segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

DE VOLTA AO LAR, DOCE LAR!

 

                                                            O PRIMEIRO RETORNO

Assim como temos a primeira viagem, certamente teremos o primeiro retorno. E isso foi o que aconteceu comigo em 2023, com a nossa primeira viagem do ano. O destino: Marcolândia, no Piauí.

No curto espaço de tempo em Marcolândia, não tive tempo para visitar os amigos na Câmara Municipal, na Rádio Arari FM e no Colégio Destak. O ponto negativo de uma dessas visitas foi saber, através do amigo Rômulo Jacó, que a FAFOPA encerrara suas atividades. Isso significa dizer que os cursos de Letras, Geografia, História, Ciências e Matemática deixaram de funcionar.

Até parece que o Poder Executivo não está agradando à população como um todo, principalmente na Vila Serrana, onde, segundo ficamos sabendo de pessoas ali residentes, a Prefeitura parece ter esquecido que aquela Vila pertence ao Município de Araripina. Mas eu não fui pesquisar os deslizes de uma administração e muito menos as suas benfeitorias.

Mas, apesar dos pesares, ainda deu para encontrar amigos como Rômulo Jacó e Batista do Posto Quatro Rodas, em Araripina. Também tivemos a alegria de encontrarmos a Hilda Nunes, a Flaucézia e outras pessoas dos nossos velhos tempos em Araripina, Em Marcolândia, meus encontros foram com os amigos Osvaldo e Alencar Costa, Antônio Carlos e mais uns dois ou três com acenos de bons cumprimentos.

A nossa ida à Marcolândia teve como objetivo principal participar do aniversário da minha sogra, d. Valdeni. A comemoração, mesmo sendo numa segunda-feira, dia 9, foi muito festejada. Houve até cerimônia religiosa e o número de presentes foi surpreendente. Tudo foi maravilhoso e emocionante, com as homenagens que lhe foram dirigidas.

O nosso retorno à Brasília aconteceu no dia 10 de janeiro Esta nossa aventura começou às 06:20, quando Eliomar chegou em sua Van, para nos levar da residência dos meus sogros, em Marcolândia até Picos, onde chegamos às 08:20 e de onde saímos às 09:08 com destino à Brasília. Lá se foram nossos primeiros 70 reais do dia.

O início da viagem foi tranquila, sem novidades para apresentar. O relógio marcava 10:26 quando chegamos à Oeiras, a primeira Capital do Piauí. Graças a Deus, não havia aparecido nenhum garotinho para tirar o nosso sossego com seus choros estridentes.

Nossa chegada a Floriano aconteceu às meio-dia. A tranquilidade da viagem até que chegava a me incomodar. Eu achava que aquilo era sinal para coisas não muito agradáveis que poderiam acontecer a qualquer momento.

A primeira troca de motoristas aconteceu na cidade de Itaueira, onde chegamos às 14:35. Queiramos ou não, a mudança de motoristas sempre nos deixa meio apreensivos. Este se apresentou e disse até onde ia e quantas horas estaria ao volante. Como de costume, ele deixou claro como seriam as regras da viagem.

Eu amo CDB! Isso foi o que eu vi estampado na praça principal da cidade de Canto do Buriti, onde acabamos de chegar. Para os curiosos, aquelas iniciais não passavam de motivos de questionamentos. Na verdade, elas significam "Eu amo Canto do Buriti". Ali estava estampado o carinho da população por Canto do Buriti, cidade onde chegamos por volta das 15:38. Descobri que gastamos exatamente uma hora desde que saímos de Itaueira.

E lá vamos nós cortando as rodovias piauienses. As chuvas que caíam por lá deixavam um verde meio encabulado, mas tirava aquela melancólica visão de outras viagens que por ali fizemos. Vez por outro, um roçado aparecia apresentando o milharal dando o ar de sua graça. Até o verde da soja encheram os meus olhos de felicidades.

A Cleide notou que a carga do seu celular estava se esgotado. Procurou um carregador, que deveria estar localizado entre as poltronas e não encontrou. Foi aí que lembrei as palavras do primeiro motorista: "... os carregadores estão localizados entre as poltronas; umas têm,,, outras não! E nem sei se funcionam!". Desânimo total! Pior é que os nossos "vizinhos" mais próximos enfrentavam o mesmo problema!

Fui verificar a situação do meu e vi que ainda estava com 83%. Dei graças a Deus e passei a ecomizar o máximo. Até as músicas e os filmes eu tive que renunciar. Para uma empresa como a Guanabara, não seria um bom exemplo restringir os direitos dos seus clientes. Até cheguei a duvidar se estava mesmo em um vaículo daquela conceituada empresa. O da nossa ida era bem diferente... até na cor.

Seguindo em frente, chegamos em Eliseu Martins por volta das  16:54. Alegrava-me saber que já haviamos vencido dez horas das trinta que separavam Brasília de Marcolândia. E a contagem regressiva continuava, enquanto nos deleitávamos com os matagais à direita e à esquerda.

Bem! Apesar de tudo, a viagem continuava. Eram 18:35 ainda do dia 10, quando chegamos na cidade de Cristino Castro. E tudo que consumíamos durante a viagem era muito caro. Como costumam dizer "os olhos da cara". Até parecia que estávamos no aeroporto Internacional de Brasília. Basta dizer que uma água mineral de 600ml "sacou" das minhas economias a bagatela de 8 reais. Uma Coca (pequena)variava entre 8 e 9 reais.

Arrisquei tomar um cafezinho, pelo qual paguei 4 reais. Mas ele até valeria o preço pago, se estivesse quentinho. Perguntei ao moço se o sorvete ali era gelado ou fazia concorrência com o café. Ele riu e disse: - Pague só dois reais pelo café. Ora! Frio como estava o cafezinho, e mesmo pagando a metade do preço cobrado, pensei lá comigo mesmo: "de graça ainda era caro"! 

Às 19:15 chegamos a Bom Jesus. A viagem em si nos proporciona muitas emoções, colocando diante de nós fatos agradáveis e desagradáveis. Por exemplo, ser obrigado a se servir de banheiros imundos, onde as palavras zelo e conforto ainda não encontraram guarida. Vi, por exemplo, um rapaz entrar em um deles já com a camisa servindo de protetor anti fedor.

Estava envolvido nesses e em outros pensamentos quando senti o ônibus fazer uma curva se desviando do seu trajeto. Estávamos entrando numa cidadezinha chamada Redenção. Aquele antigo lugarejo quase que desconhecido e abandonado, agora já é uma cidade. Pode não ser ainda uma metrópole, mas é bem interessante.

Olhei no relógio e vi que já eram 20:25 quando o ônibus parou na acanhada rodoviária local. Numa situação dessa sempre vem ao nosso pensamento a célebre pergunta: como essa gente sobrevive aqui, meu Deus? Então eu mesmo me respondo: calma, Adalberto! Tu também viveste nove meses no ventre de tua mãe, lugar bem menor que este! E estás aqui contando a história.

Saindo de Redenção, a próxima parada seria em Monte Alegre. Às 21:55, o motorista anunciava que sua missão já estava cumprida, desejando-nos uma boa viagem. O motorista substituto depois de se apresentar, informou que nos levaria  até a cidade de Barreiras e que seriam cinco horas de viagem. Este seria o nosso terceiro motorista desde a saída de Picos.

Ali, a demora foi rápida. Eu, que não durmo viajando e nem viajo dormindo, fui traído pelo cansaço. Que decepção! Passar por Gilbués e Correntes sem dar a mínima atenção, é pior do que acreditar na vitória de um candidato, cuja derrota já era algo inevitável. Mas aconteceu! Somos traídos até pelo abstrato cansaço.

Mas, independente dos revezes, a viagem continuava sem quaisquer anormalidades. Então, chegamos à Formosa do Rio Preto. O relógio marcava meia noite e 50 minutos. Olhei para Cleide, que havia acordado pela vigésima vez, e falei: filha, já vencemos 15 horas das trinta, isso quer dizer que estamos mais perto de casa. 

Mas nem tudo são flores, não é mesmo? De repente, entra um casal com dois filhos. O menor devia ter uns dois anos. E foi justamente este que nos deu a sensação de que a viagem passava a ser um pesadelo. Felizmente, este foi bem diferente daquele que enfrentamos na ida. Ele foi menos cruel chorando menos. O pai sempre procurava consolá-lo. E eu dei graças a Deus.

Às 03:04 da madrugada chegamos em Barreiras. Ali, a demora foi maior, pois, além da mudança de motoristas, o veículo foi levado para o seu abastecimento. O motorista que nos deixou, educadamente acenou da porta e nos desejou uma boa viajem. O que o substituiu não deu a mínima. Que sujeito mal educado! Pensei eu lá como "meus botões".

Se a alegria já era grande por termos chegado em Formosa do Rio Preto, ela se renovou ainda mais quando saímos de Barreiras. Foi, sem dúvida alguma, um grande alívio. Agora, era esperar por Luiz Eduardo Magalhães, que nos recebia às 05:04. Ufa!!! Que grande alívio.

Voltei a fazer as contas e alegrei-me ao concluir que só faltavam três cidades para chegarmos no Distrito Federal (Roda Velha, Alvorada do Norte e Formosa de Goiás). Às 06:30 chegávamos em Roda Velha. Afinal, o dia já havia amanhecido e a beleza do nascer do sol fez com que eu não resistisse e registrasse com três fotos aquele cenário Divino.

Confesso que me deu vontade de sair daquele veículo e dar um gostoso e demorado grito de "OBRIGADO, SENHOR!", quando o ônibus parou na rodoviária de Alvorada do Norte. Olhei para o relógio e notei que ele marcava 10 horas em ponto.. Faltavam apenas 5 horas! Parecia um sonho!

Duas horas e 10 minutos depois (12:10) chegávamos em Formosa de Goiás. Era hora de almoçar e de trocarmos de motoristas. E se o cara não se apresentou e nem deu "bolas" na chegada, não seria diferente ao ser substituído. Cheguei a pensar que ele estava com algum problema na empresa, ou havia brigado com a mulher.

Aproveitei para dar uma carga no meu celular e no da Cleide. Procurei saber de um rapaz funcionário do restaurante, sobre a distância para Brasília e educadamente ele disse que faltavam 104 quilômetros e seriam exatamente duas horas de viagem. Sorrindo, como uma criança que ganha um pirolito, passei a informação para Cleide.

Às 13:45 passamos por Planaltina. Eu olhava para todos os lados, como se estivesse procurando alguma coisa ou esperando ver alguém para gritar lá de dentro do ônibus: "EI, PESSOAL! CHEGUEI!". Mas quem nos recepcionou com vontade mesmo foi a forte chuva que caía sobre o DF. Não importava! Eu já estava praticamente em casa. Era questão de mais um pouquinho de paciência.

O fato que nos deixou entristecidos só veio acontecer ao entrarmos em Planaltina, quando ouvimos insistentes batidas na porta que dá acesso à cabine do motorista: era um rapaz que ficaria na rodoviária daquela cidade e que, ao sentir que o ônibus não pararia na rodoviária local, ficou apavorado. Lamentavelmente, o motorista não levou em consideração o desespero do passageiro, que foi obrigado a seguir até a rodoviária de Sobradinho.

Bem! Afinal, estamos na Rodoviária Interestadual de Brasília. Eram 14:30. Agora era providenciar um UBER. Isso nós deixamos por conta da nossa filha Joycecleide, que conseguiu um no valor de 43 reais. Não foi uma viagem com muitas emoções, como a de ida, mas deu para fazer um relato completo, mas sem graça nenhuma. Ufa!!! Terminei!!! 

Agora, só no próximo ano, se DEUS quiser e se os sistemas político e judiciário que mandam e desmandam, permitirem.

- Por Adalberto Pereira -                            


 


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