quarta-feira, 18 de novembro de 2020

NEM SEMPRE RECEBEMOS O QUE MERECEMOS!

 


                UMA COISA É UMA COISA! OUTRA COISA É OUTRA COISA!

Esta frase eu ouvi de uma jurada em determinado programa de televisão! Fiquei meio sem jeito, procurando entender o que ela queria dizer com aquilo! A frase continuava “martelando” na minha consciência! Meu Deus! O que aquela mulher pretendia dizer! Os meses foram passando, até que chegou a época da campanha política.

Para entender a frase daquela jurada, fui buscar subsídios em fatos do  passado. Alguns colegas de trabalho, radialistas queridos e respeitados pela sociedade, Arriscaram viver uma experiência diferente: se candidataram a diversos cargos eletivos. Uns conseguiram sucesso; outros só conseguiram decepção.

Com o olhar matemático, cheguei à óbvia conclusão de que o percentual dos “aprovados” foi bem abaixo da média esperada. A política não é um bom negócio para quem não tem a capacidade e a experiência de conviver com promessas enganosas, muitas deles absurdas, chegando a causar a desconfiança do eleitorado. Parece até piada, mas um candidato chegou a prometer levar uma praia para sua cidade.

Foram-se os tempos em que o candidato ganhava os votos pela simpatia e pela amizade. Naquela época, o eleitor ainda não havia provado o sabor dos “brindes” provocadores, oferecidos pelos candidatos em troca do seu voto. Eram eleitores honestos, verdadeiros cidadãos, cujo valor moral não tinha preço. Mas as coisas mudaram! Confiar no eleitor desonesto é um risco equivocado.

Certa vez o vereador Cláudio Barreto me procurou sugerindo a minha candidatura para a Câmara Municipal. Ele prometia de início, 600 votos que, segundo ele, somado aos possíveis 800 que eu certamente teria, me elegeria com um louvável 1.400 votos. Uma façanha para aquela época. Esse resultado me colocaria num lugar histórico na Casa Juvenal Lúcio de Sousa. Mesmo assim não me animei e preferi me contentar com o que eu gostava de fazer: ser radialista.

Hoje, passados muitos anos, uns 40 talvez, entristece-me ver amigos como Antônio Vieira e Miguel Felix que, apesar de sua empolgação, foram decepcionados por não alcançarem o seu objetivo maior, qual seja o de contribuir com o crescimento de Patos. Situação igual fica o companheiro Nestor Gondim, pessoa de uma credibilidade reconhecida que, apesar dos apelos não viu seu filho Paulo Gondim, sair vitorioso nas urnas.

Olhando para estas situações, eu pergunto a mim mesmo se vale a pena receber abraços, elogios e até condecorações se, no momento em que mais precisamos, os mesmos que estiveram ao nosso lado nos abraçando e nos “acariciando” com tapinhas nas costas, agora se afastam como se fôssemos estranhos no seu caminho.

Foi aí, depois de tanto tempo, que eu consegui interpretar a frase daquela jurada: “Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa”. Eu acredito que ela quis dizer: Uma coisa é você ser reconhecido como bom profissional; outra coisa é alguém pagar o salário que você merece. Na verdade, geralmente os bons profissionais nem sempre têm o seu valor reconhecido no momento em que mais precisam.

Conclusão: conhecendo as maldades da política e a deslealdade de muitos eleitores, até mesmo dos mais confiáveis amigos, nunca segui os conselhos daqueles que viam em mim grandes probabilidades de chegar a ocupar uma Cadeira na Câmara Municipal. Melhor permanecer na certeza de que seria um possível vencedor, do que viver a frustração de uma derrota.

- Por Adalberto Pereira –

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