E SE EU ESTIVESSE LÁ?
Jesus Cristo foi enviado por Deus para mostrar aos ímpios o caminho da
salvação. Logo, ele não veio para os salvos. Dizem as Escrituras Sagradas que
Ele veio para os seus e os seus não o receberam, ou seja, Jesus foi rejeitado
pelos seus próprios seguidores. Mas será que valeu a pena ele sacrificar a sua
vida santa e imaculada por um bando de irresponsáveis, pessoas cruéis,
perversas, gente da pior espécie?
Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido (Mateus 18:11).
Ele repete esta citação em Lucas 19:10, quando estava na casa de Zaqueu, o
publicano. Jesus não morreu pelos salvos e sim pelos ímpios, como disse Paulo
em sua Carta aos Romanos, capítulo 5, versículo 6: “Porque Cristo, quando nós
ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios”.
Ele curou um leproso (Mateus 8:1-4); curou o criado de um centurião
(Mateus 8:5-13); curou a sogra de Pedro (Mateus 8:14 e 15); curou
endemoninhados (Mateus 8:16 e 17); curou mais dois endemoninhados gadarenos
(Mateus 8:28-34); curou um paralítico em Cafarnaum (Mateus 9:1-8); curou uma
mulher enferma (Mateus 9:19-22); ressuscitou a filha de Jairo (Mateus
9:23-26); curou dois cegos (Mateus 9:27-31); curou um mudo endemoninhado
(Mateus 9:32-34); curou um homem das mão
ressequida (Mateus 12:9-14); curou outro endemoninhado cego e mudo (Mateus
12:22 e 23); multiplicou cinco pães e dois peixes, alimentando as multidões
(Mateus 14:13-21); andou sobre o mar (Mateus 14:22-33); curou mais dois cegos
em Jericó (Mateus 20:29-34); ressuscitou o filho de uma viúva em Naim (Lucas
7:11-17); acalmou uma tempestade (Lucas 8:22-25); de uma vez só curou dez
leprosos (Lucas 17:11-19); ressuscitou Lázaro (João 11:39-46); transformou água
em vinho (João 2:1-12) e fez muitas outras
maravilhas à vista de todos.
Jesus Cristo ensinou a amarmos ao próximo, a perdoarmos uns aos outros,
abençoou crianças, pregou sobre a salvação, disse que não veio fazer a vontade
dele mesmo, mas a do Pai, Jesus Cristo pregou a paz, o amor, o perdão, o
arrependimento; não fez mal a ninguém; mesmo assim foi preso, julgado,
condenado, mesmo sendo inocente, açoitado, cuspido, humilhado, ironizado,
torturado, coroado com uma coroa de espinho, crucificado entre dois malfeitores
e ferido com uma lança mortal. Mesmo assim foi abandonado pelos que o seguiram
durante três anos.
Foi rejeitado pelos seus próprios irmãos (Marcos 6:1-6); dos dez
leprosos curados apenas um voltou para agradecer-lhe (Lucas 17:15-19); mesmo
sendo o Filho de Deus, Pedro, que estivera com ele todo o tempo, o negou três
vezes (Lucas 22:54-62); de todos que o acompanharam, só estiveram junto à cruz:
Maria, sua mãe e a irmã dela; Maria, mulher de Clopas; Maria Madalena, e João, seu discípulo amado
(João 19:25-27).
Todos aqueles a quem estendeu as mãos e que foram acolhidos, sendo por
ele curados, catequisados, alimentados, perdoados, ressuscitados e amados, se
esconderam no momento de seu sofrimento. Ele, como Filho de Deus, homem bom,
santo, amável e puro, foi rejeitado por todos.
Refletindo sobre a vida de Jesus Cristo, lendo a sua trajetória santa e
impecável, prostrado diante da sua santidade e perplexo com a maneira como ele
foi tratado, não consigo controlar a minha revolta contra aqueles que receberam
tantas bênçãos e O abandonaram num
momento tão cruciante.
Mas, voltando ao meu estado normal, olho para dentro de mim e pergunto: E
SE EU ESTIVESSE PRESENTE naquele momento? Qual seria a minha reação diante de
tanta angústia e de tanta dor sofridas pelo meu Salvador? Será que eu não estaria entre os covardes da
época? É uma resposta muito difícil para um acontecimento que ninguém
conseguiria mudar. E você? O que faria?
- Por Adalberto Pereira –
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