OBRIGADO, ARARIPINA!
O dia 1º de novembro foi deveras bastante especial
para mim. Bondosos, os Vereadores de Araripina, em atendimento ao DECRETO
LEGISLATIVO nº 021/2017, de autoria da Vereadora Camila Modesto, votaram pela
concessão do meu Título de Cidadania. Foi uma noite memorável, onde a emoção
mostrou o quanto somos frágeis diante de uma outorga tão significante.
Entre os homenageados, estiveram o Dr. Aluizio, a Dra.
Janaína, os radialistas Martinho Filho, Fredson Paiva e Roberto Gonçalves. Lá
estava também o Sargento Romero, um amigo de longas datas. Foi com muito
orgulho que, diante de um público bastante seleto, proferi o seguinte discurso
de agradecimento pela honraria:
O DISCURSO
Excelentíssimo Senhor Presidente deste
Legislativo Municipal, Vereador Evilásio Mateus; digníssima Vereadora Camila
Modesto, Demais Vereadores aqui presente;
minhas senhoras, meus senhores:
Esta Casa me proporcionou muitos momentos de
alegrias. O primeiro deles foi o de ser redator da Lei Orgânica de Araripina,
ao lado do escritor e historiador Geraldo Granja Falcão e do Dr. Armando
Tavares da Silva. Eu não poderia fugir da responsabilidade que me fora confiada
pelo então Presidente deste Legislativo, Joaquim Lima Filho.
Orgulha-me sobremaneira ter convivido com
homens como Emanuel Bringel, Humberto Filho, Sinval Ferreira, Lula Sampaio,
Hamilton Pereira, Salomão da Rancharia, Arlindo Cordeiro, Joaquim de Berto,
Pedro Cordeiro, Boba Sampaio, Danda Simeão, Moisés Neri, Tico de Roberto, Badu,
Evilásio Mateus e Francisco Edvaldo.
Tranquiliza-me sobremaneira saber que pessoas
idôneas ocupam com dignidade os mesmos lugares, fazendo com que a nossa
Araripina continue firme e resoluta na sua longa e vitoriosa caminhada, tendo
como alvo maior o seu progresso social, político e econômico.
O meu segundo e grande momento aqui foi
o convite do então presidente Emanuel
Santiago Alencar para assumir a Assessoria de Imprensa deste Legislativo, onde
permaneci de 1991 até 1994, na sua gestão e na de Humberto Filho. Foram 4 anos
gratificantes, ao lado de Hilda Nunes,
Irismar Penha, Goreth Saburido, Socorro Gomes, Rosângela Soares Feitosa,
Silvio Romero e d. Gilza.
O terceiro momento, que será tão inesquecível
quanto os demais, estou vivendo agora, ao receber o honroso título de Cidadão
Araripinense, na presença dos amigos e agora meus irmãos pela vontade livre e
independente destes destemidos representantes do povo de Araripina.
No dia 26 de agosto de 1978, eu recebia da Câmara Municipal de Patos, o
título de Cidadão Patoense. Hoje, 40 anos depois, aqui estou eu, igualmente
emocionado e agradecido, recebendo da Câmara Municipal de Araripina, minha nova
e honrada certidão de nascimento. Isso me deixa diante da certeza de que não há
limite de idade para nascermos de novo.
Os momentos felizes precisam ser
imortalizados, principalmente quando nos sentimos como uma semente selecionada
que, plantada em solo fértil, e regada com amor e com carinho, germina, cresce e produz bons frutos. As
maiores vitórias são alcançadas por aqueles que conseguem ser fortes em meio às tempestades, pois não há mérito
algum quando nos sentimos vitoriosos em
meio às calmarias.
A menos de 7 dias para findar o mês de
fevereiro, de 1986, às 7 horas da noite, eu chegava à Rodoviária de Araripina e
era recebido por dois jovens: Iveraldo
Nascimento e Joel Coelho. Impulsionado por uma ordem do Sr. Geraldo Coelho, eu
assumiria, no dia 1º de março daquele ano, a direção da Rádio da Grande Serra.
Não foi nada fácil. A rádio estava em verdadeiro caos financeiro.
Naquele momento, eu já sentia que Araripina,
antes município de São Gonçalo, desde 11 de setembro de 1928, era uma cidade
abençoada por Deus e conduzida pelos braços fortes de homens ilustres e
destemidos a exemplo de Joaquim Pereira Lima, hoje imortalizado com todas as
honras, nas páginas históricas deste Legislativo Municipal.
Esta é a Araripina que guarda com carinho e
com respeito, como protagonistas de sua história, figuras memoráveis como Joaquim José Modesto, Francisco da Rosa
Muniz, João Cavalcanti Lima, José Deodato Santiago (Zé Bringel), Joaquim
Alexandre Arraes, Manoel Ramos Barros, Cel. Antônio Modesto, Moisés Bom de
Oliveira, Ancilon Mendes da Silva, e Sebastião Batista Modesto.
Araripina jamais esquecerá filhos ilustres e
dedicados como Arnaldo Lage, Afonso
Nunes, Pedro Batista, Expedito Arraes,
Valdemir Batista de Sousa (Dr. Mimi), Joaquim de Berto, Antônio Carlos,
Humberto Bertino, Giovane Pereira Lima, e tantas outras figuras de realce e de inestimável influência
no progresso desta metrópole que continua caminhando a passos largos em busca
de novos horizontes.
Araripina crescia manhosa, acalentada por mãos carinhosas de mulheres como Teutônia
Teixeira Leite, Joana de Lavor Papagaio, Cecy de Alencar, Anita Bringel,
Rivanda Albuquerque, Suzete Arraes e outras heroínas, valorosas senhoras da
nossa sociedade rica na sua histórica existência.
Que não feneçam em nós os grandes feitos dos
homens e mulheres que tanto honraram esta terra e de outros que ergueram os
olhos para o horizonte do crescimento e do progresso desta cidade forte e
ousada, alicerce inabalável da Serra do
Araripe.
Mas Araripina já estava acostumada a
adormecer ao som das belas melodias muito
bem interpretadas por Edvaldo Lopes, Fernando Goiano e dos anônimos
seresteiros das suas madrugadas.
Esta terra abençoada por Deus nunca deixou de
ser cantada e decantada nas poesias improvisadas dos poetas José Melquíades,
Reinaldo Ribeiro e outros não menos inspirados.
E ai de ti, minha mãe amada, se teus momentos mais sublimes não
fossem registrados pelas câmeras mágicas de fotógrafos como Abdias Sinfrônio,
seu Sebastião, d. Zefa, Luizito, Rômulo Jacó, Paulo Elias, e outros que no
anonimato, também realizaram brilhantes trabalhos. Tudo isso sem esquecermos a
valorosa contribuição de brilhantes jornalistas como Adauto Ferreira, Iveraldo
Nascimento e Netinho Andrade.
Ah, Araripina! O que seria de ti sem os
ensinamentos producentes oriundos de
mentes inteligentes, qualidades inquestionáveis de Alzenir Lacerda,
Áurea Carvalho, Eluzana Valverde, Elodir, Irza Carvalho, Maria Darticlea,
Jacira Bandeira, Ana Luzia Alencar, Paulo Ponciano, Naziozênio, Darlan
Granjeiro Teles, Paulo Fonseca, Padre Vicente, Maderleide Oliveira, Zena
Moiseis, Maria Ramos, Prof. Marcílio, Prof. Ramalho, Prof. José Ramos, e tantos
outros destemidos educadores, que fizeram e ainda fazem do Magistério um
notável sacerdócio.
O homem jamais será digno do respeito e da
admiração, se não valorizar as suas raízes. Isso faz parte do seu espírito de gratidão. A valorização do
ser humano pauta-se muito mais na sua dignidade e no respeito ao próximo, do
que nas honrarias que lhe são
conferidas. Pouco valor teria um título de cidadania se este chegasse até o seu destino
como uma folha seca desnorteada e impulsionada pela conivência aos interesses individuais.
Esta honraria precisa e deve ser motivada,
antes de tudo, pela capacidade e pelo
valor de cada homenageado, considerando-se acima de tudo a sua contribuição
moral, humana e profissional para o soerguimento de um povo que clama por
administrações honradas e coerentes com os interesses coletivos que garantam
aos seus filhos um futuro digno e promissor.
Como cidadãos, dinâmicos construtores de uma história digna
do respeito das gerações futuras, cabem-nos o dever e a obrigação de
realizarmos um trabalho amplo, alicerçado na competência dos cidadãos de
valores invejáveis, cuja idoneidade moral não tenha preço.
Espero que esta Casa, através dos seus mais
respeitados e respeitáveis representantes,
os de hoje e os que virão, guarde com orgulho nos anais de sua longa e
comovente história, este momento sublime como uma relíquia inesquecível.
A mim, como um combatente em descanso, cabe a
grande responsabilidade de respeitar e honrar a outorga que me foi
concedida. Aos que continuam empunhando
a bandeira da luta incansável, em busca de novas e sublimes vitórias, a
responsabilidade é bem maior. É em vocês
que está depositada a confiança da nossa mãe adotiva, que sonha com mudanças
urgentes para a continuação do seu progresso econômico, social, político e
cultural.
Mas para isso, ela precisa de filhos
corajosos, destemidos. Filhos que não se deixem levar pelo desânimo, pelo
desespero dos desencantos. Filhos que se predisponham ao trabalho incansável,
para o bem e para o orgulho desta mãe que hoje nos adota como seus filhos.
Obrigado, Araripina! Continue recebendo com
carinho aqueles que aqui chegarem dispostos ao trabalho em busca dos seus mais
profícuos ideais! Que o seu crescimento esteja sempre registrado pelas ondas
sonoras da Arari FM e da Grande Serra, assim como o foi na Arco-Íris de um
passado inesquecível.
Diante de todos que nos honram com sua
presença, testemunhando este momento tão sublime, estendo minha mão prometendo
ser motivo de orgulho para você, minha mãe querida!
Tenho dito!