domingo, 29 de março de 2020

ACONTECEU DE VERDADE. - 16


                PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.

31 – Seu Chiquinho foi um dos bons vizinhos que tive na Travessa D. Pedro I, onde morei por mais de 12 anos (de lá, fui para o bairro Salgadinho - Rua Augustinho Justo). Seu ofício era o conserto de sapatos e por isso todos os conheciam por Seu Chiquinho Sapateiro.

Com seus quatro filhos, todos já adultos, e sua esposa, ele morava numa casa simples, mas bastante acolhedora a todos que desejassem visita-los. Devido a idade, ele dependia de alguns medicamentos para controlar sua saúde.

Como acontecia na época, na época de eleições para prefeito e vereadores, os candidatos eram muito procurados para suprirem as necessidades dos eleitores. Os itens mais solicitados eram remédios, calçados e óculos.

Certo dia, seu Chiquinho, sabendo que eu era amigo de alguns candidatos, procurou-me com uma receita do Dr. Geraldo Carvalho, para que eu conseguisse uns medicamentos com um dos candidatos. E como seu Chiquinho não era daqueles eleitores exploradores, eu não pensei duas vezes para atende-lo.

Eu tinha duas opções, Juracy Dantas de Sousa ou Wilson Dias Novo, candidatos à Casa de Juvenal Lúcio de Sousa. Como Juracy já estava praticamente eleito, procurei Wilson Dias, que ainda era novo na política.

Fui até a residência do Wilson, apresentei-lhe a receita de Seu Chiquinho e disse que se ele conseguisse aqueles medicamentos, que não eram tão caros, ele teria garantidos pelo menos sete votos.

A resposta do amigo foi simplesmente surpreendente: - Não preciso, colega! Eu já tenho votos até demais!

Não sei se ele tinha mesmo tantos votos, ou foi para se livrar do pedido de Seu Chiquinho, de cuja família ele também era muito amigo. Mas, fazer o quê? Não pensei duas vezes e fui aa procura do Juracy.

A residência de Juracy Dantas ficava na Praça do Colégio Estadual, hoje Praça Edivaldo Motta. Imediatamente ele me colocou no seu fusquinha azul e me levou até a Farmácia de Clemente, onde comprou os medicamentos e, além de levar os medicamentos, ainda levou o rapaz para aplicar a injeção.

Depois de cumprir a missão, Juracy disse para o empregado de Clemente: - Quando for aplicar as outras injeções, me procure, se não quiser ir na sua bicicleta.

Resultado: Wilson Dias Novo perdeu por dois votos (se não estou enganado) e ficou na suplência de vereador. Juracy, ao contrário, nunca perdeu uma eleição, enquanto eu morei em Patos.

- Por Adalberto Pereira -

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                 PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.

32 – Eu pensei muito antes de publicar este fato. Em primeiro lugar em respeito à memória do amigo; depois por achar que a família não ia se sentir bem. Mas não vi motivos que me impedissem de contar este fato. Então... Vou contar!

O saudoso colega Paulo Porto morava lá para as bandas do bairro da Liberdade e sempre que precisava se deslocar para algum lugar, era conduzido numa bicicleta, por seu irmão, devido à sua deficiência física. No começo, muitas vezes era a própria namorada (depois esposa) quem o transportava.

Apaixonado por rádio, a exemplo de muitos jovens sonhadores da época, sempre que podia visitava a rádio Espinharas, tornando-se grande amigo de todos os funcionários. Apesar de sua bela voz, o seu sonho só veio ser realizado depois de uma participação sua no meu programa.

Já integrando o quadro de funcionários da Rádio Espinharas, seu nome começava a despontar como um bom profissional. Passou a ser procurado pelos seus ouvintes, que faziam questão de conhecer o dono daquela voz inconfundível. Isso passou a causar ciúmes na jovem namorada e futura esposa.

Afinal, todos os colegas tinham problemas com suas respectivas esposas (umas mais ciumentas que outras), devido ao carinho com que éramos tratados pelas garotas, principalmente da zona rural.

Era um sério problema e muitas vezes o Pe. Assis precisava apaziguar a situação, aconselhando as esposas ciumentas e chamando a atenção dos “galãs” dos microfones.

Num determinado dia, o Paulinho não apareceu para apresentar o seu programa. Preocupado, Edleuson Franco resolveu ir até a casa do colega e nos chamou para acompanhá-lo na “forçada visita”. Não lembro bem se foi o Aloisio Araújo ou o Petrônio Gouveia que também fez parte da “comitiva”.

Lá chegando, encontramos a porta apenas encostada. Edleuson chamou da porta, batendo palmas e lá de dentro surgiu uma voz:

 - Tirem-me daqui, por favor! Eu preciso ir trabalhar e já estou atrasado! (ele ainda não sabia quem estava lá fora).

Entramos a lá estava o Paulinho em cima de um móvel sem poder descer. Quando ele nos viu, ficou sem graça.

Ninguém conseguiu segurar uma gostosa gargalhada diante daquele quadro desconfortável para o colega. Depois, forçando um sorriso meio sem graça, ele desabafou:

- Mulher ciumenta é uma desgraça. Não é que “Fulana” me colocou ali em cima para eu não ir trabalhar! Se vocês não chegassem eu ia ficar o dia todo ali!

Se eu fosse contar as investidas das esposas de alguns colegas contra suas aventuras amorosas, certamente muita gente iria tentar encontrar-me para colocar minha cabeça na “guilhotina”. Em boca fechada não entra mosca. Então... Cala a boca, Batista!!!.

- Por Adalberto Pereira -

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