domingo, 30 de junho de 2019
sexta-feira, 28 de junho de 2019
LEMBRANÇAS DE TIMBÓ
MEU TEMPO DE CRIANÇA EM
TIMBÓ
I
Eu começo em Recife, a
capital, conhecida a Veneza brasileira,
Amorosa e bastante
hospitaleira, um lugar de beleza natural;
Seu cardápio é muito especial,
mugunzá e caldo de mocotó,
Caranguejos pendurados no
cipó e meu pai chupando cana caiana
Eu achava tudo aquilo bem
bacana; tempo bom que passei lá em Timbó.
II
Quando ia ao mercado São
José, pai comprava caranguejo e camarão;
Um menino se arrastava pelo
chão, nos mostrando que vivia pela fé;
Isso mostra a pobreza como é,
muita gente é pobre que dá dó.
Sem direito a gravata e paletó,
ele anda esquecido pelas ruas,
Com as partes do corpo
seminuas, também vi no meu tempo em Timbó.
III
Lá em casa tudo era
diferente: no terreiro da casa em que morava,
Meu cachorro com seus pulos
me animava. Me deitava com ele no batente
Balançava o rabo de contente.
No quintal nosso galo carijó
Engrossava as veias do gogó
e cantava uma linda melodia
Era assim que mostrava todo
dia, como era o meu tempo em Timbó.
IV
Mãe fazia tapioca e beiju
pro café da primeira refeição.
Tinha leite, bolacha, bolo e
pão; o chá mate e o suco de caju,
Completavam a lista do menu,
a coalhada e o pirão com mocotó,
É por isso que o vovô e a vovó não saiam lá de
dentro da cozinha
Onde tinha água fria da quartinha, pra marcar
minha infância em Timbó.
V
Na dispensa o meu pai tinha
guardado, ferramentas de toda natureza;
Ele usava todas elas com
destreza, manejava o trator e o arado,
Cinco horas já estava
acordado, pois gostava de sair e ficar só,
Como moça que prefere o
caritó. Há dez metros distantes do terreiro;
Vi crescer um frondoso
cajueiro que me traz a lembrança de Timbó.
VI
Bem no pé da ladeira
esburacada, existia um enorme cacimbão,
Mais na frente um velho
casarão, e a capela que era muito visitada,
Era bom passear pela calçada
e ouvir o cantar do curió;
Um facão para cortar o cipó,
que cobria o caminho do riacho,
Fui criado pra ser um cabra macho
como foi o meu pai lá em Timbó.
VII
A fartura era nossa
companheira, quase tudo produzido no roçado.
O plantio era muito bem
tratado, tinha milho, mandioca e macaxeira,
E a batata que era coisa de
primeira. Era o tempo do vovô e da vovó,
E da titia que ficou no
caritó. Hoje eu lembro coisas boas do passado,
Um país de um povo respeitado
era assim que eu vivia em Timbó.
VIII
É apenas uma parte das
lembranças de alguém que nasceu em Maricota,
Tempo em que cara feia era
marmota e os pais ensinavam às crianças
O amor e o respeito como
heranças. Ao lembrar o passado tenho dó
De quem vive um presente sempre só. Fico triste
quando vejo tanta gente
Sem direito a uma vida mais
decente, como a vida que eu tive em Timbó.
(Por Adalberto Pereira)
OBS.: TIMBÓ era uma
localidade de Abreu e Lima, conhecida popularmente como Maricota, então
Distrito de Paulista – Pernambuco. (Hoje, Abreu e Lima é uma das cidades mais
lindas do Estado). Lá existia a Usina Timbó. Tinha também a chamada Rua Azul,
onde residia a maioria dos operários da usina. Foi nesta rua onde eu nasci, às
23h:30 do dia 22 de novembro de 1941.
-o-o-o-o-o-o-o-
quinta-feira, 27 de junho de 2019
EDITORIAL DA VIDA
CHORAR FAZ PARTE DO
SENTIMENTO HUMANO
É natural ouvirmos alguém
dizer que homem que é homem não chora. Esse pensamento, criado não sei por
quem, fez-me refletir sobre a necessidade ou não de chorar. Mas aí vem um
estudo bem mais profundo sobre a seguinte premissa: “homem que é homem não
chora; eu sou homem, logo, não devo chorar”. Nesse caso, o chorar é um
sentimento único e exclusivo das mulheres? Assim sendo, mulher que não chora,
não é mulher. Meu Deus! Que confusão! Afinal, qual é a premissa verdadeira?
Eu fazia o segundo ano
científico no Colégio Estadual Pedro Aleixo e acabara de fazer uma prova de
Biologia que, diga-se de passagem, não fora nada fácil. Ao cruzar a quadra de
esportes do colégio, vi sentado em um dos degraus da arquibancada, um colega
que não fizera a prova. Notei que ele chorava. Fui até ele e procurei saber o
motivo daqueles prantos silenciosos. Entre soluços, o colega me disse que, por
ter chegado atrasado cinco minutos, foi impedido de fazer a bendita prova.
A certeza de receber um
“zero” o levara ao desespero. Eu achei ridículo o comportamento do colega. Ora!
Eu que aprendera com meu pai que “cabra macho” não chorava. E meu pai, um
paraibano de Santa Rita, sempre tinha razão. Saí do colégio meio entristecido
com a situação do amigo, mas perguntava a mim mesmo: por que chorar, se aquela
atitude frágil não resolveria o problema e se as lágrimas por ele derramadas
não transformariam o trágico e indesejável “zero” em um bendito “dez”?
Bem! Pensei! Isso é lá com
ele! Mas o choro tem suas particularidades. Ele é meio afoito, chegando a se
fazer presente ao mesmo tempo, em situações bastante adversas. Numa partida
decisiva de um campeonato estadual de futebol, vi chorar os vitoriosos e os
derrotados. Aqueles, derramando lágrimas de felicidade pelo título conquistado.
Estes, exteriorizando sentimentos de profunda tristeza. E, como nenhum deles,
era o time de minha preferência, deu para refletir com mais profundidade a
afoiteza do choro em situações bem distintas.
Se eu dissesse que o choro é
perverso e amoroso, fazendo bem em alguns momentos e fazendo mal em outros, com
certeza estaria levando você a pensar em várias hipóteses. Mas não devemos nos
afastar de uma outra realidade: a de que o choro pode ser ainda uma
consequência do remorso. Diante de um corpo inerte, uma viúva chorava a perda
do seu bem amado. Do lado de fora, alguém menos discreto, comentava com um
amigo mais íntimo: são lágrimas de remorso, por não tê-lo tratado em vida como
ele merecia.
Quem nunca ouviu alguém
falar em “Lágrimas de Crocodilo”? São aquelas lágrimas falsas, fingidas,
mentirosas, fabricadas para o momento oportuno. São lágrimas que procedem de
qualquer lugar, menos do coração. Essas lágrimas não sensibilizam e nem causam
efeitos contagiantes. Elas não afetam os sentimentos.
Mas o choro nos surpreende
mais ainda quando provoca um choque psicológico. É aquele momento em que uma
pessoa chega para nós e diz que ouviu uma anedota tão engraçada que chorou de
tanto rir. Aí o choro passa a ser um
elemento paradoxal. Refletir sobre os princípios que nos levam a chorar, pode
não ser algo de tão grande significância.
Alguém pode até querer
solucionar o problema com a seguinte conclusão: Quer chorar? Basta chorar e
pronto! Assim ficaria bem mais simples. Mas, apesar de nos parecer tão simples,
refletir sobre esse sentimento de tão variáveis circunstâncias, passa a ser tão
importante, quanto a necessidade de controlar as nossas emoções.
Há pessoas que ficam tão
deprimidas pelas lágrimas derramadas, que chegam a ser aconselhadas a optarem
por um tratamento psicológico. E a simplicidade se transforma numa preocupante
complexidade. Nós choramos ao nascer e, por uma circunstância do destino,
continuamos chorando, até mesmo no silêncio das noites ou das madrugadas para
que os nossos prantos não sejam vistos.
Choramos diante das
perversidades daqueles que desrespeitam os nossos direitos individuais e
coletivos; choramos diante dos corruptos que se aproveitam da nossa fragilidade
para lançarem mãos do que conquistamos com tanto sacrifício. Choramos diante da
impunidade dos que ceifam vidas, como se isto fosse a coisa mais natural do
mundo; choramos sim! Choram os fortes e choram os fracos.
Eu concluiria dizendo que o
pensamento de meu pai de que “cabra macho” não chora, não conseguiu surtir um
efeito tão profundo em mim. Quantas vezes eu tenho chorado, influenciado pelas
minhas tão variadas emoções! Hoje, com toda convicção, eu afirmo que homem que
é homem chora, sim! Quem tem coração chora! Por duas vezes Jesus Cristo chorou:
uma, diante do túmulo do seu amigo Lázaro; em outra ocasião diante da rebelde
Jerusalém. Quem tem coração chora; só não choram os desprovidos de sentimentos.
(Por Adalberto Pereira)
quarta-feira, 26 de junho de 2019
terça-feira, 25 de junho de 2019
sexta-feira, 21 de junho de 2019
quinta-feira, 20 de junho de 2019
LEMBRANÇAS DO MEU PASSADO
LEMBRANÇAS DA CASA
DO ALTO
I
As lembranças que
tenho do passado, ainda guardo aqui no pensamento
A saudade é grande
e não aguento na memória tudo vive bem
guardado
No presente eu vivo
inconformado, relembrando de tudo a cada dia.
Já não sinto a
mesma alegria, e agora eu confesso essa verdade:
Que ainda estou
morrendo de saudade lá da casa do Alto onde eu vivia.
II
Meu cachorro
deitado no oitão, minha mãe trabalhando na cozinha
Bem distante uma
casa de farinha e eu na mesa estudando a lição;
Lá no canto tinha
um pote e um pilão, e eu tomando o café que mãe fazia;
Eu ficava feliz
quando ouvia minha mãe a cantar uma canção
Preparando a nossa
refeição, lá na casa do Alto onde eu vivia.
III
Lá no sítio tinha
tudo em fartura: tinha manga, tinha jaca
e mamão.
Macaxeira, inhame e
melão; tinha doce de leite e rapadura,
Lá na horta todo
tipo de verdura pra comida que a minha mãe fazia
Era vida de muita
alegria da infância não consigo esquecer,
Só lamento que não
posso mais viver lá na casa do Alto onde eu vivia.
IV
Lá na casa do Alto
era assim: tinha manga, banana e abacaxi.
Bem na frente um pé de sapoti; só não tinha sacada nem
jardim,
Minha mãe sempre me
dizia assim: seja sempre o filho que eu queria,
Viva a vida em paz
e harmonia, seja amigo e respeite todo mundo!
De meus pais sempre
tive amor profundo lá na casa do Alto onde eu vivia.
V
Eu gostava de ver
quando passava a boiada levantando a poeira
As pessoas
caminhando para a feira; a viagem era longa e não faltava
Quem pra gente de
longe acenava, desejando para todos um bom dia
Minha mãe na
calçada com alegria desejava a todos boa sorte
É assim que eu
lembro nossa sorte lá na casa do Alto onde eu vivia.
VI
Lá no sítio tinha
manga e fruta-pão, abacate, caju e cajarana;
Tinha jaca, laranja
e banana; tinha porco, galinha e pavão,
Tinha coco, batata
e limão, que a gente catava todo dia;
O beiju que a minha
mãe fazia, por meu pai era muito elogiado,
E assim era a vida
no passado, lá na casa do Alto onde eu vivia.
VII
Bem ao lado da casa
onde eu morei tinha um rio de água cristalina,
Era um rio que
servia de piscina, onde sempre meu corpo eu banhei.
Foi ali que eu
sempre mergulhei o meu corpo de criança sadia,
Era essa a minha
rebeldia. Minha mãe inocente, nem sonhava.
O que eu escondido
aprontava lá na casa do Alto onde eu vivia.
VIII
Mas a vida também
nos apresenta os momentos de dor e de tristeza,
Que nos tiram a paz
e a beleza; é ai que todo cristão lamenta,
E o coração ferido
não aguenta suportar tão ferrenha agonia
O cachorro que era
a nossa alegria, foi levado pela morte traiçoeira,
Foi enterrado aos
pés da bananeira, lá da casa do Alto onde eu vivia.
IX
Quando era o meu
aniversário, tinha festa até de madrugada;
Brincadeiras pra
toda meninada, e ninguém esquecia o calendário.
Não esqueço a
beleza do cenário e os momentos de muita alegria
O cardápio minha
mãe mesmo fazia, na cozinha ela era a primeira;
O meu pai comandava
a brincadeira, lá na casa do Alto onde eu vivia.
X
Inda lembro o café
que mãe torrava e o cuscuz com o leite ensopado,
Só açúcar lá em
casa era comprado, pois o resto lá na roça mãe plantava.
Tinha chuva que a
plantação molhava, era vida de amor e de alegria,
E com Deus mãe
falava todo dia; quem mandava lá em casa era Jesus.
Candeeiro e
lamparina era a luz lá na casa do Alto onde eu vivia.
(Produzido por Adalberto Pereira)
quarta-feira, 19 de junho de 2019
terça-feira, 18 de junho de 2019
segunda-feira, 17 de junho de 2019
sábado, 15 de junho de 2019
sexta-feira, 14 de junho de 2019
O LÍDER E O DITADOR - EDITORIAL
O LÍDER E O DITADOR
A liderança não se aprende
em universidades. A liderança se aperfeiçoa com o espírito. Não devemos
confundir o líder com o ditador. O líder vence e convence pela palavra; o ditador
vence pela força física. As palavras de um líder ferem o coração; as palavras
de um ditador ferem os sentimentos humanos.
O líder é formado na arte de
ouvir. Assim sendo, ele ouve, medita, analisa e responde com sabedoria. O
ditador desconhece o valor do ouvir e sempre responde sem antes procurar a
verdade. Para ser líder precisa-se ter maturidade moral, psicológica e
profissional. Para ser ditador, basta oprimir os pobres de espírito.
Quem segue os passos firmes
de um líder, dificilmente tropeça nas adversidades. Os que tentam imitar o
ditador caminham em direção ao abismo do insucesso. O líder apega-se à virtude
da honra e da moral para alcançar os seus mais profícuos ideais. O ditador
apega-se à força da prepotência para alcançar os seus objetivos.
Os conselhos de um líder
promovem o crescimento espiritual. O ditador não aconselha; ele impõe. O líder
é paciente; ele pensa, medita e age com sabedoria. Sua visão é panorâmica. O
ditador, ao contrário, tem uma visão medíocre: mente e deturpa os fatos. Ele
tem duas personalidades, usando-as de acordo com a sua necessidade.
A liderança vem do berço. Nem todos nascem líderes. Se assim fosse, o
mundo estaria repleto deles. A liderança pode ser aperfeiçoada, dependendo da
capacidade de cada um. Numa sociedade gananciosa, cada um luta para superar a sua
própria capacidade de grandeza.
A conquista pela força não
condiz com a realidade de que uma liderança só será construída pelo respeito e
pela confiança naquele a quem respeitamos.
Países dominados pela ditadura
cruel e indiferente ao sofrimento humano, vivem momentos de angústia e de dor.
Somente aqueles sustentados pela conivência aos dissabores da crueldade,
acham-se no direito de ajoelhar-se diante dos desumanos ditadores entronizados
pela força.
O líder, ao ser ovacionado,
não se mostra orgulhoso, mas estimulado a trabalhar melhor por aqueles que o
reconhecem como condutor do bem e da justiça. O ditador, este exige bajulações,
pois só assim consegue superar a sua incompetência. Muitos, conscientes de que estão
no lugar errado, fogem, colocando em risco sua vida e da própria família.
Entre o líder e o ditador
existe um abismo extenso e profundo: o da consciência humano. De longe,
observamos os dois extremos e chegamos à conclusão óbvia de que precisamos de verdadeiros
líderes. Pessoas idôneas que não se deixem influenciar pelas oportunidades
conquistadas, transformando-se em ditadores camuflados.
(Por Adalberto Pereira)
quinta-feira, 13 de junho de 2019
quarta-feira, 12 de junho de 2019
terça-feira, 11 de junho de 2019
VENCENDO A OBSESSÃO
VENCENDO A
OBSESSÃO (Editorial)
A obsessão leva as pessoas a
um tormento profundo. Muitos não conseguem superar o constrangimento causado
pelo desejo insustentável de possuir algo que não está ao alcance de suas mãos.
Fixar o pensamento num alvo incapaz de conquistar, não é nada agradável,
principalmente para quem não tem ainda uma personalidade formada. Uma mente imatura não pode armazenar
ideias concretas e objetivas.
O cérebro é a sede da nossa
inteligência. É ele quem nos leva a agirmos com juízo, dando-nos capacidade de armazenarmos
imaginações sábias e inteligentes. É desta forma que alcançamos os objetivos
por mais ousados que pareçam ser.
Não é difícil encontrarmos
pessoas dotadas de qualidades intelectuais, merecedoras dos mais profundos
elogios. Os nossos talentos precisam ser desenvolvidos para que os nossos
valores morais e espirituais sejam reconhecidos.
Conheço pessoas que se
apegam aos devaneios, fugindo da realidade que as atormenta. Os sonhos e as
fantasias, futilidades que enfraquecem a nossa alma e esmaga a capacidade de agirmos
com naturalidade, tornam a vida cada vez mais fragilizada.
Não é aconselhável andarmos
de braços dados com as ficções. As belas imagens construídas pelos pensamentos
medíocres tendem a macular os verdadeiros ideais de quem luta incansavelmente
para chegar ao ápice da glória.
Pobres daqueles que
transformam seus sonhos em eternos parasitas, sugadores das esperanças,
levando-os ao desespero por não alcançarem os seus objetivos.
Apegadas aos princípios
obsessivos, muitas pessoas esquecem que precisam mudar seu comportamento, em
busca de soluções urgentes para este problema que pode conduzi-las a sérias
transformações psicológicas.
Vistos como fantoches,
manipulados por fantasias que enfraquecem a alma, jamais seremos alvos da
perfeição moral.
Numa roda de amigos, as
conversas eram as mais variadas possíveis. Os assuntos mudavam à proporção em
que alguém tinha um caso diferente a compartilhar com os demais.
Foi aí, quando um rapaz que
entrara no grupo por acaso, resolveu exteriorizar um desejo que alimentava
desde os seus 15 anos. A maneira como ele falava, levava-nos a crer que o seu
sonho era ser piloto de avião. Quando alguém perguntou se ele tinha outra opção,
seu semblante se transformou como se tivesse recebido uma punhalada no coração.
Notei que o sonho daquele rapaz já se transformara numa terrível obsessão.
Acredito que são poucas ou
quase nenhuma, as pessoas que não tiveram ou que ainda têm uma obsessão. As primeiras
aulas de Francês que eu tive com a professora Marly Carvalho, no colégio
Alfredo Dantas, em Campina Grande, levaram-me a admirar aquele idioma. Nascia,
então, uma obsessão pelo Francês.
Lutei o quanto pude para vencer
aquele fantasma que passara a fazer parte da minha vida. Obcecado, eu pintava
de azul, branco e vermelho os sonhos que invadiam as minhas incontáveis noites
de insônia.
Estaria tentando enganar a
mim mesmo, se dissesse ter vencido esta
guerra contra a obsessão. Não quero dizer que ela tem causado distúrbios
no meu comportamento, chegando a influir nas minhas decisões. Dou graças a Deus
por não ter seguido o exemplo daqueles que, impotentes diante das obsessões,
sentiram-se obrigados a tratamentos psicológicos.
A certeza de que não depende
da nossa vontade a realização dos nossos sonhos, coloca-nos diante da
possibilidade de vencermos a obsessão com mais facilidade. O desejo é natural
na vida de todos, mas é preciso estar preparados para que ele não sufoque a realidade
que nos persegue.
Salomão escreve em Eclesiastes:
“Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a
juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ecl. 11:10).
Ele quer dizer com isso que
não devemos deixar que nada nos preocupe ou nos faça sofrer, pois a mocidade
dura pouco. A obsessão traz preocupação, nos angustia e nos faz sofrer. Logo,
precisamos ser fortes para vencê-la.
(Por Adalberto Pereira)
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