sexta-feira, 30 de setembro de 2022

ESTADO DE SAÚDE DA CANTORA AMANDA WANESSA É REVELADO. CANTOR QUEBRA SILÉ...

TENHO DITO!

 

                                                           OPINIÃO 

O nível cultural de um povo não se mede pelo acúmulo de anéis e diplomas, mas pela sua maneira de agir nos momentos das grandes decisões. Quem age com prudência é inteligente e sábio. A este a minha admiração e o meu respeito.

Miseráveis e sem escrúpulos são aqueles que se desfazem do seu caráter natural em troca de um “punhado de farinha”, mesmo sabendo que isso não solucionará as suas mais prementes necessidades.

Viver em função de esmolas é uma característica de quem ainda não descobriu o valor do caráter e da dignidade pessoal. Infelizmente estamos cercados de elementos que se acomodam em sua insignificância. São os famosos parasitas sociais.  

Tenho exemplos, e não são poucos, de pessoas de baixíssimo nível cultural, mas que foram sábias ao decidirem seguir aos ensinamentos de Deus, enquanto outros, acumuladores de anéis e diplomas, optaram por seguirem em direção ao lago de fogo e enxofre. É questão de princípios. 

É lamentável ficarmos diante de pessoas que, não sabemos se levadas pela ingenuidade ou pela imbecilidade, preferem se entregar aos lamentáveis costumes do “lava mãos”, sem refletirem sobre o mau que está causando a si mesmo e à sua família.

Ser conivente com a cretinice dos espertalhões é estar além deles no tocante à irresponsabilidade moral. Até parece que ser idiota é bem mais cômodo do que ser autêntico pensador e portador de grandes ideais.

O mundo declina em direção ao avanço da ideologia paupérrima dos que foram maus gerados. E esta realidade faz mal aos intelectuais que se esforçam para evitar que isso aconteça. É aí que descobrimos o quanto ser sábio faz bem.

Conversava certa vez com um cidadão que se dizia portador de vários diplomas, mas que lamentava o infortúnio do desemprego. Quis saber o porquê da sua “falta de sorte”. Acabei descobrindo que suas atitudes não eram coerentes com o que ele mostrava ser.

Tentei levá-lo a mudar de comportamento, mas a sua teimosia era crônica. Ele fora educado para ser antagonista, mesmo diante de situações que não condiziam com a realidade. Vestiu uma camisa ideológica retrógrada, criada por homens incompetentes e desonestos.

Iguais a ele conheço milhares. Infelizmente, este não é um mal de poucos. Enquanto elementos desnutridos de moralidade se fizerem presentes em nosso meio, nossa luta para alcançarmos a perfeição se torna cada vez mais inútil.

Olhando pelo lado quantitativo, cresce a passos largos o número de dependentes de favores. São aqueles que se limitam ao presente, sem refletirem sobre as consequências do futuro. E nem se preocupam em reclamarem constantemente dos resultados negativos causados pela sua imbecilidade e pela sua falta de caráter.

Faço aqui presente uma frase que ouvi de um certo político patoense, isso quando eu estava no alge das minhas atividades na condução da política. Palavras dele: “Para ganhar a eleição, faço pacto até com o Diabo. Depois, o resto que se dane.”

Foi aí que comecei a entender o verdadeiro sentido da política vivida por “profissionais”, que maltratam o raciocínio lógico de quem ainda não amadureceu ao ponto de combatê-los. Então, eles, os “profissionais”, se aproveitam da ociosidade dos imaturos para dar continuidade aos seus desmandos.

São muitos os que se conluiem com aqueles a quem, antes, atacaram com suas críticas avassaladoras e lançaram sobre eles seus venenos mortíferos. São homens sem caráter e sem idoneidade moral, que merecem o nosso repúdio.

Sei que muitos se sentirão ofendidos. Mas isso pouco me incomoda. O certo é que cumpri com a minha obrigação de mostrar uma verdade que precisava ser dita. Se esta foi uma orientação Divina, está cumprida.

Por Adalberto Pereira 

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sábado, 24 de setembro de 2022

O Missionário Filme Dublado Completo 720p

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UM FALATÓRIO CONFUSO

 

         UM CATAFÉRICO DISCURSO DE UM ORADOR ENCOLÉRICO!

 

Nas reentrâncias da psicologia humanitária, os paradoxos são cada vez mais periféricos.

As congruências se aglutinam nas arestas das divergências intelectuais, evitando assim a insignificância dos maledicentes portadores das incríveis desnutrições morais.

Afastadas das potencialidades aliadas aos protagonizadores das mais potenciais ineficácias aglomeradas nas mentalidades infrutíferas de quem nasceu para proliferar as discórdias mortíferas, fortalecendo os vírus deprimentes e colaterais.

As fendas profundas das coronárias obstruídas pela mácula das mentes desnutridas, são sinais mais que evidentes de que os fatos desmentem as realezas destronizadas.

O impacto das consequências indesejáveis mutilarão os asteroides intermoleculares infiltrados nas chamas vulcânicas de uma sociedade despragmatizada.

As ações perifrásticas dos gastrozoários mostram sua ineficácia e misturam-se às manemolências dos malandros que compactuam com os imitadores das negligências padronizadas.

Assim como os termitófilos, os sestrosos usam de subterfúgios medíocres descamuflando sua mente virulenta, a fim de que sua recalcitrância seja sufocada pelo saracotear monótono e inoportuno das ondas.

Temerosos, reagem ilicitamente, apegando-se ao habeas-corpus em defesa de suas prosopopeias hilariantes, mas ingratas e desconfortáveis.

Veredicto est! Dura lex sed lex!

AGORA, VOTE EM MIM! Mas se continuares zombando da minha prosopopeia dar-te-ei uma bengalada no alto da tua sinagoga desconectada, lançando-te no ápice das desprezíveis pirâmides da tua imaginação!”.

TENHO DITO!


(Criado por Adalberto Pereira)

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Musical de Natal IBBP 2015 - Jornada de Fé

Chico Viola Não Morreu (1955)

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

O funeral da rainha Elizabeth 2ª

O FIM DO TERROR - ACONTECEU.

 

                         MATUSALÉM SILENCIOU O JOÃO CABELUDO   

Existem fatos que são tão absurdos,  que se torna perigoso lembrá-los. Mas como eu sou ousado, não poderia deixar de levar ao conhecimento dos nossos amigos, um acontecimento  ocorrido na cidade de Campina Grande, conhecida como a “Rainha da Borborema”, onde morei por onze anos. Se a memória não me falha, eu tinha uns 15 anos e morava na Rua do Monte Santo.

Campina Grande passava por momentos de “terror”, devido aos atos praticados por um sujeito conhecido por “João Cabeludo”. Era um sujeito que se faz lembrado quando falamos naquele cara chamado Lázaro, o perigoso e cruel assassino que colocou em pânico o Distrito Federal e parte de Goiás.

Pois bem! João Cabeludo era um sério problema para a polícia campinense e, mas ainda para a sociedade local. Garotas de 15 a 21 anos, estudantes principalmente, já não se arriscavam sair de casa sozinhas. A maioria delas precisava da companhia dos pais ou irmãos até para ir à padaria ou a bodega da esquina.

A exemplo do que aconteceu com o Lázaro do DF, as pessoas passaram a dizer que o sujeito tinha parte com o diabo. Ouvi de algumas pessoas, principalmente lá do bairro de José Pinheiro, que ele se metia no matagal e se transformava num “tôco seco” de onde saia uma fumaça diabólica, como se alguém estivesse fumando um grosso charuto.

O tempo passava e ao ouvir a música característica do “Campinense Repórter”, noticiário da Rádio Borborema, a população correu para o “pé” do rádio, esperando mais uma das terríveis astúcias do facínora. A polícia já se sentia impotente e até certo ponto desmoralizada. Ouvi um soldado comentando com um colega na porta do bar de Seu Silva, próximo a cadeia pública: - Quando eu pegar esse sujeito, ele vai ver com quantos paus se faz uma canoa!

Disseram que o João Cabeludo se enfiava num saco de carvão e ficava escorado numa parede esperando a presença de uma jovem. De repente, o saco se abria e lá estava o sujeito pronto para o bote fatal. Aí... mais uma garota entrava na desastrosa lista do maníaco.

Certo dia, eu estava na calçada com alguns amigos quando notei uma movimentação diferente nas proximidades da Praça Félix Araújo. Era a viatura da polícia, que recebera o apelido de “Viuvinha”, por ser de cor preta,  que chegava com a “relíquia” no momento.

- “Prenderam o João Cabeludo!!!”, gritou alguém lá da esquina.

A correria foi algo espetacular. Vi mulheres secando as mãos com o avental e outras pedindo que alguém olhasse o caldeirão que estava no fogão. A frente da cadeia pública, que ficava na Rua Quintino Bacaiúva, por trás da minha casa, estava tomada de curiosos. Todos queriam conhecer o terror das donzelas e o grande pesadelo da polícia.

Dias depois, eu e meus colegas ouvimos um barulho estranho vindo lá dos fundos da cadeia pública. Curiosamente e com muito cuidado, subi num cano encostado no muro e vi os soldados dando uns “conselhos” num sujeito de média estatura e com os cabelos caídos nos ombros. Um dos soldados ainda arriscou atirar uma pedra contra mim, mas desistiu.

Já não aguentando tantos “conselhos”, o sujeito implorou: - Me matem logo! Me matem logo!

De repente, o soldado Matusalém, que estava de sentinela e fora do grupo dos “conselheiros”, falou: Vamos acabar logo com isso, pessoal. Ao mesmo tempo em que falava, tirava o fuzil das costas e, apontando para o sujeito e disparou! PUUUM! Foi um único tiro.

Eu pulei de onde estava, corri pra dentro de casa e gritei: Mãe! Mataram João Cabeludo! Acredito que os colegas que estavam comigo, também fizeram o mesmo.

Estava encerrada a cruel trajetória de JOÃO CABELUDO, um dos piores assassinos já vistos na história de Campina Grande.

- Por Adalberto Pereira –

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Episódio 15; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 14; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 13; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 12; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 11; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 10; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 9; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 8; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 7; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 6; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 5; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 4; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 3; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 2; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

Episódio 1; HISTÓRIA DE GUERRA Uma série especial do YouTube (2022)

A Segunda Guerra Mundial (Documentário)

OS OSSOS DO OFÍCIO

 

                                         VENCENDO OBSTÁCULOS          

O ano era 1979. Eu estava muito bem no exercício da minha função no Departamento de Jornalismo da Rádio Espinharas de Patos. Surpreendentemente, recebo uma proposta para trabalhar na Emissora Rural a Voz do São Francisco, em Petrolina. 

O salário era tentador, mas a indecisão colocava-me diante de uma situação inusitada:  eu estava na Rádio Espinharas há seis anos em minha segunda passagem pela emissora, onde comecei em 1962, ainda desconhecido e com o nome artístico de Carlos Alberto, ideia de José Augusto Longo e Luis Pereira. Não foi fácil suportar a separação da minha família e dos  amigos, mesmo sabendo que poderia superar tudo isso.

Sabendo do convite que me fora feito pela Direção da Emissora Rural de Petrolina, alguns colegas me aconselharam a não aceitar. Alegavam eles que era um grande risco, uma vez que lá só tinha “feras” e que eu ia me decepcionar.

Ora, se eu já estava indeciso, calculem a minha situação diante dos “estímulos” dos colegas! Além disso, eu não sabia nem onde ficava Petrolina. Já me colocava na condição de um estranho na multidão. E cada vez que pensava assim, a dúvida aumentava e o receio dominava os meus neurônios.

Resolvi dizer SIM! Fui até o Pe. Luiz Laires da Nóbrega, meu Diretor e comuniquei: - Recebi uma proposta da Emissora Rural de Petrolina! Não pretendo deixar a Espinharas e meus amigos daqui. Se vocês pelo menos chegarem ao mesmo salário, eu ficarei. Não quero mais que isso.

O Pe. Laires consultou o Departamento Pessoal e este informou não ter condições de conceder-me um aumento que chegasse ao prometido pela outra emissora. Na época eu deixara de ser o Carlos Alberto de 1962 e já era o Adalberto Pereira, nome que eu mesmo escolhi.

O Pe. Laires fez o que estava eu seu alcance para manter-me na emissora. Não era eu o melhor, mas eu era Diretor de Jornalismo, repórter, redator, apresentador do Jornal da Manhã e Comunicação Total e ainda integrava o quadro de esportes da emissora. E isso sem nenhum interesse financeiro.

Quem não queria um funcionário assim? Acredito que este detalhe chamou a atenção dos Diretores da Emissora Rural (Monsenhor Gonçalo, Sr. Paulo Brito e Pe. Mansueto de Lavor). Não nego que estava feliz com o convite. Mas era dominado pelo medo, quando lembrava os comentários negativos dos colegas.

Procurei não levar aquilo a sério. Na rodoviária de Patos e já dentro do ônibus da Viação Brasília, olhava para os amigos que passavam e acenavam para mim. Confesso: não conseguia conter as lágrimas. Eu amava a Rádio Espinharas e Patos ocupava e ainda ocupa um lugarzinho especial no meu coração. Quantas vezes pensei em desistir!

Em Petrolina, fui recebido na rodoviária pelo saudoso colega Juarez Farias e por ele conduzido até um apartamento na própria emissora. Tudo era muito estranho. A falta dos amigos e do carinho dos patoenses não me permitiram um sono tranquilo. E haja sofrimento!  E foram muitos dias assim. 

Cheguei a pensar que as previsões dos amigos lá de Patos começavam a virar realidade. Mas um dia fui surpreendido com um chamado dos diretores. Eles me incumbiram de apresentar um noticiário. Estaria eu sonhando? Aquilo era verdade? Quase que beliscava meu próprio corpo para saber se estava acordado. 

Ao entrar no estúdio para apresentar o noticiário, notei que um grupo de curiosos me observava do outro lado do vidro. E, para minha surpresa, aquele grupo era formado pelos senhores Paulo Brito, Monsenhor Gonçalo, Mansueto de Lavor e Vinicius de Santana. Na verdade, eu estava diante de uma verdadeira “prova de fogo”. 

Antes da última notícia, todos eles haviam desaparecido. O que teria acontecido? Aquilo era um bom ou um mau sinal? Seria a confirmação das previsões dos amigos de Patos? Ao levantar-me, vi o sonoplasta fazendo um sinal de positivo. Mas ele não fazia parte daquele grupo. Logo...!

 

No dia seguinte, o Monsenhor Gonçalo Pereira Lima, chegou à porta da sala de redação, olhou pra mim com aquele sorriso próprio dele e falou: - O senhor vai apresentar os noticiários de hora em hora, a partir da próxima semana. Ao dar os primeiro passos, deu meia volta para dizer: - Parabéns! 

Naquele momento, desejei ver ao meu lado os colegas da Rádio Espinharas que duvidaram da minha capacidade de estar entre os que eles chamaram de “Feras”. Também queria que eles testemunhassem que eu não havia me decepcionado. Afinal, eu havia vencido o grande obstáculo que via pela frente.

Vencer desafios não é tremer diante das oportunidades, mas encará-la com coragem, colocando-se lado a lado com os competentes e se tornando “fera” como eles. No rádio, os desafios não são pouco e também não são fáceis de vencê-los. Mas ao longo dos 30 anos de rádio, consegui vencer os mais complexos obstáculos.

Mas, se alguém perguntar sobre meu desejo de retornar às atividades radiofônicas, eu serei muito sincero em dizer que nada hoje me estimula a isso. A nossa imprensa, de um modo geral, está voltada para os interesses pessoais. 

É lógico que existem as exceções às regras. Ainda conseguimos encontrar uma dúzia de bons profissionais, embora as empresas, em sua grande maioria, não colaborem no sentido de que o profissional exerça os seus trabalhos com dignidade.

A força da política partidária e os poderes aquisitivos de empresários inexperientes tornaram os ambientes de trabalho dos profissionais da imprensa em grandes “senzalas”, onde a escravatura de muitos se expandiu de forma assustadora.

Estes são na atualidade os maiores inimigos dos profissionais da imprensa, escrita, falada e televisada. Esta realidade é vivida de forma silenciosa pelos que precisam manter vivos os seus empregos.

Dizer que não sinto saudades dos meus momentos como locutor, redator, repórter, apresentador e até de diretor de jornalismo, funções exercidas ao  longo dos meus 30 anos de trabalho, seria tentar enganar a mim mesmo. Mas estas saudades limitam-se aos tempos da nossa independência profissional.

Chegar ao exercício da função de Gerente Administrativo de uma emissora de rádio foi, além de um grande desafio, fruto de um trabalho revestido de responsabilidade, competência e dedicação. Sem essas qualidades eu seria apenas um a mais neste mundo de parcialidade e subserviência jornalísticas.

- Por Adalberto Pereira –

 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

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quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O SONHO DE UM SERTANEJO

 

                                          LUCRÉCIO, O DETETIVE.

Todos nós temos um sonho de criança e ele nasce dentro de nós de forma mágica, mesmo contrariando outros sonhos bem mais fecundos. Meu sonho era ser motorista de caminhão! Eu ficava deslumbrado vendo um Chevrolet carregado saindo de Campina Grande para São Paulo ou Rio de Janeiro. Meu pai ficava uma fera, pois o seu sonho era ter um filho doutor. Teve que se conformar vendo o filho optando pela chata, mas gostosa profissão de radialista, depois de não obter sucesso como agrônomo.

Mas o sonho do menino Lucrécio era ser detetive. E qual não foi a surpresa dos colegas de colégio quando a professora perguntou o que os alunos queriam ser no futuro e ouviram do Lucrécio: “Eu quero ser detetive, professora!”.

Detetiiiiiive??? Bradou a classe, como se tivessem ensaiado um coral natalino. Mas detetive é muito chato! Comentou Ariosto, acrescentando: “Pois eu quero mesmo é ser jogador de futebol!”. Houve um início de tumultuo até que a professora apaziguou os ânimos, mudando de assunto.

Os dias passaram e num certo momento, alguém gritou lá dos fundos: - Professora, a minha caneta desapareceu! Houve uma mudança de comportamento da turma. Cada um se manifestava dizendo não ter nada com a história. A confusão terminou na Diretoria. Ariosto aproveitou a confusão para ironizar o colega: - Vai, detetive, descobre quem pegou a caneta do Fabrício! A gargalhada foi geral. Mas Lucrécio permaneceu indiferente a tudo.

Dias depois, Lucrécio chegou mais cedo e procurou a professora Valquíria e, sussurrando ao seu ouvido disse: - Eu descobri quem ficou com a caneta do Fabrício! Pasmada, a professora chamou o garoto a disse: - Isso é assunto da Diretoria! Você vai ter que contar ao Dr. Rosalvo, nosso Diretor. O aluno acusado foi chamado e choramingando, devolveu a caneta do colega e foi sumariamente expulso da escola, para servir de exemplo.

Eufórico com o prematuro sucesso, Lucrécio chegou em casa e correu até a cozinha onde d. Leonora, sua mãe, estava ultimando os preparativos para o almoço. Eu vou ser detetive, mãe, disse ele na maior felicidade. D. Leonora olhou para o filho com as duas mãos na cintura e retrucou:

 - Detetiiiiive? Que diacho é isso, minino? Depois de ouvir as explicações do filho, deu um resmungado e completou: - Espera só pra vê a cara de teu pai quando tu disser isso pra ele!

Dito e feito! Mal entrou em casa, seu Belízio ouviu um grito vindo da cozinha: - Chega aqui, hômi! Vem ouvir a história que teu fio tem pra te contá! Ele deu um suspiro de alívio por ter chegado em casa, tirou o chapéu de palha, jogou em cima da mesa e, olhando para o filho, perguntou: - Qui história é essa qui tu tem pra mi contá, minino?

Depois de ouvir as explicações de Lucrécio, o pai com a mão no queixo, como se estivesse lembrando algo, replicou: - Já mi falaru desse tá de detetive particular! Num é aquele sujeito que ispivita a vida alheia? Minino, minino! Tu num sabe onde tás metendo a venta! Isso é muito perigoso, meu fio, mas se tu aguenta o rojão, isso é problema teu! Olhou pra d. Leonora e gritou: - Bota o almoço, muié que história de trancoso num enche a pança de ninguém!

Lucrécio não desistiu! Matriculou-se no IUB – Instituto Universal Brasileiro e lá foi ele meter a cara nos livros de “Detetive Particular”. E não é que conseguiu!!! Passados dois anos, lá estava o Lucrécio recebendo o seu diploma e o distintivo de Detetive. Agora já podia arranjar uma namorada, casar e ter uma família como sempre sonhara!

Lucrécio ficou famoso pelos casos por ele resolvidos. E haja cliente à procura do detetive mais procurado da cidade. Uma senhora bastante aflita o procurou para um caso meio complicado: uma amiga, daquelas fofoqueiras, confidenciou pra ela que o marido dela tinha  uma amante. Isso a deixou muita chateada e  precisava tirar a limpo essa história! Para ela, o marido era muito carinhoso e sua fidelidade, até aquele momento, era incontestável. Mesmo assim, procurou o detetive Lucrécio.

- Não se preocupe minha senhora! Casos piores eu tenho resolvido! Isso pra mim, é “café pequeno”, disse o detetive, deixando aquela aflita senhora mais conformada. “Pé na estrada”, Lucrécio iniciou as investigações. Foram dois meses de um trabalho difícil, mas não impossível. Passo a passo, ele acompanhava as trajetórias do marido traidor. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, lá estava o sujeito em companhia de uma mulher que, cuidadosamente cobria o rosto para não ser descoberta.

Mas ai daquele que caísse nas mãos do detetive Lucrécio! Sorrateiramente, ele foi se aproximando do “misterioso” casal! – Em algum momento, ela vai ter que descobrir o rosto – pensou Lucrécio consigo mesmo. Demorou, mas chegou o momento! Pronto!!! É agora. Preparou a câmera preparada para fotos noturnas e... clik... clik... clik! Três fotos para não ter dúvidas! Deu maia volta e eufórico pelo sucesso da investigação, correu para casa a fim de revelar os negativos e saber quem era a ”cabeça de porco” que tomara o lugar da esposa traída.

Lucrécio teve um sobressalto ao ver a foto! Não é possível, pensou! Você??? Era a sua esposa! O feitiço virara contra o feiticeiro! A mulher que tanto sonhara ter como esposa e com ele construir um lar feliz? Parecia estar tendo um pesadelo! Sentiu que o mundo desmoronava ao seu redor! Viu se abrir um abismo diante de si! Pasmado, não acreditava que a “princesa” dos seus sonhos fosse capaz daquilo! A dor que sentia naquele momento era sem limites! Era como se tivesse recebido uma punhalada no coração.

Ah se soubesse que ser detetive não era tão deslumbrante como pensava! Deixara ser levado pelas emoções e olhem no que deu! Naquele momento lembrou-se das palavras do pai: “Minino, minino! Tu num sabe onde tás metendo a venta!” – Meu pai tinha razão! Acabei metendo o nariz onde não devia! – pensou ele sufocado pelas lágrimas. Um martírio tomava conta do seu coração: como relatar o fato à mulher traída? Chorar junto com ela? Fugir para bem longe e deixar tudo pra trás?

De repente, como se tivesse encontrado a resposta para suas perguntas, levantou-se daquela cadeira incômoda, limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos, juntou todo material que utilizara no trabalho, meteu tudo num saco e atirou num depósito de lixo.

Daquele momento em diante, Lucrécio nunca mais quis saber das palavras DETETIVE PARTICULAR! Agora, uma dúvida a ser resolvida: Ele não sabia se fora traído mais pela profissão ou simplesmente pela mulher amada!

MORAL DA HISTÓRIA: Nem sempre a primeira impressão é a que fica. Ela só perdura enquanto a percepção não chega.

- Criado por Adalberto Pereira –

                                                        -o-o-o-o-o-o-o-

COISAS DO SERTÃO NORDESTINO

 

                                                         A NOVENA

(História contada pelo saudoso Alício Barreto e adaptada por Adalberto Pereira)

Seu Tibério era um fazendeiro bem sucedido, criador de centenas de cabeças de gado e muito respeitado pela forma como tratava as pessoas, sem olhar se era rico ou pobre, feio ou bonito, preto ou branco. Era acima de tudo, muito, mas muito religioso! Todos os anos marcava presença na novena na cidade.

A segurança da fazenda “Cancela de Prata” estava nas mãos de Sebastião, a quem todos chamavam de Bastião, um negão de 1 metro e 80 de altura,  mais de 80 quilos de carne, osso e gordura, ignorante ao extremo, mas bastante cuidadoso. Todos os anos seu Tibério tentava levar Bastião para a novena, celebrada numa vila a uns cinco quilômetros da fazenda. Mas as tentativas nunca surtiam efeitos.

E o patrão sempre insistindo: - Bastião! O homem não pode viver longe de Deus! Nós precisamos ouvir as mensagens que os padres transmitem pra gente, homem! Vamos pra novena ouvir a pregação do vigário! – Era sempre assim todos os anos. Mas tudo aquilo não comovia o capataz. As palavras entravam por um ouvido e saiam pelo outro.

- Qui missa qui nada, patrão! Meu negóço é cuidar da roça e do gado! Lá de cima Nosso Sinhô tá vendo qui eu num sou má pessoa; ele tá vendo que eu sou um cara trabaiadô, antonce, pra quê missa? – Era a resposta de Bastião.

Mas como diz o ditado popular: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, naquele ano, Bastião acabou cedendo. Mas fez uma exigência: só ia se pudesse levar sua peixeira e seu facão, “instrumentos” dos quais ele não se separava nem nas horas das refeições. 

- Mas Bastião! Pra que levar peixeira e facão, rapaz?  Lá na missa só tem gente santa! Nem de polícia precisa! – Insistiu seu Tibério.

A peixeira ele aceitou deixar em casa, mas o facão! Ah, o facão, de jeito nenhum!  Esse ele não deixava nem que a vaca tossisse.  Ou ele levava o facão, ou nada feito! E como não tinha jeito mesmo, seu Tibério disse: - Tá bom, Bastião! Pode levar seu facão, mas esconda pra não chamar a atenção das pessoas.

Era normal naquela época do ano, os estudantes do Colégio Estadual de Patos formarem comitivas para participarem das novenas. Era mais para namorar as “matutinhas” do que mesmo pela necessidade de participar da novena. E onde tem estudante, muitas coisas “estranhas” acabam acontecendo, principalmente  quando Geraldo Mamede estava no comando!

Assim como um velório não tem graça sem a presença de um bêbado ou de um doido, as novenas não seriam novenas sem a presença de um santarrão! E lá estava um deles, ajoelhado e “mastigando” com os dedos as bolinhas do rosário. Era um careca, franzino e bem vestido, para dar bom exemplo de santidade.

Por trás, Bastião olhava ansioso para o lugar onde estava o altar. Por trás do capataz, o grupo de estudantes. O vigário chega e começa o sermão. Ele estava baseado na morte de Jesus Cristo. A mensagem começou com o vigário mostrando a santidade e a inocência do Filho de Deus, até que em dado momento, dava início a parte mais comovente da história. E lá vai o vigário:

- E Jesus Cristo foi julgado e preso por causa de Pilatos. Bastião se mexeu no lugar e alisou o cabo do facão, movimento que Geraldo Mamede não deixou passar despercebido.

- E Jesus Cristo foi açoitado, chicoteado, cuspido e maltratado, tudo por causa de Pilatos. Bastião não aguentou e resmungou: - Qui cabra safado esse tá de Pilato! E o padre prosseguiu:

- E Jesus Cristo, um homem santo e inocente, foi obrigado a carregar uma pesada cruz, sendo chutado, pisoteado e xingado, tudo por causa de Pilatos.

Foi aí que Bastião não aguentou mais e bradou: - E num tinha homi lá perto, não, pra defender esse homi?

Foi aí que Geraldo Mamede, aproveitando a revolta do capataz, apontou para o santarrão da frente, tocou no ombro de Bastião e disse: - Fique com raiva não, amigo! Pilatos já se arrependeu e está aí na frente, ajoelhado, pedindo perdão (disse isso e caiu fora).

Virado numa fera, Bastião arrastou o facão, deu uma lapada no religioso e gritou: - Cabra safado, tu faz o qui fez cum o homi e agora vem pra cá pedi perdão, infeliz! (e tome outra lapada).

O pobre homem largou o rosário e aos pulos saiu do local, enquanto seu Tibério chegava, tentando acalmar o Bastião que, ainda mais furioso e inconsolável, riscou o chão com o bico do facão e gritou: - SE TEM MAIS PILATO POR AQUI QUE APAREÇA!!

Foi o fim da novena. Os estudantes do CEP sumiram do local e, de longe, se divertiam com a cena inusitada. Daquele dia em diante, ninguém mais na Fazenda “Cancela de Prata” se arriscava convidar o Bastião para outros eventos religiosos celebrados nas redondezas.

- Adaptação de Adalberto Pereira –

OBS.: Este conto está no livro “Solos de Avena”, de Alício Barreto.

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