PREGANDO A VERDADE
COM CORAGEM E SERIEDADE.
Parte 9 continuação
INVESTINDO O TEMPO NO SACERDÓCIO
“Há tempo de nascer
e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo
de matar e tempo de curar; tempo de
derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear
e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar
pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e
tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e
tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo
de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” Eclesiastes 3:2-8).
Assim é a ação de
Deus na vida de cada um de nós e, quer queiramos, quer não, todos passamos por
estas fases da vida. Isso significa dizer que nem tudo são flores,
principalmente para aqueles que se esforçam para fazer coisas agradáveis aos
olhos do Senhor.
Há quem pense que
tudo na vida do crente se resulta em vitórias, em coisas agradáveis. Para
aqueles que recebem de Deus a missão de pregar a Palavra, os momentos de
provações são quase que constantes. Quem não estiver disposto, desista antes de
prejudicar a igreja de Cristo. Minha mãe costumava dizer: “quem não pode com o
pote, não pegue a rodilha!”.
O mensageiro do
Evangelho não pode servir a “dois senhores”. Ou ele está disposto a servir a
Deus, ou não arrisque uma sorte que não virá. Em se tratando das coisas
Divinas, ou é ou deixa de ser. Não existe meio termo. Ou o “escolhido” se
entrega de corpo e alma, ou o seu ministério vira um caos.
Poderíamos iniciar
esta nona parte de uma forma menos contundente, mas isso não seria bom para
mostrarmos o quanto é importante seguirmos a vontade de Deus, sem regalias e
sem justificativas injustificáveis. Então resolvi começar assim.
Não foi uma vez ou
duas vezes que fui procurado por membros de igrejas lamentando a ausência do
pastor em suas vidas. Um deles chegou a dizer que estava na igreja, como membro
ativo há 10 anos e nunca recebeu a visita do seu pastor. Falta tempo?
Declarações como
esta se repetem, sem levarmos em consideração aqueles que se mantêm calados,
mas que guardam dentro de si a mesma decepção. Eu os ouvia em silêncio e nem
sabiam eles que eu também fazia parte desta triste estatística.
Eu tinha 21 anos e
era membro de uma igreja, cujo pastor, de bicicleta, visitava as casas de suas
ovelhas, quando notava a ausência de uma ou de algumas delas no culto do
domingo. Era daquele tipo de pastor dedicado e preocupado com o dia a dia do
seu rebanho. Por duas vezes eu o encontrei empurrando a bicicleta com o pneu
furado.
Ele fez do seu ministério
um sacerdócio. Vinte anos depois, conversando com uns irmãos a respeito das
mudanças na igreja do Senhor, citei o exemplo daquele pastor. Fiquei pasmado
quando um dos irmãos disse que o pastor tem uma família para cuidar e não pode
cuidar da família dos outros.
Não quis fazer
quaisquer considerações sobre o que dissera aquele irmão, preferindo ouvi-lo em
silêncio. Mas de uma coisa eu tive certeza: é por conta de crentes como aquele
que os pastores se acomodaram e a igreja de Cristo sofre as drásticas
consequências.
Jesus Cristo o dono
da Igreja, não deixou os seus discípulos enganados, quando os mandou sair pelo
mundo pregando o Evangelho da salvação. Ele poderia dizer: - Podem ir
tranquilos que o meu Pai não vai deixar que nada de mal aconteça a vocês;
ninguém vai incomodá-los!
Pelo contrário! Ele
os mandou como cordeiros para o meio dos lobos e ainda disse que eles seriam
odiados, perseguidos, presos e até mortos por pregarem o Evangelho. Ou seja,
Jesus deixou bem claro que não era nada fácil levar a palavra de Deus aos incrédulos.
A missão de Jesus
Cristo não foi nada cômoda. Aos que desejaram segui-lo ele disse: “... As
raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem
onde reclinar a cabeça” (Mateus 8:20).
É muito fácil subir
ao púlpito e dizer para os fiéis que eles precisam ser a “imagem e semelhança
de Jesus Cristo”; que “eles precisam ser imitadores de Cristo”. Que tal começar pelo próprio pregador?
Conheci um padre que dizia, em tom de brincadeira: “faça o que eu digo, mas não
faça o que eu faço”. A vida espiritual dele era um desastre.
Viver o que se
prega é muito diferente de pregar o que não se vive. É aquele abismo sem fim
entre a teoria e a prática. Igrejas estão se fechando por não terem uma renda
que segure os altos salários exigidos pelos “escolhidos pelo Espírito Santo”
para a árdua missão de pregar o evangelho.
Falta tempo para
cuidar do rebanho; falta coragem para ir em busca da ovelha desgarrada; falta
tempo para o cumprimento da sagrada missão. Mas sobra tempo para atividades
paralelas, que nada representam, considerando-se a vontade de Deus para suas
vidas sacerdotais.
Já assisti a
diversas ordenações de pastores, nas mais diversas denominações. São momentos
inesquecíveis! Joelhos no chão, mãos postas sobre o “escolhido”, orações de
chamar a atenção dos anjos de Deus, abraços e sorrisos emocionantes, enfim, uma
pregação comovente. Depois, tudo é a mesma coisa! No final ainda tem crente que
diz: FOI UMA BÊNÇÃO!
Certa vez um pastor
me disse que Investir o tempo no sacerdócio, é coisa do passado. Segundo ele, o tempo mudou
e a realidade é outra! Tudo agora é moderno. Até as Bíblias e os Hinários foram
substituídos pelos celulares e pelos tabletes. Os púlpitos, antes consagrados
ao Senhor, já servem até para colocar objetos pessoais, inclusive lanches.
Algumas igrejas se
esforçam ao máximo para promoverem seus pastores, custeando suas despesas para
cursos de mestrado e doutorado, afastando-os das igrejas pequenas. Com diplomas
nas mãos, a próxima investida de muitos deles é procurar um aprisco mais
pomposo. Estes viraram verdadeiros mercenários, negociando a palavra de Deus,
em busca de “quem dá mais”.
Mas nem todos se
calam diante de uma pergunta como esta. Um deles teve a petulância de dizer que
seria uma falta de consideração e respeito mandar um pastor “qualificado” para
um lugar sem o devido conforto para ele e sua família, um lugar onde não
tivesse um bom colégio para seus filhos. É uma reposta irritante, mas que nos
obriga a sermos tolerantes.
Certa vez fui
convidado para proferir uma palestra para jovens de uma determinada igreja.
Como a plateia era de uma faixa etária entre 17 e 22 anos, falei sobre namoro,
noivado e casamento. Nunca mais fui chamado. Eles não suportaram ouvir a
verdade. Eu expus o que eles precisavam ouvir. Não gostaram!
Ninguém tem coragem
de me convidar para dirigir estudos bíblicos. Eles são muito pesados para quem
vive uma era moderna e para quem frequenta uma igreja acostumada com pregações
cômodas e repletas de promessas coloridas. Igrejas que seguem as tradições dos
seus fundadores, ocultando uma realidade bíblica que fere e incomoda.
Respeito todos os
pastores, missionários e evangelistas que, como pessoas humanas, são de boa
índole e merecedores da nossa admiração, mas não vou me calar diante daqueles
que não cumprem com dignidade a missão tão gloriosa que lhe foi confiada. Eu
estaria cometendo o pecado da omissão.
Conduzir o rebanho
do Senhor não é para quem quer, mas para quem realmente teve momentos de oração,
pediu orientação Divina e foi tocado pelo Espírito Santo do Senhor. Estes,
realmente foram chamados para restaurar a confiança, o respeito e a
credibilidade que o Evangelho da Salvação perdeu ao longo dos anos, por conta
de pastores despreparados.
- Por Adalberto
Pereira -
AGUARDE
CONTINUAÇÃO - PARTE 10
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