PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.
21 – Firmino era um dos grandes amigos dos funcionários da Rádio
Espinharas, por se envolver com a música. Assim como os irmãos Agnaldo Xavier e
Antônio de Pádua, vez por outra estava nos visitando e até participando dos
programas da Espinharas.
Bem próximo à antiga sorveteria Tchan, estava o Bar de Ferré e a
barbearia de seu João da Cruz, dois pontos que chamavam a atenção pela maneira
como seus proprietários os conduziam. A barbearia conservava aquela antiga
cadeira que parecia jogar o freguês pra trás, sem se falar na máquina que
beliscava o cliente, provocando aquele já tradicional gritinho: AI !!!
Mas vamos falar do Ferré, que é o motivo maior da nossa história!
Firmino costumava fazer seus lanches naquele local, onde as mesas e os copos
não recebiam o tratamento adequado. Mas como Ferré era “boa praça”,
principalmente para vender fiado, sua clientela era bastante fiel. E entre
esses clientes, estava o nosso personagem.
Na caderneta do Ferré, o registro do débito de Firmino já mostrava um
valor de duzentos cruzeiros. Certo dia, Firmino ia com a namorada e, ao chegar
em frente à Igreja Matriz, viu o Ferré na porta do bar de braços cruzados.
Imediatamente, ele tentou mudar o caminho, entrando num beco que dava acesso às
Rua Rui Barbosa.
A namorada quis saber o por que da repentina mudança. Perguntou se por
acaso ele tinha outra namorada naquele local, que era uma rua comercial (Solon
de Lucena e Epitácio Pessoa). De repente ela o puxou pelo braço e seguiram na
direção do Bar de Ferré. Imediatamente, Firmino mudou de lado, colocando a
namorada como escudo.
De onde se encontrava, Ferré observava a “luta” dos namorados, com um sorriso irônico nos lábios.
Não teve jeito e a cobrança foi inevitável. Da porta do bar Ferré gritou:
- Firmino! E aqueles duzentos???
Sem pestanejar, Firmino respondeu:
- Se preocupe, não, Ferré! Depois você me paga!!!
Ferré ficou sem jeito! A resposta de Firmino foi tão surpreendente que
ele nem teve reação para fazer a “réplica”.
- Por Adalberto Pereira -
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PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.
22 – A cidade de São Mamede, a poucos quilômetros de Patos, estava se
preparando para receber o governador da Paraíba. O movimento na cidade era
intenso. Para que o evento ficasse mais animado, o prefeito local solicitou ao
prefeito Edimilson Motta a liberação da banda de música de Patos.
Eu fiquei encarregado de organizar a viagem da banda, juntamente com o
maestro Assis Casca de Bala. Falei com Chico Sátyro para preparar o ônibus da
prefeitura, para o transporte dos músicos e seus instrumentos. A Rádio
Espinharas também estaria no local, fazendo a cobertura jornalística do evento,
como sempre acontecia em momentos como este.
Chegado o dia e depois de tomar as últimas providências para o embarque
da banda, segui para São Mamede, com a comitiva do prefeito, de quem eu era
assessor. A comitiva governamental chegaria a São Mamede dentro de
aproximadamente duas horas. A expectativa era grande. De repente, alguém me
chama para comunicar que o ônibus que conduzia a banda 26 de julho, havia
quebrado e que não seria possível o deslocamento dos músicos, até aquela
cidade. Foi um verdadeiro “Deus nos acuda”.
Ainda houve uma tentativa no sentido de enviar outro transporte para
resgatar os músicos e seus instrumentos, o que não foi possível, apesar dos
grandes esforços dos organizadores do evento. Decepcionado, Dr. Edimilson Motta
balançava a cabeça como forma de lamento diante do imprevisto.
Afastando-se do local onde conversava com amigos, perguntou-me o que poderia
ter acontecido. Eu fiz ver a ele que tudo havia sido preparado com antecipação
pelo secretário de Viação e Obras, Chico Sátyro, mas que o inevitável aconteceu.
Ele se manteve em silêncio. E eu sabia o que aquilo significava.
Na cozinha do clube onde se realizaria a cerimônia, os comentários sobre
a ausência da banda chegaram aos ouvidos de Roberto Fernandes, nosso popular Jabiraca,
que sempre procurava um jeitinho de estar próximo onde tinha comida. Comentavam
as cozinheiras:
- Se a banda de música não vem, vai sobrar muita comida. Pelo que
informaram eram 17 músicos! Será um grande desperdício!
Ouvindo os comentários das empregadas, Jabiraca foi se aproximando como “quem
não quer e querendo” e se dirigindo às cozinheiras, falou:
- Se preocupe não, comadre! Pode deixar comigo que eu como por eles.
Ouvindo aquele absurdo, as mulheres se entreolharam a caíram numa sonora
gargalhada.
OBS.: E se vocês pensam que ele estava brincando, estão completamente
enganados!
- Por Adalberto Pereira -
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