos, Deodato Alencar, Bartolomeu Dias de Castro, o
industrial Valdeir Batista, o jornalista Adauto Ferreira e o próprio prefeito
Valmir Lacerda.
Como diretor, enfrentei horrores! Uma rádio desorganizada, sem
credibilidade e sem a confiança do comércio local. A situação era caótica e os
problemas surgiam de forma inesperada. Colocar a empresa como símbolo de
confiança e credibilidade foi difícil, mas conseguimos. Alguns administradores
que me antecederam levaram a rádio a um caos profundo.
Foi aí que eu entendi o porquê da frase do Dr. Geraldo Coelho, quando
mandou que eu fosse assumir a direção da sua empresa: “Vá tomar conta da minha
rádio lá em Araripina, antes que acabem de vez com ela!”. E não faltava muito
para isso acontecer. Ele nem sabia o verdadeiro perigo pelo qual passava a sua
rádio.
Muitos anunciantes estavam no rol dos inadimplentes, quando na verdade,
estavam em dia com os seus compromissos para com a empresa. Certamente alguém
estava embolsando o que não lhe era devido. Foi preciso um “jogo de cintura”
para colocar as coisas em sua normalidade.
Bem! Este é só o começo de muitas outras publicações evidenciando a
minha passagem de 14 anos por Araripina, para mim a "RAINHA DO GESSO".
- Por Adalberto Pereira –
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