PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.
17 – A campanha para a sucessão do prefeito Edimilson Motta estava
iniciando. De um lado, o Dr. Rivaldo Medeiros, apoiado pelo grupo Mota e do
outro, o Dr. José Carlos Candeia, apoiado pelo ex-prefeito Olavo Nóbrega.
As pesquisas indicavam o Dr. Carlos Candeia como favorito e isso estava
incomodando o candidato do MDB, Rivaldo Medeiros. Por conta disso, o partido
precisava de um outro nome para a sublegenda. E como a campanha de Candeia já
estava nas ruas, o grupo do Dr. Rivaldo precisava de urgência na escolha do
nome para a sublegenda.
Edivaldo Motta, irmão do então
prefeito Edimilson, convocou uma reunião com as principais lideranças do MDB. O
local escolhido foi o gabinete do prefeito. O nome do advogado Romero Abdon da
Nóbrega, bastante conceituado, foi o mais cotado, mas ele disse estar
sobrecarregado, pois tomara para si os processos que eram de seu pai, o também advogado Napoleão Nóbrega, que
havia falecido.
Outros nomes foram indicados até chegar ao nome de Adão Eulâmpio da
Silva, um jovem pertencente ao Conselho do partido. Imediatamente Adão foi
convocado, aceitando ao convite com uma condição: se ele fosse eleito, o Dr. Rivaldo teria livre
acesso ``a Prefeitura, o mesmo acontecendo, caso o Dr. Rivaldo fosse o
vitorioso.
Todos esperavam uma reação brusca da parte do Dr. Rivaldo, mas a
surpresa foi de alívio, quando Rivaldo bateu com a palma da mão na coxa de Adão
e respondeu: - Tá feito! Espero que você cumpra a promessa se for eleito. Adão
respondeu com a “mesma moeda”. Agora era ir a procura do vice. E o escolhido
foi Virgílio Trindade Monteiro, que aceitou na condição de não “gastar um
centavo”. Rivaldo saiu vitorioso com a ajuda dos mais de 2 mil votos de Adão
Eulâmpio da Silva.
Eu fui convidado pelo prefeito Rivaldo Medeiros para sua assessoria e
aceitei. Certo dia, estávamos conversando, logo no início do expediente, quando
entrou uma senhora e entregou um papel ao Dr. Rivaldo. Este leu o conteúdo, fez
um sorriso irônico e passou para mim dizendo: - Leia isso, jornalista!
Estava escrito: “Amigo Rivaldo! Por favor, atenda essa senhora! É nossa
eleitora”. Abraços, Adão Eulâmpio. Dr. Rivaldo pegou o bilhete, amassou e o
atirou no cesto de lixo. Olhou para a pobre mulher e disse: - Volte e diga ao
seu Adão que o prefeito de Patos sou eu e não ele! (Rivaldo quebrava assim a promessa
feita no gabinete do Prefeito Edimilson Motta).
Começava a partir dali uma grande rivalidade entre ambos. E Adão
Eulâmpio não poupava as críticas ao prefeito e isso se tornou no seu “prato
preferido”.
- Por Adalberto Pereira -
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PARECE IMPOSSÍVEL, MAS ACONTECEU.
18 – Quem pensa que o Horário Político é uma coisa recente, está
completamente enganado! Na década de 60 ele já existia no rádio, mas o Partido
que quisesse usufruir do horário tinha
que pagar. Nada era de graça. Só anos depois é que surgiu o “Horário Gratúito”,
para não prejudicar os partidos de menor poder aquisitivo.
Algumas vezes eu apresentei os candidatos dos dois partidos fortes da
época. O controlista do horário sempre era o Pedro Correia. O programa era
sempre acompanhado por um fiscal da Justiça Eleitoral, que ficada ao lado do
discotecário. Este tinha o poder de mandar parar a transmissão, caso fosse
necessário.
Eu acredito que nem era preciso a presença dele, pois bastava dizer a
Pedro o que ele deveria fazer que ele obedecia de forma rigorosa. Ele costumava
dizer: “não abro nem para um trem carregado de pólvora e um doido fumando em
cima!”. O Pedoca era “duro na queda”: mandou, ele cumpria! O programa tinha a
hora de começar a hora de terminar. Para
isso, os políticos deviam planejar bem para cumprir o seu script.
Edivaldo Motta e José Cavalcanti eram amigos íntimos do Pe. Joaquim de
Assis Ferreira, na época Diretor da Rádio Espinharas e achavam que isso os
levava ao direito de mudar as regras do Programa. Eles atrasaram cinco minutos
e, com aquele jeitinho agradável, Edivaldo foi até Pedro e disse: - Pedro, colabora aí, recompensando esses minutinhos,
amigo! Pedro deu o silêncio como resposta.
Começa o programa. Edivaldo Motta faz uso dos minutos a que tinha
direito, segundo o cronograma do Partido e passa a palavra para Seu Zé, ou Zé da Bala, como era conhecido Zé
Cavalcanti. Empolgado, ele ultrapassou o
horário e lá se foram mais dez minutos além do horário oficial.
Terminado o seu pronunciamento, ele se dirigiu ao Pedro e se desculpou:
“Desculpe aí, Pedro! Falei demais e acabei passando do limite! Sem demonstrar
qualquer irritação, Pedro respondeu: “Se preocupe não. O senhor falou dez
minutos de graça (*). E seguiu com a
programação normal da emissora.
(*) Falar de graça era um termo usado no rádio quando alguém
falava sem estar no ar, ou quando o microfone estava desligado.
- Por Adalberto Pereira -
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