O PREÇO DA DESOBEDIÊNCIA
Dizem que “se conselho fosse
bom, teria um valor financeiro incalculável”. Ouvir conselhos que possam tirar-nos
de situações difíceis é algo que deve ser valorizado. Uma pessoa em sua plena
consciência deve estar atenta a uma palavra amiga, principalmente num momento
de angústia motivado por uma decepção comercial, amorosa ou familiar.
Bater no peito e dizer que é
independente, que faz o que quer e que é dono do seu próprio nariz, não deve
fazer parte do dicionário de quem tem uma mente sadia. A falta de humildade de
muitos é uma das maiores consequências negativas na vida de um ser vivente.
A grande verdade é que nem
sempre estaremos em plenas condições psicológicas para tomarmos certas
decisões, sem a colaboração de uma pessoa amiga. Infelizmente, as fantasias do
mundo ainda têm um peso incomum na vida de pessoas inseguras, que se deixam levar
pelas emoções.
Um jovem adolescente de 17
anos pediu a mãe para ir a uma festa com uns amigos. Seria mais uma daquelas
terríveis “baladas” que viram as madrugadas e que nem sempre apresentam bons
resultados. A mãe o aconselhou a não ir, alegando que poderia acontecer algo
que viesse a prejudica-lo. Dizem que coração de mãe fala mais alto.
O garoto não gostou muito do
que ouvira da mãe, mas manteve-se em silêncio. Entrou no quarto, sentou na cama
e esperou o momento em que a mãe estivesse dormindo. Trocou as roupas, abriu a
janela do quarto e foi ao encontro dos amigos, desobedecendo a única pessoa que
se preocupava com o seu bem-estar.
Eram aproximadamente cinco
horas da manhã, quando alguém bateu na porta. A senhora se levantou e, ao abrir
a porta, recebeu a notícia de que o filho havia sido assassinado. –Não pode
ser! Meu filho está no quarto dormindo! – respondeu ela, ao mesmo tempo em que
se dirigiu ao quarto do filho. Lá chegando, encontrou apenas os cobertores
sobre a cama vazia.
Achando que os conselhos dos
pais eram incômodos e fugiam totalmente dos seus princípios de que já era maior
de idade e que sabia o que estava fazendo, uma jovem resolveu deixar o lar
paterno para viver “livre e independente” com duas colegas. Foram meses de uma
vida alegre e plena felicidade. Até chegou a esquecer de que os pais e os
irmãos ainda existiam. Estava muito feliz para pensar naquela gente chata!
Resolveram dar uma festinha
entre amigos. No apartamento “rolou” de tudo. Muita festa, muita música e
muitas bebidas. Aqui, acolá, um "pozinho" passava a fazer parte do “cardápio”.
De repente, uma pequena
discussão. Nada de mais, a princípio. Coisa de jovens. Mas o que era fumaça
transformou-se em fogo. Uma confusão generalizada culminou na morte da jovem
desobediente. Os pais foram chamados. Era tarde demais! O preço da
desobediência foi muito alto e ela teve que pagar.
Certa vez, pedi a minha mãe
para jogar com os amigos. Imediatamente ela disse “não”. Então eu pedi para ir
ao cinema. O filme da tarde era muito bom. Ela disse “sim”. Escondido, fui
direto para o campo. Coloquei a roupa e os sapatos embaixo de uma árvore e fui
satisfazer a minha desobediência.
Terminado o jogo, notei que
tinham roubado os meus sapatos. Fiquei desesperado. Sentindo antecipadamente as
dores da surra que levaria de minha mãe, resolvi me esconder no matagal e não
mais voltar para casa. Eu sabia muito bem o quanto pesavam os braços de d.
Eudócia. Mandei o amigo Nivaldo avisar aos meus pais que ia embora para bem
longe.
A Rua Monte Santo nunca foi
tão movimentada como na noite daquele fatídico domingo. Todos se juntaram para
procurar-me. Escondido sob as folhagens de uma planta (não sei que planta era)
via os pés das pessoas jogando poeira no meu rosto. Ouvia muito bem a voz de
minha avó Doninha gritando: - Adalbertinho, meu filho, volta pra casa!
Horas depois, eu estava de
volta pra casa, com meu pai me segurando pelo cinto e murmurando: - Te prepara!
Tua mãe vai te dar uma surra daquelas! Se ele pensava que me assustava com
aquela ameaça, estava certíssimo! Graças a Deus, o preço da minha desobediência
não esbarrou no peso dos braços de minha mãe.
Se as pessoas soubessem o
quanto é alto o preço da desobediência, com certeza o mundo seria bem melhor.
Políticos, empresários, funcionários públicos e outras pessoas que integram os
mais diversos segmentos da sociedade, estão pagando preços altíssimos por serem
desobedientes. Até ex-presidentes.
(Por Adalberto Pereira)
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