sexta-feira, 26 de julho de 2019

EDITORIAL DA VIDA


                                A GANÂNCIA NÃO É UM MAL INCURÁVEL

O ganancioso só visa lucros e não se incomoda em causar prejuízos a quem estiver ao seu lado. O invejoso sofre diante da felicidade dos outros e se alegra com o infortúnio até do seu melhor amigo. O egoísta não abre mão daquilo que tem, mesmo que isto venha resolver os problemas dos mais necessitados.

Se um desses já causa pânico, imaginem os três juntos. Seria um desastre para aqueles que sofrem com os que sofrem e se alegram com os que se alegram. Há um adágio popular que diz: “Deus dá o frio, conforme o cobertor”. Talvez esta seja uma versão popular da afirmativa bíblica de que “Deus não nos dá o peso que não possamos suportar”.

Realmente, somente ele sabe das nossas limitações. Apesar disso, existem pessoas que procuram provocar a lei da potencialidade humana, tomando para si responsabilidades que vão de encontro às suas condições físicas, psicológicas e morais. A ganância caminha lado a lado com a inveja. Por isso, todo ganancioso é invejoso; todo invejoso é discípulo do egoísmo e todo egoísta sofre quando alguém progride.

Um certo governador, ao ser empossado, solicitou de seus auxiliares um levantamento de todos os funcionários públicos do Estado. Concluído o levantamento, ele ficou sabendo que havia funcionários com três empregos. Imediatamente, ele determinou que cada um escolhesse onde desejaria ficar. Com isso, conseguiu resolver parte do problema de desemprego lá no seu Estado.

Existem pessoas que adoecem com o sucesso dos outros. O caso é tão sério, que muitos chegam a questionar por que Deus dá um carro a um e uma bicicleta a outro. A inveja sempre vai estar presente na vida dos gananciosos. A ganância levou uma filha a assassinar o próprio pai. Para ela, ficar com a herança era muito mais importante do que a vida daquele que a educou, dando-lhe  em vida, tudo de bom e de melhor.

A inveja destrói famílias e se infiltra na sociedade destruindo relacionamentos. O ganancioso age sem piedade. Ele é perverso e não pensa duas vezes, antes de destruir quem estiver em sua frente. O egoísta sempre quer tudo para si, sem a louvável conduta de ajudar ao próximo. Ele é desprezível, cruel. Seu espírito é maligno e impiedoso.

Certa vez, um amigo lançou sobre mim uma crítica bastante contundente por eu estar orientando um jovem estagiário recém-formado, que pretendia exercer a função de jornalista. Ele chegou a perguntar se eu não tinha medo de perder o emprego para o pretenso jornalista. O egoísta é assim: sempre encontra uma justificativa para o seu comportamento mesquinho e cruel.

O ganancioso nunca está satisfeito com o que tem. Ele sempre quer mais e não perde a oportunidade quando tem a chance de “puxar o tapete” de alguém. No mundo do jornalismo não é muito difícil encontrarmos pessoas assim. Ao chegar em uma emissora pela  qual fui contratado para assumir o Departamento de Jornalismo, ouvi de um colega a seguinte expressão: “Tenha muito cuidado, que aqui, é cobra engolindo cobra!”.

Que bela recepção! Pensei comigo mesmo. Eu começava a conhecer o terreno onde estava pisando, a partir daquele momento. Se você nunca sentiu de perto o perigo de estar entre pessoas gananciosas, não queira viver esta lastimável experiência. É um verdadeiro inferno. Junto a elas, você sempre será uma pessoa insegura, por mais competente que seja. Aliás, as maiores vítimas dos gananciosos são os competentes. Os gananciosos usam o seu “veneno” contra tudo e contra todos.

Na vida profissional, eles não entram pelas portas; simplesmente pulam as janelas e pronto! Produzem pouco ou quase nada e, geralmente, causam prejuízos incalculáveis. Aconselham para o mau, apunhalam pelas costas e empurram abismo abaixo. O ganancioso é capaz de trair a própria mãe, desde que isso os faça alcançar os seus objetivos.

Ele ganha maus salários e nunca deixa de aproveitar a oportunidade para tomar o emprego do melhor amigo. Acumulando salários, passa a desempenhar muito mal as suas tarefas, chegando a causar grandes prejuízos à empresa onde trabalha. Para ele, o importante é aumentar o saldo em sua conta bancária, mesmo que isso venha causar danos aos lucros da empresa.

Seu olhar é como flecha venenosa, lançada contra aqueles que vencem com honestidade e competência. Ele quer sempre o melhor para si e não se preocupa com as desventuras do seu semelhante. Empresta a juros altos e faz questão de dizer: “O que é meu, é meu!”.

Falando sobre o comportamento dos gananciosos, um professor de psicologia disse que a ganância não é um mal incurável e que o remédio para este mal é o desprezo. Segundo ele, ao se ver sozinho nos momentos mais cruciantes, o ganancioso procura aproximar-se das pessoas, mudando aos poucos a sua maneira de conviver em sociedade.

Não é uma cura a curto prazo, mas ela acontece. Se você não consegue conviver com os gananciosos, afaste-se deles. Conheço pessoas que perderam grandes oportunidades, por depositarem toda confiança em amigos invejosos.

Há quem diga que precisamos aprender a conviver com as diferenças, mas nem sempre isso é tão fácil como muitos pensam. Portanto, cuidado com quem está ao seu lado!

(Por Adalberto Pereira)
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