segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

NEM TUDO VALE A PENA

 

                                                  O MUNDO INGRATO DA POLÍTICA


Gostaria de iniciar esta minha postagem com essas palavras proferidas por JESUS CRISTO: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Amem os seus amigos e odeie os seus inimigos’. Mas eu lhes digo: amem os seus inimigos e orem  pelos que perseguem vocês, para que vocês se tornem filhos do Pai de vocês que está no céu. Porque ele faz com que o sol brilhe sobre os bons e sobre os maus e dá chuvas tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal”.

 

Talvez você tenha ficado perplexo diante desta minha atitude! Mas vamos em frente, até que eu consiga alcançar o meu objetivo. Minha primeira experiência política foi aos 16 anos, em Campina Grande, na campanha do Sr. Severino Bezerra Cabral, para prefeito daquela cidade. De lá até os meus 53 anos convivi com alguns partidos (UDN, PSD, ARENA, MDB, PMDB, PFL, PDT, PTB) e diversos políticos, dos mais ao menos descarados, maldosos e meia dúzia de honestos. Ao longo dos anos, fui convidado a candidatar-me a vereador. Mesmo sabendo das possibilidades de sair vitorioso, temi ser contaminado pelo vírus da corrupção. Fui mais inteligente!

 

Durante muitos anos assessorei prefeitos e vereadores. Por muitas vezes redigi Proposições, Ofícios, Requerimentos e Projetos de Lei; tive a honra de coordenar programas radiofônicos e  comitês eleitorais. Preparei inúmeros discursos para candidatos em campanhas políticas.

Foram oito anos de assessoria na Câmara Municipal de Patos; sete anos de assessoria da Prefeitura Municipal da mesma cidade; quatro anos na assessoria da Câmara Municipal de Araripina e, ao todo, trinta e sete anos de vitórias e derrotas (1957-1994) na política.

Esse tempo foi suficiente para conhecer as mais diversas personalidades dos políticos e as mais estranhas artimanhas dos partidos em busca de sucessos a todo custo. Certo candidato me disse que para ganhar uma eleição, fazia acordo até com o Diabo e que depois de eleito daria um chute no traseiro dele e o mandaria para o inferno.

Tive meus momentos de alegrias e de decepções. Entregava-me de corpo e alma em defesa dos mais diversos propósitos e dos mais estranhos ideais. Vi discursões verbais entre vereadores se transformarem em agressões físicas (alguns que estiveram envolvidos vão ler e lembrar deste fato).

Usei de minha lealdade e de minha fidelidade político-partidárias e as recíprocas não foram verdadeiras. Fui vítima de ingratidão, mas mantive-me firme, sem levar em consideração a falta de reconhecimento dos ingratos. Conheço colegas que se elegeram e desistiram de uma possível reeleição, decepcionados com a realidade política.

Certa vez, em conversa com um determinado vereador muito amigo meu, ouvi-o dizer que era necessário abraçar os inimigos políticos na esperança de transformá-los em amigos. Foi aí que eu lhe disse: “Realmente, é bom que você aja assim, mas é mais importante abraçar os inimigos sem ser indiferente àqueles que lhe são fiéis”.

Hoje, esse mesmo cidadão, já esquecido por aqueles a quem abraçou como sendo seus “amigos”,  foi lançado no mundo dos esquecidos. Até tem recebido críticas injustas. Condeno ataques agressivos, por ser consciente de que ninguém é 100% correto, nem 100% incorreto. Principalmente quando colocamos em evidência o mundo podre e nojento da política.

Na política, todos merecem ser respeitados, mas nem todos merecem  confiança. Conheço pessoas que foram beneficiadas, por muitos anos, mas na primeira oportunidade “viraram a casaca” e caíram nos braços dos primeiros que lhes “estalaram o dedo”. Esses são os chamados OPORTUNISTAS, pessoas maliciosas, traiçoeiras, incapazes de conviverem em sociedade. São manchas negras, podres e indesejáveis numa sociedade que precisa de pessoas idôneas. São elementos de sorrisos hipócritas, prontos para o “bote” fatal contra os ingênuos.

Não tenho a memória curta, apesar da minha idade já avançada (72 anos). Ainda sou capaz de lembrar pessoas que bajularam ao máximo, determinados políticos e, hoje, cobertas pelos mantos da ganância e da covardia, lançam seus mais mortíferos “venenos” contra aqueles que as protegeram e muito fizeram em seu benefício.

Omito-me a citar nomes. Enoja-me ver que ainda existem pessoas assim. Entristece-me saber que elas sempre existirão e que ainda existem  políticos que depositam confiança em certos elementos.  Estes pobres e enganados políticos serão suas próximas vítimas. Basta esperar para ver. E como eu vou esperar!!!

Já estive ao lado de muitos políticos e convivi com vários partidos. Mudei de opiniões, mas nunca mudei de comportamento, ao ponto de denigrir a imagem de “A” ou de “B”, mesmo sendo vítima da covardia de uns e da indiferença de outros. Sempre mantive o bom caráter, uma herança paterna. Fiz questão de manter a amizade com todos, mesmo estando de lados opostos.

É por isso que sempre tenho livre acesso aonde vou e onde chego. Esforço-me para que a minha idoneidade moral seja sempre respeitada para o orgulho dos meus filhos e de todos os que me cercam.  Muitos ainda precisam  aprender que o respeito ao semelhante faz parte de uma política bem mais evoluída e agradável: a política da moralidade.

E foi acompanhando as mensagens postadas no Face book, todas elas com o intuito de defender ou acusar este ou aquele candidato, que resolvi escrever e publicar o que penso a respeito. De início, relutei, mas ao ver pessoas ingratas “massacrando” determinados cidadãos, não resisti.

A educação que recebi faz com que eu desconheça aquele que usou da ingratidão para comigo, sem fazer uso de termos agressivos. A indiferença é a maneira mais prática e mais saudável para tratarmos quem não merece a nossa confiança. Mostrar a verdade de forma elegante não faz mal a ninguém. Maltratar incita o outro lado a uma reação indesejada.

Há pessoas que não conseguimos esquecer, por mais que queiramos, inclusive nos meios políticos, onde encontrar homens de caráter não é uma tarefa fácil. Sinto muitas saudades de pessoas com a idoneidade moral dos saudosos  Edmilson Fernandes Motta e Rivaldo Medeiros da Nóbrega, de quem fui Assessor de Imprensa durante os seus governos.  

Conheci muitos outros iguais a eles, que prefiro não citá-los para evitar o desconforto da omissão. Que estes e outros de igual caráter não se incluam e nem se assemelhem aos indecentes, cujos exemplos são citados neste texto.

(Adalberto Pereira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário