terça-feira, 10 de março de 2020

ACONTECEU DE VERDADE 04


PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.

07 – Antes da construção das cabines de rádio e das arquibancadas do Estádio Municipal José Cavalcanti, as transmissões dos jogos  eram feitas nas pistas do campo. Era um jogo entre Nacional e Esporte. Um empate levava o time alviverde para o quadrangular decisivo do campeonato Paraibano de Futebol. Ao Esporte, somente a vitória interessava. 

O Esporte vencia por 1 X 0 e Edleuson, torcedor fanático do alvirrubro, vibrava com aa vitória do seu time de coração. As bandeiras do Esporte tremulavam e os gritos da torcida eram ensurdecedores. Edleuson entusiasmado gritava: - Pode vibrar, torcida alvirrubra! O Patinho já está nas quartas de finais.

Eram 45 minutos da etapa final. Edleuson, sempre eufórico, narrava o escanteio em favor do Nacional: - Última volta do ponteiro, torcida alvirrubra! Escanteio para o Nacional! Prepara-se Chacon pela direita! Correu Chacon, cobrou, a bola subiu, entrou Ribamar de cabeça (uma rápida pausa).  Edleuson colocou o microfone pra atrás e murmurou fora do ar: P. Q. P.! Mas foi obrigado a gritar: - Gooooool! Gol do Nacional. O Esporte estava eliminado e o Nacional seguia na competição.

Vocês precisavam ver como o nosso “gaguinho” voltou para casa. Nem os comentários finais ele deixou que se fizesse. Pior foram as gozações dos nacionalinos pelas ruas da Horácio Nóbrega. Na rádio, ninguém arriscava cumprimentar o amigo Franco, temendo uma reação inesperada do colega. Isso perdurou por quase trinta dias.

- Por Adalberto Pereira -

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PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.

08 – Artur Dionísio era um cara interessante. Sempre que apresentava o seu programa, mandava um “alô” para seu amigo Nêgo Dutra, proprietário de uma roça e pai de Agar, uma funcionária da Prefeitura de Patos. 

Até aí, tudo bem! Mas o problema é que ele sempre pedia que Nêgo Dutra levasse para ele macaxeira, jerimum, batata e feijão. Uma vez, duas vezes, três vezes... Até que Maurício chamou o Artur e o proibiu de pedir qualquer coisa ao amigo. Foi uma discussão pesada e Artur disse que o que ganhava não dava pra sustentar a família e não ia deixar de pedir ajuda ao amigo. Maurício foi taxativo: 

- Então o senhor está despedido! Pode ir pra casa! 

Em casa, arrependido, mandou que d. Mercedes, sua esposa, levasse as três filhas e implorasse o perdão do Maurício. Mas não era pra dizer que foi ele quem mandou! Eles ensaiaram bem a cena. E assim fez a respeitosa e obediente esposa. Quando ele estava diante de Maurício, o Artur entra, numa cena extraordinária. 

ELE: - Mercedes!!! O que você está fazendo aqui? Por que está se humilhando? Volte para casa, Mercedes! 

Marido e mulher fingiram uma calorosa discussão acompanhada pelo choro das filhas (d. Mercedes foi uma verdadeira atriz), mas o Maurício Leite sabia que tudo tinha sido preparado pelos dois. Olhando para as três garotinhas, Maurício mandou que d. Mercedes voltasse para casa e que seu marido voltaria a trabalhar normalmente!

- Por Adalberto Pereira - 

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