ENSAIO PARA UM PAÍS MELHOR
Muito se tem discutido a respeito da redução da
maioridade penal. A população se manifesta, cada um mostrando sua revolta
diante da impunidade aos menores delinquentes (bandidos mirins).
Os politiqueiros usam o tema como um dos pontos
estratégicos de suas campanhas. Os que podem fazer alguma coisa cruzam os
braços, como se nada estivesse acontecendo.
Certa vez, e não faz muito tempo, fui abordado por um
jovem metido a expert na política. Ele queria saber a minha opinião. Olhei nos
olhos dele e respondi:
- Eu deixaria como está. O menor infrator deve ser
levado para um centro de reabilitação, como é feito atualmente!
O jovem ficou meio decepcionado e espantado lembrou:
- Mas o senhor disse certa vez que se dependesse do
senhor as coisas funcionariam de forma diferente!
Novamente olhei nos olhos dele e respondi:
- Sim! Até aí eu deixaria como está. Faria só um
adendo: Depois de passar pelo centro de
recuperação e ao chegar à maioridade, o infrator seria conduzido imediatamente
para a Penitenciária, onde ficaria até ser julgado e condenado pelo crime
cometido!
O jovem então tentou me intimidar:
- Mas assim não teria penitenciária para acumular
tantos jovens infratores!
Mais uma vez olhei nos seus olhos e enfraquecendo toda
a tentativa de me desafiar, respondi:
- Meu jovem! A causa maior das superlotações nos
presídios são as mordomias concedidas aos que aterrorizam a paz das famílias.
Quando bandido for tratado como bandido e cidadão como cidadão, o marginal
pensará dez vezes antes de praticar seus delitos. Fique certo de que sabendo
que vai pagar pelos crimes cometidos ao atingir a maioridade, o bandido mirim
vai pensar antes de agir!
Aproveitando o impacto que a resposta causara, eu
continuei:
- Eliminando a
redução penal, considerando todos os
crimes inafiançáveis, acabando com as
visitas íntimas, tornando incomunicáveis
todos que praticarem sequestros, assaltos, crimes contra as mulheres, crianças,
idosos e militares, enfraquecendo os poderes das comissões de direitos humanos,
eu te garanto que sobrariam espaços nas penitenciárias. Muitas delas poderiam
ser transformadas em escolas e até em creches.
O jovem emudeceu, baixou a cabeça, deu meia-volta e
desapareceu na primeira esquina que encontrou. Nunca mais o encontrei para um
novo e saudável bate-papo!
É sempre assim: quando você apresenta soluções para os
mais preocupantes problemas sociais, os que se acham inteligentes desmoronam no
próprio abismo de sua ignorância.
OBS.: A solução para os grandes e preocupantes
problemas que afligem o nosso país começa por uma mudança radical do Código
Penal no Código de Processo Penal e de uma reforma imediata da Constituição
Federal.
A flexibilidade das nossas Leis promove a
desestruturação social, política e econômica do país. Precisamos voltar
urgentemente ao tempo da DURA LEX SED LEX. Todos precisam ser tratados de forma
linear, com os mesmos direitos e deveres, independente dos cargos que ocupam e
dos diplomas que expõem nas galerias da fama.
As celas dos negros, brancos, ricos, pobres, machos e
fêmeas não podem e nem devem ser diferenciados. Todos os crimes por estes
praticados devem ser julgados seguindo os mesmos critérios. A Lei Maria da
Penha, por exemplo, não pode ser diferente das leis inscritas nos Códigos
Penais.
Uma lei menor não estará acima de uma lei maior!
Privilégios não condizem com a realidade de uma nação onde as Leis devem ser
cumpridas com rigor.
Sem protecionismo e sem conivência com a politicagem
corrupta e destruidora do caráter humano, iniciaremos as mudanças que tanto
precisamos para a moralização nacional.
Por Adalberto Pereira.
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