A GANÂNCIA NÃO É UM MAL
INCURÁVEL
O ganancioso só visa lucros
e não se incomoda em causar prejuízos a quem estiver ao seu lado. O invejoso sofre
diante da felicidade dos outros e se alegra com o infortúnio até do seu melhor
amigo. O egoísta não abre mão daquilo que tem, mesmo que isto venha resolver os
problemas dos mais necessitados.
Se um desses já causa
pânico, imaginem os três juntos. Seria um desastre para aqueles que sofrem com
os que sofrem e se alegram com os que se alegram. Há um adágio popular que diz:
“Deus dá o frio, conforme o cobertor”. Talvez esta seja uma versão popular da
afirmativa bíblica de que “Deus não nos dá o peso que não possamos suportar”.
Realmente, somente ele sabe
das nossas limitações. Apesar disso, existem pessoas que procuram provocar a
lei da potencialidade humana, tomando para si responsabilidades que vão de
encontro às suas condições físicas, psicológicas e morais. A ganância caminha
lado a lado com a inveja. Por isso, todo ganancioso é invejoso; todo invejoso é
discípulo do egoísmo e todo egoísta sofre quando alguém progride.
Um certo governador, ao ser
empossado, solicitou de seus auxiliares um levantamento de todos os
funcionários públicos do Estado. Concluído o levantamento, ele ficou sabendo
que havia funcionários com três empregos. Imediatamente, ele determinou que
cada um escolhesse onde desejaria ficar. Com isso, conseguiu resolver parte do
problema de desemprego lá no seu Estado.
Existem pessoas que adoecem
com o sucesso dos outros. O caso é tão sério, que muitos chegam a questionar
por que Deus dá um carro a um e uma bicicleta a outro. A inveja sempre vai
estar presente na vida dos gananciosos. A ganância levou uma filha a assassinar
o próprio pai. Para ela, ficar com a herança era muito mais importante do que a
vida daquele que a educou, dando-lhe em
vida, tudo de bom e de melhor.
A inveja destrói famílias e
se infiltra na sociedade destruindo relacionamentos. O ganancioso age sem
piedade. Ele é perverso e não pensa duas vezes, antes de destruir quem estiver
em sua frente. O egoísta sempre quer tudo para si, sem a louvável conduta de
ajudar ao próximo. Ele é desprezível, cruel. Seu espírito é maligno e
impiedoso.
Certa vez, um amigo lançou
sobre mim uma crítica bastante contundente por eu estar orientando um jovem
estagiário recém-formado, que pretendia exercer a função de jornalista. Ele
chegou a perguntar se eu não tinha medo de perder o emprego para o pretenso
jornalista. O egoísta é assim: sempre encontra uma justificativa para o seu
comportamento mesquinho e cruel.
O ganancioso nunca está
satisfeito com o que tem. Ele sempre quer mais e não perde a oportunidade
quando tem a chance de “puxar o tapete” de alguém. No mundo do jornalismo não é
muito difícil encontrarmos pessoas assim. Ao chegar em uma emissora pela qual fui contratado para assumir o
Departamento de Jornalismo, ouvi de um colega a seguinte expressão: “Tenha
muito cuidado, que aqui, é cobra engolindo cobra!”.
Que bela recepção! Pensei
comigo mesmo. Eu começava a conhecer o terreno onde estava pisando, a partir
daquele momento. Se você nunca sentiu de perto o perigo de estar entre pessoas
gananciosas, não queira viver esta lastimável experiência. É um verdadeiro
inferno. Junto a elas, você sempre será uma pessoa insegura, por mais
competente que seja. Aliás, as maiores vítimas dos gananciosos são os
competentes. Os gananciosos usam o seu “veneno” contra tudo e contra todos.
Na vida profissional, eles
não entram pelas portas; simplesmente pulam as janelas e pronto! Produzem pouco
ou quase nada e, geralmente, causam prejuízos incalculáveis. Aconselham para o
mau, apunhalam pelas costas e empurram abismo abaixo. O ganancioso é capaz de
trair a própria mãe, desde que isso os faça alcançar os seus objetivos.
Ele ganha maus salários e
nunca deixa de aproveitar a oportunidade para tomar o emprego do melhor amigo.
Acumulando salários, passa a desempenhar muito mal as suas tarefas, chegando a
causar grandes prejuízos à empresa onde trabalha. Para ele, o importante é
aumentar o saldo em sua conta bancária, mesmo que isso venha causar danos aos
lucros da empresa.
Seu olhar é como flecha
venenosa, lançada contra aqueles que vencem com honestidade e competência. Ele
quer sempre o melhor para si e não se preocupa com as desventuras do seu
semelhante. Empresta a juros altos e faz questão de dizer: “O que é meu, é
meu!”.
Falando sobre o
comportamento dos gananciosos, um professor de psicologia disse que a ganância
não é um mal incurável e que o remédio para este mal é o desprezo. Segundo ele,
ao se ver sozinho nos momentos mais cruciantes, o ganancioso procura
aproximar-se das pessoas, mudando aos poucos a sua maneira de conviver em
sociedade.
Não é uma cura a curto
prazo, mas ela acontece. Se você não consegue conviver com os gananciosos,
afaste-se deles. Conheço pessoas que perderam grandes oportunidades, por
depositarem toda confiança em amigos invejosos.
Há quem diga que precisamos
aprender a conviver com as diferenças, mas nem sempre isso é tão fácil como
muitos pensam. Portanto, cuidado com quem está ao seu lado!
(Por Adalberto Pereira)
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