quinta-feira, 26 de março de 2020

ACONTECEU DE VERDADE - 14


PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.

27 – Quem conheceu Beca Palmeira, também chamado de "seu Du", certamente haverá de lembrar suas histórias, muitas delas engraçadas. Eu gostava de ficar no canteiro, em frente à Prefeitura Municipal de Patos, ouvindo as histórias contadas pelos tradicionais frequentadores do local.

Aquele era um ponto convergente-divergente, onde se falava de futebol, política e até da vida alheia. Até os que eram traídos no casamento inspiravam os “filhos da Candinha”. Nas segundas-feiras, o assunto principal era o futebol. Torcedores do Esporte e Nacional se misturavam para comentar o jogo do domingo anterior.

Bem! Mas eu estava mesmo era falando de seu Du. Então vamos lá! Alguém me contou que Gabi, dono do Fumo Do Bom, havia dado um emprego de motorista a seu Du. Numa certa viagem ao Maranhão, ele parou em frente a uma revendedora de pneus, localizada no centro comercial da cidade.

Ali chegando, ele dirigiu-se à jovem vendedora a quem disse estar ali para pagar um pneu que havia comprado dias atrás (sem nunca ter comprado, é claro!). Depois de muito procurar o recibo, ela disse que ele não tinha nenhum débito com a loja. Mas ele insistiu tanto que ela chamou o proprietário.

E lá foi o senhor procurar algo que nunca existiu. Enquanto ele procurava, seu Du dizia:

- Foi aqui que eu comprei e se comprei, quero pagar. Procurem bem, que vocês acabam encontrando. Foi aí que seu Du, sempre bem determinado, falou:

- Então faça um novo recibo! Imediatamente o proprietário fez o recibo, seu Du pagou e com um respeitável “Até logo”, se despediu.

Dias depois, seu Du volta à loja e com o seu jeito malandro pergunta se eles poderiam vender três pneus, os quais ele pagaria na volta, depois de entregar a mercadoria que estava no transporte da empresa. Sem pestanejar, o comerciante com um sorriso de confiança, concordou e mandou que colocassem as encomendas no veículo do “honesto” cliente.

Enquanto isso, Seu Du não perdia tempo em fazer galanteios à moça do balcão que, meio encabulada, sorria para o “Don Juan”. Depois de despachados os pneus, cliente e comerciantes se despediram cortesmente.

- Volte sempre – disse o comerciante enquanto seu Du dava partida no veículo.

Foi a última vez que eles se viram! Mas no final, seu Du pagou um pneu e levou três. Nunca mais deu notícias!

- Por Adalberto Pereira -

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PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.

28 - O Esporte Clube de Patos disputava o campeonato Paraibano da Primeira Divisão. Era um forte representante do futebol patoenses naquela competição. Jogava em João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Cajazeiras, sempre cumprindo fielmente a tabela elaborada pela F.P.F. O alvirrubro, como era conhecido, tinha um grande plantel, com bons jogadores.

O jogo seria na cidade de Cajazeiras, contra o Atlético e como chefe da delegação, Zéu Palmeira indicou seu irmão Beca. E lá vai o Esporte para mais um compromisso. Em Patos, a torcida esperava ansiosa por um bom resultado. Afinal, jogar na “casa” do adversário não era uma tarefa fácil.

Em Cajazeiras, terra dos Rolins, a delegação hospedou-se no Cajazeiras Hotel, de propriedade de  d. Lourdes. Seria uma rápida permanência, pois ali chegaram por volta das 8 horas da manhã. Depois do café, um merecido descanso. Depois da partida, o banho, o jantar e a volta para casa.

Horas depois, a camareira comunica à d. Lourdes que estavam faltando alguns talheres e toalhas. Descobriu-se, então que alguém da delegação alvirrubra deveria ser o responsável. No ônibus, as gargalhadas dos jogadores, quando Beca mostrou o “fruto” da inoportuna “brincadeira”.
 
Mas, por incrível que pareça, “o raio pode cair duas vezes no mesmo lugar”. E isso aconteceu quando o Esporte voltou a Cajazeiras para mais um compromisso. O Cajazeiras Hotel era o único na cidade com condições de hospedar delegações. E lá vai o Esporte para o mesmo hotel!

Na saída, Beca reuniu os jogadores, comissão técnica e até o motorista do ônibus e disse: - Atenção pessoal, a partir de agora meu nome é Seu Du! Entenderam? Não esqueçam: Seu Du! Durante todo o trajeto, ele sempre fazia questão de perguntar: - Como é meu nome? E todos respondiam de forma uníssona, sempre acompanhado de uma gostosa gargalhada: SEU DU!

Chegando no estacionamento do hotel, lá esta d. Lourdes em pé na porta, esperando a saída do Beca. Todos desceram e alguém gritou:

- Cadê seu Du? Foi aí que Beca (seu Du) apareceu na porta do ônibus, sorridente e mostrando um “balanço” corporal de autêntico malandro.
Meio confusa, d. Lourdes se dirigiu a ele e perguntou por Beca, ao que ele, como um verdadeiro ator, respondeu:

- Minha senhora, o Beca é meu irmão gêmeo, a ovelha negra da família. Ele foi proibido por meu irmão Zéu, de acompanhar a delegação. Certamente ele aprontou aqui também! A mulher entristecida, contou o que acontecera na última vez em que o time estivera ali.

Ele se fez de compadecido e até pediu desculpas em nome da família. Mas seu Du não tinha jeito mesmo. Aprontou novamente, aplicando o mesmo golpe e deixando todos no hotel bastante revoltados por terem sido vítimas do “malandro” pela segunda vez.

Nunca mais Beca Palmeira, aliás, “Seu Du” para os mais íntimos, foi a Cajazeiras. Com certeza, d. Lourdes deve ter se cuidado melhor.

- Por Adalberto Pereira -

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