VALORIZANDO O INSIGNIFICANTE
Insignificância é tudo aquilo que nem soma e nem multiplica.
Tudo aquilo que divide e que subtrai é insignificante. O crescimento de um país
e o orgulho de um povo estão pautados nas coisas significantes, ou seja, em tudo
que venha somar conhecimentos e multiplicar valores individuais.
Levando em consideração o crescimento acelerado de uma
empresa, chegamos a um resultado lógico de que os seus diversos setores produtivos
somaram conhecimentos, multiplicaram idéias, dividiram responsabilidades e subtraíram
pessimismo. Assim, alcançaram resultados positivos.
Para alcançarmos alguns objetivos promissores, achamo-nos
na obrigação de menosprezarmos aquilo que consideramos desnecessário para colocarmos em prática os nossos
planos e evidenciarmos os nossos projetos. Colocamos, então, de lado o que rotulamos
de insignificante.
Fui abordado por uma pessoa que se dizia preocupada com
o que eu escrevia como respostas aos meus agressores. Dizia ela que eu me rebaixava,
dando ouvidos a pessoas sem personalidade. Foi aí que eu fiz ver àquele pessoa que
nem sempre o silencio é a resposta ideal. Este só faz efeito na mente de quem o
interpreta com sabedoria.
É aí que vem a necessidade de valorizarmos os insignificantes,
dando-lhes uma resposta coerente, saudável, mas contundente em sua eloqüência. Se
esta resposta fará o efeito de folhas secas lançadas na tempestade, pelo menos mostramos
que somos sensíveis aos ataques, mesmo sendo eles procedentes de mentes infrutíferas.
Há momentos em que pensamos em ficar indiferentes às crueldades
dos insignificantes, mas isso pode fazer com que eles fortaleçam a sua ousadia,
achando que nos declinamos vencidos diante de sua mediocridade. E isso não fará
bem à nossa dignidade e nos levará ao comodismo, abrindo um grande “leque” para
a afoiteza dos paupérrimos algozes.
As redes sociais comportam e suportam muitas coisas agradáveis, mas também abrem espaços para o vandalismo de muitos. Controlar as ações
dos desesperados e dos vencidos pelo desânimo passou a ser uma missão impossível.
Aproveitando-se dessa impossibilidade, pessoas sem escrúpulos lançam seus venenos
mortíferos contra tudo e contra todos.
Mas o insignificante também tem seus adeptos. Afinal, vivemos
num país onde a educação se desvaloriza de modo assustador. O alto índice de analfabetismo
nos assusta. Resultados preocupantes colocam diante de nós uma realidade devastadora:
alunos do ensino médio não sabem Português e nem Matemática. Eufóricos, os políticos
aplaudem de pé a vitória por eles alcançada.
Sem educação, o aumento da pobreza é inevitável. E mais
uma vez os políticos aplaudem de pé mais esta vitória. Só assim a indústria de votos
nunca vai à falência. Insignificantes para o crescimento cultural eles sempre estarão
correndo atrás das “esmolas”, pelas quais muitos aproveitadores brigam pela paternidade.
Os políticos sobrevivem impulsionados pela carência e pela
ingenuidade de muitos. Certa vez, no auge de uma campanha política, ouvi de um político
uma frase bastante cruel: “O que seria do Brasil se não fosse a classe média! Afinal,
ela é a base da pirâmide social!”. Comentando o fato com um colega jornalista ele
disse que eu fizesse que não tinha ouvido! Para ele, estas são as artimanhas da
política.
Olhando com mais atenção e sem nos preocupar com as consequências,
vivenciamos não apenas as artimanhas da política, mas acima de tudo as armadilhas
que ela prepara para sufocar as suas vítimas. Aí, para “sairmos bem na foto”, passamos
a valorizar o insignificante. É assim e é este o mundo em que vivemos.
Escrito e postado por ADALBERTO PEREIRA.
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