A TRISTEZA DE PERDER UM AMIGO
O ano de 2020 não nos deixou bons momentos
que, em sua grande maioria, trouxeram angústia e desespero. E como se não
bastasse, levou consigo meu amigo Normando Sóracles, uma pessoa tão querida e
tão amada. O dia 25 de dezembro sempre será lembrado, não com aquela alegria
natalina, mas com a tristeza de uma lastimável separação.
Não é difícil falar sobre um cidadão, um
amigo e um companheiro que sempre soube construir ao seu redor uma “muralha” de
amigos que o respeitavam e o admiravam pela sua ousadia e capacidade
profissional. Sim! Quando se trata de NORMANDO SÓRACLES GONÇALVES, a alegria
nos invade superando a tristeza por sabermos que estamos diante de um ser
humano extraordinário.
Minha amizade com Normando começou quando eu
gerenciava a Rádio da Grande Serra. Lembro do momento em que o recebi em minha
sala a fim de solicitar um horário para apresentação de um programa. Ele foi
tão seguro em sua reivindicação que não houve como negar-lhe esta oportunidade.
E o programa foi um verdadeiro show; um líder absoluto em audiência.
Se Normando já era uma competência como
gerente da loja Mercadão dos Tecidos, como apresentador ele superou as expectativas.
Corajoso, enfrentou o Grupo Coelho, entrevistando no seu programa o então deputado
Gonzaga Patriota, inimigo ferrenho dos Coelhos. De Petrolina, recebia a ordem
para tirar o programa do ar, mas não o fiz e, juntos, enfrentamos os “poderosos”
de Petrolina.
Quando nós realizamos o Primeiro Congresso de
Poetas Repentistas da Região do São Francisco, em 1986, Normando imediatamente
nos procurou, colocando o Mercadão dos Tecidos como um dos patrocinadores, inclusive
se oferecendo para nos ajudar na apresentação. O sucesso alcançado pelo evento,
realizado no Clube ARCA, teve em Normando um dos grandes responsáveis pelo sucesso.
Normando era assim: destemido, meio moleque e
meio cabra da peste e, quando necessário, muito rigoroso em suas decisões.
Abraçava a todos com uma sinceridade incrível. Conquistava amizades e as
conservava como poucos sabiam fazer.
Foram 60 anos de vida profícua, tempo em que
enfrentou dificuldades como todo bom cidadão, até que foi vencido por um
terrível mal, que colocou um “ponto final” nos sonhos que ainda estavam por ser
realizados.
Levado para o Hospital São Camilo, na capital
cearense, Normando “jogou a toalha” diante da Covid-19, esta maldita ceifadora
de vidas humanas. Era uma hora da tarde de sexta feira dia 25 de dezembro. Os
planos de estar em família em um momento tão significante, não puderam ser
cumpridos. Foi um adeus que nós, como amigos, colegas e companheiros, não desejávamos
testemunhar.
Radialista, empresário, político, normando Sóracles Gonçalves Damasceno sempre
foi um apaixonado pelo rádio, onde sempre teve oportunidades de levantar
campanhas para pessoas necessitadas. Era um ser humano extraordinário e um
amigo respeitador e respeitado. Por incrível que pareça, foi ele o primeiro radialista a noticiar o
primeiro caso de Covid-19 em Juazeiro do Norte. Normando deixa viúva d. Adriana
Russo e órfãos os filhos Daniel Damasceno e Lívia Romana, ambos atuantes na
área de saúde.
Constrangidos e com o coração em lágrimas, somos afetados
por este momento tão lastimoso. Mas ainda nos resta uma gratidão por tudo que
ele fez e pelo exemplo que nos deixou. Esta gratidão vai para os seus
familiares, na certeza de que Deus os está consolando neste momento de angústia
e de dor.
Por tudo que NORMANDO SÓRACLES GONÇALVES DAMASCENO foi e
pelo que ele continuará representando como exemplo de trabalho, dedicação e
companheirismo, seu nome ficará registrado entre os nossos mais ilustres e saudosos
homenageados.
- Por Adalberto Pereira -.
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