quarta-feira, 31 de julho de 2019
terça-feira, 30 de julho de 2019
EDITORIAL DA VIDA
O PREÇO DA DESOBEDIÊNCIA
Dizem que “se conselho fosse
bom, teria um valor financeiro incalculável”. Ouvir conselhos que possam tirar-nos
de situações difíceis é algo que deve ser valorizado. Uma pessoa em sua plena
consciência deve estar atenta a uma palavra amiga, principalmente num momento
de angústia motivado por uma decepção comercial, amorosa ou familiar.
Bater no peito e dizer que é
independente, que faz o que quer e que é dono do seu próprio nariz, não deve
fazer parte do dicionário de quem tem uma mente sadia. A falta de humildade de
muitos é uma das maiores consequências negativas na vida de um ser vivente.
A grande verdade é que nem
sempre estaremos em plenas condições psicológicas para tomarmos certas
decisões, sem a colaboração de uma pessoa amiga. Infelizmente, as fantasias do
mundo ainda têm um peso incomum na vida de pessoas inseguras, que se deixam levar
pelas emoções.
Um jovem adolescente de 17
anos pediu a mãe para ir a uma festa com uns amigos. Seria mais uma daquelas
terríveis “baladas” que viram as madrugadas e que nem sempre apresentam bons
resultados. A mãe o aconselhou a não ir, alegando que poderia acontecer algo
que viesse a prejudica-lo. Dizem que coração de mãe fala mais alto.
O garoto não gostou muito do
que ouvira da mãe, mas manteve-se em silêncio. Entrou no quarto, sentou na cama
e esperou o momento em que a mãe estivesse dormindo. Trocou as roupas, abriu a
janela do quarto e foi ao encontro dos amigos, desobedecendo a única pessoa que
se preocupava com o seu bem-estar.
Eram aproximadamente cinco
horas da manhã, quando alguém bateu na porta. A senhora se levantou e, ao abrir
a porta, recebeu a notícia de que o filho havia sido assassinado. –Não pode
ser! Meu filho está no quarto dormindo! – respondeu ela, ao mesmo tempo em que
se dirigiu ao quarto do filho. Lá chegando, encontrou apenas os cobertores
sobre a cama vazia.
Achando que os conselhos dos
pais eram incômodos e fugiam totalmente dos seus princípios de que já era maior
de idade e que sabia o que estava fazendo, uma jovem resolveu deixar o lar
paterno para viver “livre e independente” com duas colegas. Foram meses de uma
vida alegre e plena felicidade. Até chegou a esquecer de que os pais e os
irmãos ainda existiam. Estava muito feliz para pensar naquela gente chata!
Resolveram dar uma festinha
entre amigos. No apartamento “rolou” de tudo. Muita festa, muita música e
muitas bebidas. Aqui, acolá, um "pozinho" passava a fazer parte do “cardápio”.
De repente, uma pequena
discussão. Nada de mais, a princípio. Coisa de jovens. Mas o que era fumaça
transformou-se em fogo. Uma confusão generalizada culminou na morte da jovem
desobediente. Os pais foram chamados. Era tarde demais! O preço da
desobediência foi muito alto e ela teve que pagar.
Certa vez, pedi a minha mãe
para jogar com os amigos. Imediatamente ela disse “não”. Então eu pedi para ir
ao cinema. O filme da tarde era muito bom. Ela disse “sim”. Escondido, fui
direto para o campo. Coloquei a roupa e os sapatos embaixo de uma árvore e fui
satisfazer a minha desobediência.
Terminado o jogo, notei que
tinham roubado os meus sapatos. Fiquei desesperado. Sentindo antecipadamente as
dores da surra que levaria de minha mãe, resolvi me esconder no matagal e não
mais voltar para casa. Eu sabia muito bem o quanto pesavam os braços de d.
Eudócia. Mandei o amigo Nivaldo avisar aos meus pais que ia embora para bem
longe.
A Rua Monte Santo nunca foi
tão movimentada como na noite daquele fatídico domingo. Todos se juntaram para
procurar-me. Escondido sob as folhagens de uma planta (não sei que planta era)
via os pés das pessoas jogando poeira no meu rosto. Ouvia muito bem a voz de
minha avó Doninha gritando: - Adalbertinho, meu filho, volta pra casa!
Horas depois, eu estava de
volta pra casa, com meu pai me segurando pelo cinto e murmurando: - Te prepara!
Tua mãe vai te dar uma surra daquelas! Se ele pensava que me assustava com
aquela ameaça, estava certíssimo! Graças a Deus, o preço da minha desobediência
não esbarrou no peso dos braços de minha mãe.
Se as pessoas soubessem o
quanto é alto o preço da desobediência, com certeza o mundo seria bem melhor.
Políticos, empresários, funcionários públicos e outras pessoas que integram os
mais diversos segmentos da sociedade, estão pagando preços altíssimos por serem
desobedientes. Até ex-presidentes.
(Por Adalberto Pereira)
segunda-feira, 29 de julho de 2019
domingo, 28 de julho de 2019
sábado, 27 de julho de 2019
UM GIRO PELO MUNDO DA POESIA
ACORDEI
PARA VER A MADRUGADA ABRAÇAR COM CARINHO O NOVO DIA
(Mote
em decassílabo)
I
Fui dormir com meu coração
contente / Por um dia cheio de felicidade;
Sem rancor, sem angústia e
sem maldade, / Consegui ter um sono diferente,
Esquecendo as tristezas que
na gente / Faz morada pra tirar nossa alegria.
Tive um sonho parecendo fantasia.
/ Pra fugir dessa noite agitada,
Acordei para ver a madrugada
/ Receber com carinho o novo dia.
II
No jardim, vi os belos
beija-flores / Misturados com ousados bem-te-vis;
Bons exemplos de uma vida
mais feliz. / Passarinhos misturando suas cores;
Para eles não existem
dissabores. / Seus cantares nos
transmitem alegria
Em perfeitas e sonoras
melodias. / Num sussurro sutil da minha amada,
Acordei para ver a madrugada / Receber com carinho o novo dia.
III
A cidade trabalhava
normalmente, / Pra buscar o progresso desejado.
Na floresta, o barulho do
machado, / Maltratava nossa mata inocente.
Quem espera um futuro mais
decente, / Com certeza não terá tanta alegria.
Maltratar inocente é
covardia / Dessa gente de moral atrofiada.
Acordei para ver a madrugada
/ Receber com carinho o novo dia.
IV
As estrelas enfeitavam o
infinito / E a lua se escondia no horizonte;
A manhã com seu jeito
elegante / Alegrava cada coração aflito.
Tudo isso vem de Deus e é
bonito / Mais parece uma orquestra em harmonia,
Deleitando com sonora
melodia / Os ouvidos da plateia apaixonada.
Acordei para ver a madrugada
/ Receber com carinho o novo dia.
V
Anoitece e um sonoro violão
/ Acompanha o cantar do seresteiro,
A donzela abandona o
travesseiro / Pra fugir da terrível solidão.
Da janela sob a luz do
lampião / Ela sente o sabor da melodia;
E naquele sentimento de
alegria / Não esconde que está apaixonada.
Acordei para ver a madrugada
/ Receber com carinho o novo dia.
VI
Contemplando a beleza do
oceano / Vi as ondas com seu barulho feroz.
Eu achei que aquela era a
voz / Vinda de um animal serrano.
Descobri como Deus é
soberano / e perfeita a sua sabedoria.
A beleza do infinito eu
sentia, / Quando a face pelo vento era tocada.
Acordei para ver a madrugada
/ Receber com carinho o novo dia.
VII
Sorridente deixei meu leito
quente / Pra sentir o sabor da natureza.
No jardim descobri toda
beleza / Pra mudar o vazio que há na gente.
É aí que o nosso corpo sente
/ O valor de estar em alegria.
Mas é bom ter em nossa
companhia / A presença de uma pessoa amada.
Acordei para ver a madrugada
/ Receber com carinho o novo dia.
(Por Adalberto Pereira)
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sexta-feira, 26 de julho de 2019
EDITORIAL DA VIDA
A GANÂNCIA NÃO É UM MAL
INCURÁVEL
O ganancioso só visa lucros
e não se incomoda em causar prejuízos a quem estiver ao seu lado. O invejoso sofre
diante da felicidade dos outros e se alegra com o infortúnio até do seu melhor
amigo. O egoísta não abre mão daquilo que tem, mesmo que isto venha resolver os
problemas dos mais necessitados.
Se um desses já causa
pânico, imaginem os três juntos. Seria um desastre para aqueles que sofrem com
os que sofrem e se alegram com os que se alegram. Há um adágio popular que diz:
“Deus dá o frio, conforme o cobertor”. Talvez esta seja uma versão popular da
afirmativa bíblica de que “Deus não nos dá o peso que não possamos suportar”.
Realmente, somente ele sabe
das nossas limitações. Apesar disso, existem pessoas que procuram provocar a
lei da potencialidade humana, tomando para si responsabilidades que vão de
encontro às suas condições físicas, psicológicas e morais. A ganância caminha
lado a lado com a inveja. Por isso, todo ganancioso é invejoso; todo invejoso é
discípulo do egoísmo e todo egoísta sofre quando alguém progride.
Um certo governador, ao ser
empossado, solicitou de seus auxiliares um levantamento de todos os
funcionários públicos do Estado. Concluído o levantamento, ele ficou sabendo
que havia funcionários com três empregos. Imediatamente, ele determinou que
cada um escolhesse onde desejaria ficar. Com isso, conseguiu resolver parte do
problema de desemprego lá no seu Estado.
Existem pessoas que adoecem
com o sucesso dos outros. O caso é tão sério, que muitos chegam a questionar
por que Deus dá um carro a um e uma bicicleta a outro. A inveja sempre vai
estar presente na vida dos gananciosos. A ganância levou uma filha a assassinar
o próprio pai. Para ela, ficar com a herança era muito mais importante do que a
vida daquele que a educou, dando-lhe em
vida, tudo de bom e de melhor.
A inveja destrói famílias e
se infiltra na sociedade destruindo relacionamentos. O ganancioso age sem
piedade. Ele é perverso e não pensa duas vezes, antes de destruir quem estiver
em sua frente. O egoísta sempre quer tudo para si, sem a louvável conduta de
ajudar ao próximo. Ele é desprezível, cruel. Seu espírito é maligno e
impiedoso.
Certa vez, um amigo lançou
sobre mim uma crítica bastante contundente por eu estar orientando um jovem
estagiário recém-formado, que pretendia exercer a função de jornalista. Ele
chegou a perguntar se eu não tinha medo de perder o emprego para o pretenso
jornalista. O egoísta é assim: sempre encontra uma justificativa para o seu
comportamento mesquinho e cruel.
O ganancioso nunca está
satisfeito com o que tem. Ele sempre quer mais e não perde a oportunidade
quando tem a chance de “puxar o tapete” de alguém. No mundo do jornalismo não é
muito difícil encontrarmos pessoas assim. Ao chegar em uma emissora pela qual fui contratado para assumir o
Departamento de Jornalismo, ouvi de um colega a seguinte expressão: “Tenha
muito cuidado, que aqui, é cobra engolindo cobra!”.
Que bela recepção! Pensei
comigo mesmo. Eu começava a conhecer o terreno onde estava pisando, a partir
daquele momento. Se você nunca sentiu de perto o perigo de estar entre pessoas
gananciosas, não queira viver esta lastimável experiência. É um verdadeiro
inferno. Junto a elas, você sempre será uma pessoa insegura, por mais
competente que seja. Aliás, as maiores vítimas dos gananciosos são os
competentes. Os gananciosos usam o seu “veneno” contra tudo e contra todos.
Na vida profissional, eles
não entram pelas portas; simplesmente pulam as janelas e pronto! Produzem pouco
ou quase nada e, geralmente, causam prejuízos incalculáveis. Aconselham para o
mau, apunhalam pelas costas e empurram abismo abaixo. O ganancioso é capaz de
trair a própria mãe, desde que isso os faça alcançar os seus objetivos.
Ele ganha maus salários e
nunca deixa de aproveitar a oportunidade para tomar o emprego do melhor amigo.
Acumulando salários, passa a desempenhar muito mal as suas tarefas, chegando a
causar grandes prejuízos à empresa onde trabalha. Para ele, o importante é
aumentar o saldo em sua conta bancária, mesmo que isso venha causar danos aos
lucros da empresa.
Seu olhar é como flecha
venenosa, lançada contra aqueles que vencem com honestidade e competência. Ele
quer sempre o melhor para si e não se preocupa com as desventuras do seu
semelhante. Empresta a juros altos e faz questão de dizer: “O que é meu, é
meu!”.
Falando sobre o
comportamento dos gananciosos, um professor de psicologia disse que a ganância
não é um mal incurável e que o remédio para este mal é o desprezo. Segundo ele,
ao se ver sozinho nos momentos mais cruciantes, o ganancioso procura
aproximar-se das pessoas, mudando aos poucos a sua maneira de conviver em
sociedade.
Não é uma cura a curto
prazo, mas ela acontece. Se você não consegue conviver com os gananciosos,
afaste-se deles. Conheço pessoas que perderam grandes oportunidades, por
depositarem toda confiança em amigos invejosos.
Há quem diga que precisamos
aprender a conviver com as diferenças, mas nem sempre isso é tão fácil como
muitos pensam. Portanto, cuidado com quem está ao seu lado!
(Por Adalberto Pereira)
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quinta-feira, 25 de julho de 2019
quarta-feira, 24 de julho de 2019
EDITORIAL DA VIDA
A FELICIDADE PRECISA SER BEM
ADMINISTRADA
Eu vivi um momento bastante
difícil. Olhava para os quatro cantos de minha humilda casa e via em cada filho
uma expressão de tristeza. Era uma época em que nada dava certo: salários
atrasados, panelas vazias, problemas sem soluções imediatas e, como resultado
de tudo isso, quinze dias de fome e desespero.
Às vezes fico a pensar
naquela frase que diz: “dinheiro não traz felicidade”. Será isso verdade, ou
uma desculpa dos conformados com a pobreza? Desde os meus tempos de criança,
que sonho em conhecer a França, país por quem tenho grande admiração. Isso para
mim seria um motivo de felicidade. Se ainda não realizei esse meu sonho, não
foi por negligência minha, mas simplesmente pela falta do dinheiro, aquele
elemento que dizem não trazer felicidade.
Sinto-me uma pessoa feliz
pela família que tenho e por ser reconhecido pelos verdadeiros amigos. A minha
plena confiança em Deus, faz de mim uma pessoa conformada com o que tenho
recebido das Mãos Divinas. A certeza de que Deus está no controle de tudo,
leva-me a guardar comigo a esperança de que um dia poderei realizar o meu
sonho.
Aquele sonho de pisar o solo
de Paris, sentir a brisa suave do Rio Sena, contemplar a Torre Eiffel e girar
em torno do Arco do Triunfo. Muitas pessoas chegaram a dizer-me que desejariam
ter a minha vida e isso me fazia pensar naquele adágio popular que diz: “A vida
da vizinha é melhor do que a minha”.
É que ninguém conhece a
verdadeira história daqueles que lhe causam invejas. Nem sempre um sorriso no
rosto representa a verdadeira felicidade. O mundo está repleto de pseudos
atores que nos transmitem uma falsa realidade. Lembro-me de uma certa vez em
que uma professora pediu, como tarefa escolar, que seus alunos fizessem uma
entrevista com radialistas à escolha de cada um.
Fui escolhido por um
daqueles grupos. Depois da entrevista, que foi bastante interessante, um dos
alunos olhou para mim e disse que seu sonho era ser radialista. Perguntei-lhe o
porquê daquele sonho e fiquei perplexo com a resposta do jovem. Ele disse que
os radialistas tinham muitas namoradas, eram muito procurados e beijados pelas
garotas.
Para aquele jovem sonhador,
a felicidade estava limitada numa certa quantidade de namoradas e nos possíveis
beijos recebidos. Ele não sabia ainda
que tudo aquilo não passava de uma efemeridade. Realmente, eu tinha tudo isso e
muito mais: era respeitado pelo trabalho que realizava, embora tivesse que
fazer “das tripas coração”, para conquistar o respeito dos que acompanhavam o
meu trabalho que, diga-se de passagem, não era tão fácil como muitos pensavam.
Mas a felicidade, neste
caso, tem o seu tempo limitado; ela perdura enquanto você está no auge da
profissão. Passado aquele momento, o profissional, por melhor que tenha sido,
apesar dos títulos, certificados, medalhas e outras ovações, passa a ter o seu
nome incluso na lista dos esquecidos. Os elogios, os abraços, os apertos de
mãos, as tapinhas nas costas e os beijos tão desejados pelo jovem
entrevistador, tudo desce pelo esgoto da ilusão, em busca do ostracismo.
Na verdade, se não
conseguirmos administrar a felicidade, poderemos ser vítimas da nossa própria
armadilha. E de que armadilha você está falando? Perguntariam alguns. Trata-se
da armadilha que você criou em torno de si mesmo, quando não se preocupou em
preparar-se psicologicamente para o momento em que não mais estivesse em
evidência: quando sua voz não fosse mais ao ar e quando não recebesse mais a
visita de quem queria lhe dar um abraço de parabéns pelo trabalho realizado.
A ingratidão que a vida nos
reserva castra-nos o direito de sermos felizes e isso acontece justamente
quando essa felicidade depende dos outros e não de nós mesmos. Aí você começa a
se perguntar num monólogo constante: onde estão aqueles a quem você nos seus
programas radiofônicos mandava beijos e abraços? E a frustração se torna cada
vez mais contundente quando você não tem respostas para suas interrogações.
Procurando fugir dessa
realidade, tentei manter viva a minha maneira de conviver com o rádio. Não que
isso seja a plenitude da minha felicidade, mas seria bem pior se tivesse me
distanciado daquilo que sempre gostei de fazer, ou seja, escrever. Também
procurei manter viva a minha imagem junto aqueles que ainda reconhecem o meu
valor profissional. E aqui estou eu, metido a redator para não me tornar mais
uma das muitas vítimas da depressão.
Todos os esforços tenho
empreendido para administrar bem a minha felicidade. Para isso, posso até
tornar-me ridículo ao lembrar o que eu fiz ao longo da minha profissão,
evitando, desta forma que aqueles que ainda lembram dos trabalhos por mim
realizados no passado, não esqueçam no presente.
Faço questão de ser
lembrado! E quem não gosta de ser lembrado? E quem não faz questão de ser
ovacionado? Isso faz parte do principio de quem quer ser feliz. É muito natural
na vida de todos aqueles que querem ser imortalizados. A felicidade bem
administrada torna-se extensiva aos nossos descendentes: os filhos, os netos,
os bisnetos e até os parentes mais distantes podem ser alcançados pela
felicidade por nós construída.
Durante os muitos anos de
trabalho que começaram em 1962 e só terminaram em 2001, vivi momentos felizes
na imprensa escrita e falada. Entrevistei presidente, senadores, ministros,
além de secretários de Estado, prefeitos
e inúmeras pessoas de destaque na vida social, política e religiosa. Isso me
orgulhava, mas não me fazia totalmente feliz.
E o que estava faltando para
que eu tivesse uma felicidade verdadeira? Será que eu não estava administrando
bem os meus momentos felizes? Ou eles não passavam de efemeridades travestidas
de felicidade? Lembrei-me de uma artista famosa que depois de mostrar sua
mansão e falar de sua fama, disse: “Tenho tudo isso, mas não sou feliz”.
Fiquei bem mais tranquilo.
Afinal, o problema não era só meu! Se a felicidade nem sempre dependia da fama,
então eu até que não era infeliz. Hoje, distante dos microfones e sem a ousada
missão de entrevistar grandes personalidades, consigo administrar minha
felicidade.
Sem os abraços dos fãs
levados pela curiosidade e pelas emoções, limito-me a olhar com carinho os
certificados de melhor redator, as medalhas de profissional atuante, os títulos
de cidadanias e as inesquecíveis fotografias. Estas registram com mais eficácia
o que fomos no passado.
Somem-se
a tudo isso, as mensagens dos amigos que guardam consigo aquilo que fizemos com
o carinho e a dedicação de quem procura chegar à perfeição realizando o que lhe
agrada.
(Por
Adalberto Pereira)
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terça-feira, 23 de julho de 2019
ACONTECE CADA UMA!!!
COISAS ESTRANHAS
Tem coisas que não devíamos contar, por se tratar de algo impossível
para quem não acredita em fatos estranhos. Mas, se o fato aconteceu, por que
não contá-lo, mesmo contrariando algumas pessoas?
No Batalhão de Serviços de Engenharia, em Campina Grande, onde servi lá
pelos idos de 1960, contava-se a história de um tal “capitão sem cabeça”.
Disseram-me que se tratava do um capitão que teve sua cabeça decepada num
acidente com um Jeep do Exército.
Lá, no BSvE, mais precisamente no flanco esquerdo, existia um “cemitério
de carros velhos”, onde podíamos encontrar sucatas de jeep e caminhões que
foram muito úteis nas tarefas militares. Esses veículos (sem motores) eram
colocados sobre tonéis e estacas resistentes.
Pois bem! Diziam os soldados mais antigos, que por volta da meia noite,
as luzes dos referidos veículos acendiam e suas buzinas tocavam, mesmo sem
existirem, o que enchia os soldados de medo. Chegaram a me dizer que os carros
se deslocavam de seus lugares.
Certa noite, estávamos no alojamento, ao lado do Portão das Armas, local
de acesso ao Batalhão, quando ouvimos um barulho estranhos. Rapidamente, fomos
surpreendidos com a presença do Relacionador de Viaturas (*) que, ofegante, anunciava
a presença de um soldado caído nas proximidades.
Corremos até o local (uns 20 metros de onde estávamos) e verificamos que
se tratava do soldado Pimentel, que montava guarda no flanco esquerdo. Ele
estava sem voz e pálido como um cadáver. Ninguém sabia o que havia acontecido,
pois ele não falava e os olhos pareciam querer saltar daquele rosto
amedrontado.
Conduzido à enfermaria do quartel, o colega só teve condições de falar
dois dias depois. Foi aí que ele contou que um dos jeep do “cemitério dos
carros velhos” havia acendido os faróis, ligado o motor e se deslocado do local
onde estava há anos.
Até hoje, ninguém sabe se o jipe realmente se movimentou ou se não
passou de uma reação do sistema emocional do colega, que já havia demonstrado
em outras ocasiões ser bastante medroso. De toda forma, a carreira e o desmaio
do colega não foi nada inventado. Eu mesmo testemunhei.
(*) RELACIONADOR DE VIATURAS era o soldado que ficava na entrada do quartel
com uma prancheta anotando as viaturas que entravam e saiam, seus motoristas,
sua quilometragem e seus destinos. Ele controlava saídas e entradas de todos os
veículos.
(Por Adalberto Pereira) - Sd. CLAUDINO – 216
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segunda-feira, 22 de julho de 2019
ACONTECE CADA UMA!!!
COISAS
DE SOLDADO
No quartel, o soldado Pereira não era lá muito atento às instruções
recebidas. Até parecia que vivia no “mundo da lua”.
Em um dos momentos da chamada “ordem unida”, o 2º sargento Paulo, com a chatice que lhe era peculiar, perguntava os nomes de determinados equipamentos e quando alguém não acertava,
recebia uma tremenda bronca.
Ao chegar frente a frente com o Pereira, o exigente instrutor, apontou
para a cartucheira do recruta e perguntou:
- Como é o nome disso aí, soldado?
Imediatamente, Pereira respondeu:
- É uma CARCHUTEIRA, sargento!
O sargento já ia se afastando mas, ao ouvir a resposta, virou-se
rapidamente e vermelho de raiva, fixou o olhar severo no recruta e, parecendo que
ia engolir o colega, perguntou:
- É uma O QUÊ???
Outra vez sem vacilar, e mais eufórico ainda, pensando estar "abafando", Pereira respondeu:
- Uma CARCHUTEIRA, tenente!
Enraivecido e parecendo mais uma fera, sargento Paulo respondeu:
- Nem eu sou tenente e nem o nome disso é carchuteira, seu imbecil! Is so aí é uma CAR-TU-CHEI-RA! Entendeu, idiota???
Chato, bruto e ignorante que só ele mesmo, o sargento Paulo mandou que
ele saísse de forma e ficasse esperando sentado na calçada, até segunda ordem.
Mais ingênuo que irresponsável Pereira saiu de forma sorrindo, como se
estivesse recebendo um prêmio pela “excelente” e rápida resposta.
Momentos depois, o sargento Paulo mandou que o cabo Carlos conduzisse o
Pereira até o salão e que ficasse com ele até que este aprendesse dizer CARTUCHEIRA. Não sei dizer com muita certeza, mas, segundo me informaram, foram mais
de duas horas de incansáveis e seguidas tentativas.
Ansioso para saber o resultado da tarefa do cabo, o sargento Paulo foi
até o salão, abriu a porta e gritou com o seu jeito tradicional:
- E aí, cabo? Com o recruta se saiu?
Meio ofegante, o cabo respondeu:
- Demorou, mas o soldado já aprendeu dizer CARCHUTEIRA, sargento!
O resultado, eu nem quero arriscar! Cada um pense da maneira que lhe
convier!
(Por Adalberto Pereira)
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