terça-feira, 11 de junho de 2019

VENCENDO A OBSESSÃO


                                     VENCENDO A OBSESSÃO   (Editorial)

A obsessão leva as pessoas a um tormento profundo. Muitos não conseguem superar o constrangimento causado pelo desejo insustentável de possuir algo que não está ao alcance de suas mãos. Fixar o pensamento num alvo incapaz de conquistar, não é nada agradável, principalmente para quem não tem ainda uma personalidade  formada. Uma mente imatura não pode armazenar ideias concretas e objetivas.

O cérebro é a sede da nossa inteligência. É ele quem nos leva a agirmos com juízo, dando-nos capacidade de armazenarmos imaginações sábias e inteligentes. É desta forma que alcançamos os objetivos por mais ousados que pareçam ser.

Não é difícil encontrarmos pessoas dotadas de qualidades intelectuais, merecedoras dos mais profundos elogios. Os nossos talentos precisam ser desenvolvidos para que os nossos valores morais e espirituais sejam reconhecidos.

Conheço pessoas que se apegam aos devaneios, fugindo da realidade que as atormenta. Os sonhos e as fantasias, futilidades que enfraquecem a nossa alma e esmaga a capacidade de agirmos com naturalidade, tornam a vida cada vez mais fragilizada.

Não é aconselhável andarmos de braços dados com as ficções. As belas imagens construídas pelos pensamentos medíocres tendem a macular os verdadeiros ideais de quem luta incansavelmente para chegar ao ápice da glória.

Pobres daqueles que transformam seus sonhos em eternos parasitas, sugadores das esperanças, levando-os ao desespero por não alcançarem os seus objetivos.

Apegadas aos princípios obsessivos, muitas pessoas esquecem que precisam mudar seu comportamento, em busca de soluções urgentes para este problema que pode conduzi-las a sérias transformações psicológicas.

Vistos como fantoches, manipulados por fantasias que enfraquecem a alma, jamais seremos alvos da perfeição moral.

Numa roda de amigos, as conversas eram as mais variadas possíveis. Os assuntos mudavam à proporção em que alguém tinha um caso diferente a compartilhar com os demais.

Foi aí, quando um rapaz que entrara no grupo por acaso, resolveu exteriorizar um desejo que alimentava desde os seus 15 anos. A maneira como ele falava, levava-nos a crer que o seu sonho era ser piloto de avião. Quando alguém perguntou se ele tinha outra opção, seu semblante se transformou como se tivesse recebido uma punhalada no coração. Notei que o sonho daquele rapaz já se transformara numa terrível obsessão.

Acredito que são poucas ou quase nenhuma, as pessoas que não tiveram ou que ainda têm uma obsessão. As primeiras aulas de Francês que eu tive com a professora Marly Carvalho, no colégio Alfredo Dantas, em Campina Grande, levaram-me a admirar aquele idioma. Nascia, então, uma obsessão pelo Francês.

Lutei o quanto pude para vencer aquele fantasma que passara a fazer parte da minha vida. Obcecado, eu pintava de azul, branco e vermelho os sonhos que invadiam as minhas incontáveis noites de insônia.

Estaria tentando enganar a mim mesmo, se dissesse ter vencido esta  guerra contra a obsessão. Não quero dizer que ela tem causado distúrbios no meu comportamento, chegando a influir nas minhas decisões. Dou graças a Deus por não ter seguido o exemplo daqueles que, impotentes diante das obsessões, sentiram-se obrigados a tratamentos psicológicos.

A certeza de que não depende da nossa vontade a realização dos nossos sonhos, coloca-nos diante da possibilidade de vencermos a obsessão com mais facilidade. O desejo é natural na vida de todos, mas é preciso estar preparados para que ele não sufoque a realidade que nos persegue.

Salomão escreve em Eclesiastes: “Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ecl. 11:10).

Ele quer dizer com isso que não devemos deixar que nada nos preocupe ou nos faça sofrer, pois a mocidade dura pouco. A obsessão traz preocupação, nos angustia e nos faz sofrer. Logo, precisamos ser fortes para vencê-la.

(Por Adalberto Pereira)

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