O LATIM CONTINUA
VIVO - Parte 2
(Por Adalberto Pereira)
Levando em consideração a
evolução da Língua Portuguesa, podemos apresentá-la em três fases distintas:
1 – FASE PRÉ-HISTÓRICA >
Esta fase tem início na época de sua origem, indo até o século IX, sendo que do
século V até o IX, foi o período chamado de Romance Lusitano.
2 – FASE PROTO-HISTÓRICA
> Esta fase teve seu início no século IX, estendendo-se até o século XII.
Nesse período, a língua era falada, mas não era escrita. Palavras portuguesas
são encontradas em documentos escritos em Latim Bárbaro.
3 – FASE HISTÓRICA > Esta
fase começou no século XII, perdurando até os dias atuais. Ela apresenta dois
períodos: o do Português Arcaico (século XII ao XVI), e o do Português Moderno
(do século XVI até hoje).
Foi no século XII que
apareceu o primeiro texto redigido inteiramente em português: a “Cantiga da
Ribeirinha”, uma poesia de Paio Soares Taveirós. Este documento foi datado de
1189, pela filóloga Dra. Carolina Michaelis de Vasconcelos.
Sob a influência dos
humanistas do Renascimento, houve, no século XVI, um processo de
aperfeiçoamento e enriquecimento linguísticos.
A expansão marítima do
século XV provocou a descoberta e a colonização de novas terras, fazendo com que
a Língua Portuguesa chegasse às regiões conquistadas. O seu domínio geográfico
se expandiu atingindo vários domínios.
Em Portugal, predominou o
Português Continental; nas ilhas da Madeira e dos Açores, o Português Insulano.
Surge o Português Ultramarino
envolvendo o brasileiro, o indo-português, o dialeto crioulo de Ceilão (Ásia),
o dialeto crioulo de Macau, o malaio-português, o português de Timor, o dialeto
crioulo de Cabo Verde e de Guiné, e o português de Angola.
Pelos contatos com os
idiomas indígenas, em algumas regiões da África e da Ásia, o Português sofreu
muitas alterações, o que deu origem ao dialeto crioulo.
O SURGIMENTO DAS LÍNGUAS
ROMÂNTICAS
Essas línguas, também
conhecidas como neolatinas receberam esse nome por formarem um grupo de idiomas
que evoluíram do Latim Vulgar.
Tudo aconteceu no século V,
quando aconteceu o fraccionamento da unidade linguística do Império Romano. Foi
quando o Latim Vulgar passou a se desenvolver de maneira diferente em cada
região.
Essas formações dialetais do
Latim Vulgar receberam o nome de Romanços ou Romances. Eram As diferentes falas
intermediárias entre o Latim Vulgar e as línguas românticas da atualidade.
Vamos conhecer, agora, as
dez línguas neolatinas, então distribuídas de forma geográfica:
PORTUGUÊS > falado em
Portugal e suas ilhas e colônias na África e Ásia, e no Brasil.
ESPANHOL > falado na
Espanha e suas colônias na América, menos no Brasil, nas Guianas, nos Estados
Unidos e no Canadá.
ITALIANO > falado na
Itália, na Córsega e na Sicília.
FRANCÊS > falado na
França, na Bélgica, na Suíça, em Mônaco, no Canadá, na Tunísia, em Marrocos e
no Congo.
ROMENO > falado na
Romênia e ao norte da Macedônia.
RÉTICO > falado no Tirol,
no Friul e no cantão dos Grisões (Suíça). É também conhecido como reto-romano,
romanche e ladino.
GALEGO > falado na
Galiza.
PROVENÇAL > falado na
Provença (no sul da França).
CATALÃO > falado na
Catalunha e nas Ilhas Baleares.
SARDO > falado na
Sardenha.
DALMÁTICO > falado na
Dalmácia (região da Iugoslávia) até 1898. É considerada língua morta.
Vale salientar que entre as
dez línguas românticas citadas, seis são oficiais: o Português, o Espanhol, o
Italiano, o Francês, o Romeno e o Rético.
LITTERARUM SONUS ( Sons das
Letras)
E – A letra E sempre será
pronunciada E, e nunca I. Por exemplo: Fere é pronunciado FERE e não Feri. (paroxítona)
O – A letra O sempre será O
e nunca U. Por exemplo: Animo é pronunciado ANIMO e não Animu.
Y – A letra Y só é
encontrada em palavras gregas e tem o som de U, a exemplo do francês PUPITRE.
C – A letra C é pronunciada
como o C de casa e nunca como o C de cera. Por exemplo, a palavra CICERO deve
ser pronunciada KIKERO e não sisseru.
G – A letra G sempre é
pronunciada como o G de gato e nunca como o G de gelo. Por exemplo, a palavra latina
GERMANA é pronunciada GUERMANA.
H – A letra H é pronunciado
como o H do inglês House. Há diferença entre as latinas ORA (praia) e HORA
(hora).
V – A letra V é pronunciada
como o W do inglês WE. Por exemplo, a palavra UVA é pronunciada U-WA.
X – A letra X tem duas
pronúncias. Ela tem o som de KS = LATEX (sem o X de xadrez); e XERXES sendo
pronunciada KSERKSES.
Z – A letra Z é pronunciada
DZ.
O VERBO SUM (SER)
Em Latim o verbo não tem o
seu nome no Infinitivo, como costumamos ver em Português. Ele é conhecido pela
Primeira Pessoa do Presente do Indicativo. Veja que o Infinitivo do verbo SUM
(ser) é ESSE.
Vejamos os exemplos seguintes:
O Presente do Indicativo do
verbo SUM é:
SUM – ES – EST (singular)
> SUMUS – ESTIS – SUNT (plural)
O Imperfeito do Indicativo
é:
ERAM – ERAS – ERAT
(singular) > ERAMUS – ERATIS – ERANT (plural)
O Futuro do Indicativo é:
ERRO – ERIS – ERIT
(singular) > ERIMUS – ERITIS – ERUNT (plural).
OBS.: Não existem artigos
definidos nem indefinidos em Latim. Assim, a palavra latina ROSA, pode significar
em português ROSA, A ROSA ou UMA ROSA. No plural ROSAE, pode significar em
português ROSAS, AS ROSAS ou UMAS ROSAS.
Vejamos agora os exemplos do
verbo POSSUM (Poder), um verbo composto so verbo SUM com o adjetivo arcaico
POTIS (Capaz) > POT(is) + SUM = POTSUM > POSSUM:
O Presente do Indicativo do
verbo POSSUM é:
POSSUM – POTES – POTEST
(singular)
POSSUMUS – POTESTIS –
POSSUNT (plural)
O Imperfeito do verbo POSSUM
é:
POTERAM – POTERAS – POTERAT
(singular)
POTERAMUS – POTERATIS – POTERANT
(plural)
O Futuro do verbo POSSUM é:
POTERO – POTERIS – POTERIT
(singular)
POTERIMUS – POTERITIS –
POTERUNT (plural)
FIM DA SEGUNDA PARTE
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