sábado, 18 de abril de 2020

OS PREGADORES DA VERDADE - Parte 9


PREGANDO A VERDADE COM CORAGEM E SERIEDADE.  
Parte 9                 continuação
            INVESTINDO O TEMPO NO SACERDÓCIO
“Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar;  tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” Eclesiastes 3:2-8).
Assim é a ação de Deus na vida de cada um de nós e, quer queiramos, quer não, todos passamos por estas fases da vida. Isso significa dizer que nem tudo são flores, principalmente para aqueles que se esforçam para fazer coisas agradáveis aos olhos do Senhor.
Há quem pense que tudo na vida do crente se resulta em vitórias, em coisas agradáveis. Para aqueles que recebem de Deus a missão de pregar a Palavra, os momentos de provações são quase que constantes. Quem não estiver disposto, desista antes de prejudicar a igreja de Cristo. Minha mãe costumava dizer: “quem não pode com o pote, não pegue a rodilha!”.
O mensageiro do Evangelho não pode servir a “dois senhores”. Ou ele está disposto a servir a Deus, ou não arrisque uma sorte que não virá. Em se tratando das coisas Divinas, ou é ou deixa de ser. Não existe meio termo. Ou o “escolhido” se entrega de corpo e alma, ou o seu ministério vira um caos.
Poderíamos iniciar esta nona parte de uma forma menos contundente, mas isso não seria bom para mostrarmos o quanto é importante seguirmos a vontade de Deus, sem regalias e sem justificativas injustificáveis. Então resolvi começar assim.
Não foi uma vez ou duas vezes que fui procurado por membros de igrejas lamentando a ausência do pastor em suas vidas. Um deles chegou a dizer que estava na igreja, como membro ativo há 10 anos e nunca recebeu a visita do seu pastor. Falta tempo?
Declarações como esta se repetem, sem levarmos em consideração aqueles que se mantêm calados, mas que guardam dentro de si a mesma decepção. Eu os ouvia em silêncio e nem sabiam eles que eu também fazia parte desta triste estatística.
Eu tinha 21 anos e era membro de uma igreja, cujo pastor, de bicicleta, visitava as casas de suas ovelhas, quando notava a ausência de uma ou de algumas delas no culto do domingo. Era daquele tipo de pastor dedicado e preocupado com o dia a dia do seu rebanho. Por duas vezes eu o encontrei empurrando a bicicleta com o pneu furado.
Ele fez do seu ministério um sacerdócio. Vinte anos depois, conversando com uns irmãos a respeito das mudanças na igreja do Senhor, citei o exemplo daquele pastor. Fiquei pasmado quando um dos irmãos disse que o pastor tem uma família para cuidar e não pode cuidar da família dos outros.
Não quis fazer quaisquer considerações sobre o que dissera aquele irmão, preferindo ouvi-lo em silêncio. Mas de uma coisa eu tive certeza: é por conta de crentes como aquele que os pastores se acomodaram e a igreja de Cristo sofre as drásticas consequências.
Jesus Cristo o dono da Igreja, não deixou os seus discípulos enganados, quando os mandou sair pelo mundo pregando o Evangelho da salvação. Ele poderia dizer: - Podem ir tranquilos que o meu Pai não vai deixar que nada de mal aconteça a vocês; ninguém vai incomodá-los!
Pelo contrário! Ele os mandou como cordeiros para o meio dos lobos e ainda disse que eles seriam odiados, perseguidos, presos e até mortos por pregarem o Evangelho. Ou seja, Jesus deixou bem claro que não era nada fácil levar a palavra de Deus aos incrédulos.
A missão de Jesus Cristo não foi nada cômoda. Aos que desejaram segui-lo ele disse: “... As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8:20).
É muito fácil subir ao púlpito e dizer para os fiéis que eles precisam ser a “imagem e semelhança de Jesus Cristo”; que “eles precisam ser imitadores de Cristo”.  Que tal começar pelo próprio pregador? Conheci um padre que dizia, em tom de brincadeira: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. A vida espiritual dele era um desastre.
Viver o que se prega é muito diferente de pregar o que não se vive. É aquele abismo sem fim entre a teoria e a prática. Igrejas estão se fechando por não terem uma renda que segure os altos salários exigidos pelos “escolhidos pelo Espírito Santo” para a árdua missão de pregar o evangelho.
Falta tempo para cuidar do rebanho; falta coragem para ir em busca da ovelha desgarrada; falta tempo para o cumprimento da sagrada missão. Mas sobra tempo para atividades paralelas, que nada representam, considerando-se a vontade de Deus para suas vidas sacerdotais.
Já assisti a diversas ordenações de pastores, nas mais diversas denominações. São momentos inesquecíveis! Joelhos no chão, mãos postas sobre o “escolhido”, orações de chamar a atenção dos anjos de Deus, abraços e sorrisos emocionantes, enfim, uma pregação comovente. Depois, tudo é a mesma coisa! No final ainda tem crente que diz: FOI UMA BÊNÇÃO!
Certa vez um pastor me disse que Investir o tempo no sacerdócio,  é coisa do passado. Segundo ele, o tempo mudou e a realidade é outra! Tudo agora é moderno. Até as Bíblias e os Hinários foram substituídos pelos celulares e pelos tabletes. Os púlpitos, antes consagrados ao Senhor, já servem até para colocar objetos pessoais, inclusive lanches.
Algumas igrejas se esforçam ao máximo para promoverem seus pastores, custeando suas despesas para cursos de mestrado e doutorado, afastando-os das igrejas pequenas. Com diplomas nas mãos, a próxima investida de muitos deles é procurar um aprisco mais pomposo. Estes viraram verdadeiros mercenários, negociando a palavra de Deus, em busca de “quem dá mais”.
Em uma conversa informal com um pastor, perguntei-lhe por que o Espírito Santo não manda um pastor com mestrado e doutorado para uma igrejinha do interior e ele ficou tão encabulado que nem teve coragem de inventar uma resposta que lhe tirasse daquele embaraço. Até parece que o Espírito Santo desses pastores é especial e bastante camarada.

Mas nem todos se calam diante de uma pergunta como esta. Um deles teve a petulância de dizer que seria uma falta de consideração e respeito mandar um pastor “qualificado” para um lugar sem o devido conforto para ele e sua família, um lugar onde não tivesse um bom colégio para seus filhos. É uma reposta irritante, mas que nos obriga a sermos tolerantes.
Certa vez fui convidado para proferir uma palestra para jovens de uma determinada igreja. Como a plateia era de uma faixa etária entre 17 e 22 anos, falei sobre namoro, noivado e casamento. Nunca mais fui chamado. Eles não suportaram ouvir a verdade. Eu expus o que eles precisavam ouvir. Não  gostaram!
Ninguém tem coragem de me convidar para dirigir estudos bíblicos. Eles são muito pesados para quem vive uma era moderna e para quem frequenta uma igreja acostumada com pregações cômodas e repletas de promessas coloridas. Igrejas que seguem as tradições dos seus fundadores, ocultando uma realidade bíblica que fere e incomoda.
Respeito todos os pastores, missionários e evangelistas que, como pessoas humanas, são de boa índole e merecedores da nossa admiração, mas não vou me calar diante daqueles que não cumprem com dignidade a missão tão gloriosa que lhe foi confiada. Eu estaria cometendo o pecado da omissão.
Conduzir o rebanho do Senhor não é para quem quer, mas para quem realmente teve momentos de oração, pediu orientação Divina e foi tocado pelo Espírito Santo do Senhor. Estes, realmente foram chamados para restaurar a confiança, o respeito e a credibilidade que o Evangelho da Salvação perdeu ao longo dos anos, por conta de pastores despreparados.
- Por Adalberto Pereira -
AGUARDE CONTINUAÇÃO     -     PARTE 10
                                     -o-o-o-o-o-o-o-

Nenhum comentário:

Postar um comentário