Esta frase eu ouvi de uma jurada em determinado programa de televisão!
Fiquei meio sem jeito, procurando entender o que ela queria dizer com aquilo! A
frase continuava “martelando” na minha consciência! Meu Deus! O que aquela
mulher pretendia dizer! Os meses foram passando, até que chegou a época da
campanha política.
Para entender a frase daquela jurada, fui buscar subsídios em fatos
do passado. Alguns colegas de trabalho,
radialistas queridos e respeitados pela sociedade, Arriscaram viver uma
experiência diferente: se candidataram a diversos cargos eletivos. Uns
conseguiram sucesso; outros só conseguiram decepção.
Com o olhar matemático, cheguei à óbvia conclusão de que o percentual
dos “aprovados” foi bem abaixo da média esperada. A política não é um bom
negócio para quem não tem a capacidade e a experiência de conviver com
promessas enganosas, muitas deles absurdas, chegando a causar a desconfiança do
eleitorado. Parece até piada, mas um candidato chegou a prometer levar uma
praia para sua cidade.
Foram-se os tempos em que o candidato ganhava os votos pela simpatia e
pela amizade. Naquela época, o eleitor ainda não havia provado o sabor dos
“brindes” provocadores, oferecidos pelos candidatos em troca do seu voto. Eram
eleitores honestos, verdadeiros cidadãos, cujo valor moral não tinha preço. Mas
as coisas mudaram! Confiar no eleitor desonesto é um risco equivocado.
Certa vez o vereador Cláudio Barreto me procurou sugerindo a minha
candidatura para a Câmara Municipal. Ele prometia de início, 600 votos que,
segundo ele, somado aos possíveis 800 que eu certamente teria, me elegeria com
um louvável 1.400 votos. Uma façanha para aquela época. Esse resultado me
colocaria num lugar histórico na Casa Juvenal Lúcio de Sousa. Mesmo assim não
me animei e preferi me contentar com o que eu gostava de fazer: ser radialista.
Hoje, passados muitos anos, uns 40 talvez, entristece-me ver amigos como
Antônio Vieira e Miguel Felix que, apesar de sua empolgação, foram
decepcionados por não alcançarem o seu objetivo maior, qual seja o de
contribuir com o crescimento de Patos. Situação igual fica o companheiro Nestor
Gondim, pessoa de uma credibilidade reconhecida que, apesar dos apelos não viu
seu filho Paulo Gondim, sair vitorioso nas urnas.
Olhando para estas situações, eu pergunto a mim mesmo se vale a pena
receber abraços, elogios e até condecorações se, no momento em que mais
precisamos, os mesmos que estiveram ao nosso lado nos abraçando e nos
“acariciando” com tapinhas nas costas, agora se afastam como se fôssemos
estranhos no seu caminho.
Foi aí, depois de tanto tempo, que eu consegui interpretar a frase
daquela jurada: “Uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa”. Eu acredito
que ela quis dizer: Uma coisa é você ser reconhecido como bom profissional;
outra coisa é alguém pagar o salário que você merece. Na verdade, geralmente os
bons profissionais nem sempre têm o seu valor reconhecido no momento em que
mais precisam.
Conclusão: conhecendo as maldades da política e a deslealdade de muitos
eleitores, até mesmo dos mais confiáveis amigos, nunca segui os conselhos
daqueles que viam em mim grandes probabilidades de chegar a ocupar uma Cadeira
na Câmara Municipal. Melhor permanecer na certeza de que seria um possível vencedor,
do que viver a frustração de uma derrota.
- Por Adalberto Pereira –
-o-o-o-o-o-o-o-
Nenhum comentário:
Postar um comentário