quinta-feira, 16 de agosto de 2018


O QUE ACONTECEU COM  A VERDADEIRA IGREJA DE DEUS?

(Adalberto Claudino Pereira)

          Por que as igrejas estão cada vez mais vazias, principalmente na questão espiritual?
          Por que os jovens estão cada vez mais distantes de Deus e cada vez mais próximos do mundo?
          O visível crescimento numérico de evangélicos é positivo ou negativo para o Cristianismo?
          Será que temos uma Bíblia para o passado e outra para o presente?
          Quem mudou afinal? O Evangelho ou os seus pregadores? Qual a diferença entre os apóstolos de Jesus Cristo e os pastores contemporâneos?
          Finalmente, qual o verdadeiro objetivo da Igreja de Cristo? Transformar ou ser transformada?
Ponto 1 – O enfraquecimento do Evangelho começou com a desenfreada criação de denominações, frutos da insatisfação de uns e do interesse material de outros.
                   As palavras santas e sagradas se transformaram em produtos a serem comercializados. O ministério pastoral passou a ser mais uma opção profissional das mais rentáveis.
           Enquanto muitos fiéis vivem em estado deplorável, pastores comem do bom e do melhor. Quem desperta para esta realidade enfraquece na fé e abandona a igreja.
          A missão de pregar o Evangelho foi aos poucos transferida para as “ovelhas”, que passaram a ser culpadas pelas falhas dos seus pastores. Estes preferem ficar acomodados em seus luxuosos gabinetes.
          Os corações e as igrejas estão cada vez mais vazios espiritualmente. Afastadas da missão de pregar a mensagem da salvação, as igrejas passaram a brigar entre si, enquanto Satanás aplaude sentado no seu trono maligno.
Ponto 2  -  Para garantir a presença dos jovens, as igrejas criaram momentos de lazer, onde os assuntos fluem das mais diversas formas. São assuntos para todos os gostos, que vão desde os filmes às peças teatrais e aos shows modernos dos mais sofisticados grupos musicais.
          Lamentavelmente, os estudos bíblicos estão ultrapassados e a Bíblia passou a ser um produto em extinção. Ela foi substituída pelos mais sofisticados celulares. A grande maioria prefere mantê-la na biblioteca, como objeto de exposição.
          Mostrando uma omissão sem precedentes a tudo que acontece ao seu redor, os pastores preferem preservar o silêncio. Acham eles que, se admoestados, os jovens deixam a igreja e vão para o mundo.
          A presença do pastor nas programações da mocidade é coisa do passado. Eles podem atrapalhar o que eles dizem ser “momentos só dos jovens”. A mentalidade é:  jovens devem cuidar de jovens, porque eles se entendem. As idéias dos pastores estão ultrapassadas. Agora tudo é muito diferente.
          E os hinários? Ora, eles são para os velhos caducos. O que movimenta a juventude evangélica são as bandas famosas, com shows mirabolantes e jogos de luzes enlouquecedores. Os compositores modernos viraram “ídolos” dos “salvos” pela Graça.
Parte 3  -  Com apenas 3% da população brasileira nas décadas de 50 e 60, o povo de Deus era muito mais feliz e o Espírito Santo atuava nos cultos de louvor e adoração.  Há entre os evangélicos uma alegria contagiante diante do crescimento do povo de Deus, segundo as estatísticas.
          Sair do incômodo 3% e alcançar 16% pode ter sido uma preocupação visível da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (C.N.B.B.). Para mim, foi apenas mais um motivo de reflexão. Será que isso representa, na realidade, um avanço ou um retrocesso na vida espiritual do chamado povo de Deus?
          Pregar o Evangelho da Salvação no presente século é um grande desafio. Os maus exemplos dos líderes religiosos, refiro-me aos que foram “escolhidos” por Deus para a árdua missão, fazem com que a Mensagem da Cruz seja rejeitada pela grande maioria. E cada vez mais os seminários evangélicos estão formando pessoas incompetentes com péssimos exemplos.
          Muitos chegam a perguntar: Finalmente, o que aconteceu com a Igreja de Cristo? Quem mudou? O Evangelho ou seus pregadores? Considerando-se o que Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos e as doutrinas ensinadas pelos pregadores modernos, ficamos diante de um quadro lamentável. A conclusão a que chegamos é a de que existe uma crescente comercialização do Evangelho de Cristo.
          Se as igrejas são rentáveis, pouco importa a espiritualidade dos que as freqüentam. Quanto mais gente melhor; quanto maiores  forem  os dízimos e as ofertas, maior será o status e mais confortáveis os templos. Do lado de fora, os olhos fulminantes dos inimigos do Evangelho e as línguas pontiagudas atacam por todos os lados.
          E o Evangelho que deveria ser o “passaporte” para a salvação dos pecadores, nada mais é do que uma peça a ser negociada entre os que dão mais. Fidelidade, humildade, comunhão, amor ao próximo, tudo passou a ser coisas do passado. A igreja primitiva é vista como algo superado; algo que o tempo deixou para trás, sufocada pelo modernismo.
          A Bíblia do passado era muito cruel, muito exigente, muito chata. Então, que tal transformá-la em algo mais atraente? Então vamos lá! Agora sim, já temos Bíblias para crianças, para jovens, para mulheres; Bíblias pretas, vermelhas, verdes, lilás e até vinho. São Bíblias para todos os gostos. Mas se ela é chata para conduzir, vamos para os celulares. Aí a identidade do “crente” fica camuflada! Que legal!!!
          A final, qual é o verdadeiro objetivo da Igreja de Jesus Cristo? Eu aprendi que a Igreja veio para transformar o mundo através da pregação da Palavra de Deus. Aprendi também que a Salvação do pecador vem pela pregação da Palavra, pois como os pecadores ouvirão a Palavra se não tem que pregue? A maior missão dos apóstolos foi “IR POR TODO O MUNDO PREGANDO O EVANGELHO”.
          A verdade que não nos deixa felizes em mostrar é esta: o mundo invadiu as igrejas evangélicas com o objetivo de “segurar” as pessoas, de forma que elas se sintam em lugares parecidos com os que o mundo oferece. O que era pecado no passado, passou a ser tolerado no presente. As disciplinas aplicadas se transformaram em prêmios, ao invés de castigo. Adulterar, por exemplo, é um pecado que pode ser reparado com um simples afastamento das atividades da igreja.
          Aí o sujeito pensa assim: ora, se eu adultero, se eu pratico desonestidade e a minha salvação continua garantida, como se nada tivesse acontecido de anormal, então eu vou ficando por aqui enganando a Deus.  E assim caminha a igreja de Deus. Aos trancos e barrancos, lá vamos nós, prontos para recebermos a COROAS DA VIDA!
          Isso me faz lembrar umas crianças filhas de pais crentes que resolveram brincar, enquanto suas famílias se reuniam num encontro informal. Uma delas gritou: - vamos brincar de igreja! Eu sou o pastor e vocês as ovelhas! Hoje eu me vejo como se estivesse no meio daquelas crianças.
          Fala-se muito em COSMOVISÃO, referindo-se à maneira de vermos a Mensagem Divina. Aí fizeram uma grande confusão. Tomando essa tal “cosmovisão” como base doutrinária, muitos passaram a discuti-la com muita veemência, chegando ao ponto de colocá-la como algo extraordinário. Já vi crentes incultos ficarem apavorados, pensando que se tratava de algo parecido com visão do inferno; algo apavorante.
          É muito fácil dar graças a Deus pela liberdade que temos de pregar o evangelho sem sermos perseguidos como os nossos antepassados. Mas se considerarmos que eles eram perseguidos por incomodarem os incrédulos, chegaremos à lamentável conclusão de que não estamos incomodando ninguém. Aí diríamos: - Misericórdia, Senhor!
          Dizer ao incrédulo que ele vai para o inferno se continuar se curvando e prestando culto aos ídolos ou invocando pessoas mortas, não é uma agressão, mas uma realidade bíblica que deve ser dita, mesmo que isso venha a desagradar. João Batista foi sacrificado por dizer a verdade à mulher de Herodes. Se não temos a coragem de pregar o verdadeiro Evangelho, o que estamos fazendo, afinal?
          Moisés não se acovardou diante de Faraó! Ele abdicou de tudo que tinha direito como integrante da família real e ficou do lado do povo de Deus. Por várias vezes ele desafiou Faraó e se manteve fiel a Deus. E nós o que estamos fazendo, afinal? Será para nós motivo de alegria esta liberdade que temos? Será que não estamos pregando um Evangelho agradável aos olhos dos incrédulos?
          Noé enfrentou a ironia e o desprezo por seguir as orientações de Deus para construir uma arca numa região onde não chovia. Ele perseverou confiante no Senhor e venceu. José resistiu à tentação da mulher de Potifar, foi preso e torturado injustamente, mas venceu pela fé e pela obediência a Deus. E nós, o que estamos fazendo com a nossa fé? Será que é esta a igreja que queremos para nós?
           Seria amplamente positivo para o Evangelho de Jesus Cristo, se ele fosse pregado com a mesma ênfase como se prega a Reforma Protestante. Aí vem a pergunta: A igreja primitiva era uma igreja reformada? O que aconteceu com a Igreja de Deus que precisou de uma Reforma tão brusca? Ou a Reforma foi apenas um movimento interno da igreja católica?
          Se foi realmente um movimento para reformar a Igreja católica, por que  é tão comemorada pelos evangélicos? O que temos nós com isso? A igreja primitiva cobrava indulgências? Ela pregava a salvação pelas obras? Ela prestava cultos aos ídolos? Quais os apóstolos que iniciaram o movimento reformista?
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