terça-feira, 30 de julho de 2019

EDITORIAL DA VIDA


                                          O PREÇO DA DESOBEDIÊNCIA
  
Dizem que “se conselho fosse bom, teria um valor financeiro incalculável”. Ouvir conselhos que possam tirar-nos de situações difíceis é algo que deve ser valorizado. Uma pessoa em sua plena consciência deve estar atenta a uma palavra amiga, principalmente num momento de angústia motivado por uma decepção comercial, amorosa ou familiar.

Bater no peito e dizer que é independente, que faz o que quer e que é dono do seu próprio nariz, não deve fazer parte do dicionário de quem tem uma mente sadia. A falta de humildade de muitos é uma das maiores consequências negativas na vida de um ser vivente.

A grande verdade é que nem sempre estaremos em plenas condições psicológicas para tomarmos certas decisões, sem a colaboração de uma pessoa amiga. Infelizmente, as fantasias do mundo ainda têm um peso incomum na vida de pessoas inseguras, que se deixam levar pelas emoções.

Um jovem adolescente de 17 anos pediu a mãe para ir a uma festa com uns amigos. Seria mais uma daquelas terríveis “baladas” que viram as madrugadas e que nem sempre apresentam bons resultados. A mãe o aconselhou a não ir, alegando que poderia acontecer algo que viesse a prejudica-lo. Dizem que coração de mãe fala mais alto.

O garoto não gostou muito do que ouvira da mãe, mas manteve-se em silêncio. Entrou no quarto, sentou na cama e esperou o momento em que a mãe estivesse dormindo. Trocou as roupas, abriu a janela do quarto e foi ao encontro dos amigos, desobedecendo a única pessoa que se preocupava com o seu bem-estar.

Eram aproximadamente cinco horas da manhã, quando alguém bateu na porta. A senhora se levantou e, ao abrir a porta, recebeu a notícia de que o filho havia sido assassinado. –Não pode ser! Meu filho está no quarto dormindo! – respondeu ela, ao mesmo tempo em que se dirigiu ao quarto do filho. Lá chegando, encontrou apenas os cobertores sobre a cama vazia.

Achando que os conselhos dos pais eram incômodos e fugiam totalmente dos seus princípios de que já era maior de idade e que sabia o que estava fazendo, uma jovem resolveu deixar o lar paterno para viver “livre e independente” com duas colegas. Foram meses de uma vida alegre e plena felicidade. Até chegou a esquecer de que os pais e os irmãos ainda existiam. Estava muito feliz para pensar naquela gente chata!
Resolveram dar uma festinha entre amigos. No apartamento “rolou” de tudo. Muita festa, muita música e muitas bebidas. Aqui, acolá, um "pozinho" passava a fazer parte do “cardápio”.

De repente, uma pequena discussão. Nada de mais, a princípio. Coisa de jovens. Mas o que era fumaça transformou-se em fogo. Uma confusão generalizada culminou na morte da jovem desobediente. Os pais foram chamados. Era tarde demais! O preço da desobediência foi muito alto e ela teve que pagar.

Certa vez, pedi a minha mãe para jogar com os amigos. Imediatamente ela disse “não”. Então eu pedi para ir ao cinema. O filme da tarde era muito bom. Ela disse “sim”. Escondido, fui direto para o campo. Coloquei a roupa e os sapatos embaixo de uma árvore e fui satisfazer a minha desobediência.

Terminado o jogo, notei que tinham roubado os meus sapatos. Fiquei desesperado. Sentindo antecipadamente as dores da surra que levaria de minha mãe, resolvi me esconder no matagal e não mais voltar para casa. Eu sabia muito bem o quanto pesavam os braços de d. Eudócia. Mandei o amigo Nivaldo avisar aos meus pais que ia embora para bem longe.

A Rua Monte Santo nunca foi tão movimentada como na noite daquele fatídico domingo. Todos se juntaram para procurar-me. Escondido sob as folhagens de uma planta (não sei que planta era) via os pés das pessoas jogando poeira no meu rosto. Ouvia muito bem a voz de minha avó Doninha gritando: - Adalbertinho, meu filho, volta pra casa!

Horas depois, eu estava de volta pra casa, com meu pai me segurando pelo cinto e murmurando: - Te prepara! Tua mãe vai te dar uma surra daquelas! Se ele pensava que me assustava com aquela ameaça, estava certíssimo! Graças a Deus, o preço da minha desobediência não esbarrou no peso dos braços de minha mãe.

Se as pessoas soubessem o quanto é alto o preço da desobediência, com certeza o mundo seria bem melhor. Políticos, empresários, funcionários públicos e outras pessoas que integram os mais diversos segmentos da sociedade, estão pagando preços altíssimos por serem desobedientes. Até ex-presidentes.

(Por Adalberto Pereira)

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