segunda-feira, 22 de julho de 2019

ACONTECE CADA UMA!!!


                                  COISAS DE SOLDADO

No quartel, o soldado Pereira não era lá muito atento às instruções recebidas. Até parecia que vivia no “mundo da lua”.

Em um dos momentos da chamada “ordem unida”, o 2º sargento Paulo, com a chatice que lhe era peculiar, perguntava os nomes de determinados equipamentos e quando alguém não acertava, recebia uma tremenda bronca.

Ao chegar frente a frente com o Pereira, o exigente instrutor, apontou para a cartucheira do recruta e perguntou:

 - Como é o nome disso aí, soldado?

Imediatamente, Pereira respondeu: 

- É uma CARCHUTEIRA, sargento!

O sargento já ia se afastando mas, ao ouvir a resposta, virou-se rapidamente e vermelho de raiva, fixou o olhar severo no recruta e, parecendo que ia engolir o colega, perguntou:

- É uma O QUÊ???

Outra vez sem vacilar, e mais eufórico ainda, pensando estar "abafando", Pereira respondeu:

- Uma CARCHUTEIRA, tenente!

 Enraivecido e parecendo mais uma fera, sargento Paulo respondeu:

- Nem eu sou tenente e nem o nome disso é carchuteira, seu imbecil! Is so aí é uma CAR-TU-CHEI-RA! Entendeu, idiota???

Chato, bruto e ignorante que só ele mesmo, o sargento Paulo mandou que ele saísse de forma e ficasse esperando sentado na calçada, até segunda ordem.
Mais ingênuo que irresponsável Pereira saiu de forma sorrindo, como se estivesse recebendo um prêmio pela “excelente” e rápida resposta.

Momentos depois, o sargento Paulo mandou que o cabo Carlos conduzisse o Pereira até o salão e que ficasse com ele até que este aprendesse dizer CARTUCHEIRA. Não sei dizer com muita certeza, mas, segundo me informaram, foram mais de duas horas de incansáveis e seguidas tentativas.

Ansioso para saber o resultado da tarefa do cabo, o sargento Paulo foi até o salão, abriu a porta e gritou com o seu jeito tradicional:

- E aí, cabo? Com o recruta se saiu?

Meio ofegante, o cabo respondeu:

- Demorou, mas o soldado já aprendeu dizer CARCHUTEIRA, sargento!

O resultado, eu nem quero arriscar! Cada um pense da maneira que lhe convier!

(Por Adalberto Pereira)
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