sábado, 31 de agosto de 2019
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
A HORA E A VEZ DA CULTURA
Parte
1
O LATIM NÃO ESTÁ MORTO
(Por
Adalberto Pereira)
Não
é difícil ouvirmos dizer que o “Latim é uma língua morta” quando, na realidade
os seus prefixos e sufixos são responsáveis por grande parte da formação das
palavras nas línguas neolatinas. O Latim existe desde o século VII a.C., desde
a fundação de Roma em 753 a.C. até a queda do Império Romano do Ocidente, em
476 d.C.
Esta
língua tem sua origem do Latium, uma região central da Itália. Ela começou a
ser falada pelos pastores humildes e pelos rústicos agricultores.
Passou
a ser usado de duas formas distintas: o Latim Clássico, conhecido como “Sermo
Urbanus”, usado nas escolas e academias;
e o Latim Vulgar, conhecido como “Sermo Vulgaris”, usado sem preocupação de
regras gramaticais.
Vale
salientar que grandes escritores latinos como Cícero, César, Horácio e outros
não usaram em suas obras o Latim Clássico, mas o usado pelo povo: o Latim
Vulgar. Este era usado pelos soldados e pelos colonizadores romanos.
Um
não é consequência do outro, pois os dois passaram a existir de forma
simultânea, paralelamente, embora em situações e ocasiões diferentes.
A
invasão bárbaro-germânica foi a causa principal e imediata da dialetação do
Latim Vulgar. Isso foi o resultado da queda e fragmentação do Império Romano.
Comandados
pelo general Tarique, no século VIII, os árabes, oriundos do norte africano,
atravessaram o estreito de Gibraltar e invadiram a Península.
Tentando
impor sua cultura muito superior à da Península, os árabes procuraram sua
língua como oficial, mas os peninsulares preferiram o Latim Vulgar, agora já
bem modificado.
Apesar
do seu alto nível cultural e do seu elevado grau de civilização e mesmo depois
de mais de sete séculos na Península, os árabes exerceram pouca influência
linguística.
Prova
disso é que hoje existem apenas cerca de mil vocábulos de origem árabe no
léxico português. Eles são caracterizados pelo prefixo AL, que é o artigo
definido árabe.
Alguns
exemplos desses vocábulos são: álgebra, algibeira, álcool, alcatifa, alface,
algarismo, alfazema, alcachofra, almofada, alfafa, alfinete, algema, algodão,
alqueire.
A
CHEGADA AO BRASIL
A
Língua portuguesa é considerada um prolongamento do Latim levado pelos romanos
para a Península Hispânica, também conhecida como Ibérica, habitada pelos
Iberos, um povo pacífico que vivia da agricultura.
Esta
Península foi invadida no século VI a.C., pelos Celtas, um povo guerreiro e
bastante turbulento. Eles se misturaram aos Iberos, formando assim os povos
Celtiberos.
Os
anos passaram e com eles surgiram os Fenícios, os Gregos e os Cartagineses, que
estabeleceram suas colônias comerciais ao longo da Península.
Com
o objetivo de socorrer os Celtiberos do poder dos Cartagineses, soldados
romanos foram enviados à Península, que foi invadida no século III a.C.
O
resultado de tudo isso foi o domínio de toda a Península pelas legiões romanas.
Em 197 a.C. a Península Ibérica torna-se província romana. Os povos vencidos
eram obrigados a falar uma nova língua: o Latim.
Eles
foram intransigentes ao imporem o uso do Latim, principalmente nas transações
comerciais e nos atos oficiais, na organização do serviço militar, que era
obrigatório.
Para
mostrar o seu poder e para impor respeito, eles abriram escolas, construíram
estradas, templos religiosos, organizaram o comércio e o serviço de correios.
Só eram servidos aqueles que falassem o Latim.
Em
se tratando da Língua Portuguesa (de Portugal), fundada a monarquia portuguesa,
o dialeto falado era o Galeziano, ou galego-português, expressão vinculada à
Galiza e Portugal.
Surge,
então, duas línguas distintas: o Galego, preferido pela unidade Castelhana, e o
Português, que evoluiu e se nacionalizou, chegando até aqui.
No
entanto, o primeiro texto redigido exclusivamente em português foi a “Cantiga
da Ribeirinha”, uma poesia escrita por Paio Soares Taveirós, dedicada a d.
Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha. Isso, no século XII.
O
Português arcaico foi conhecido através de poesias trovadorescas, reunidas em
“Cancioneiros”, bem como na prosa de cronistas como Fernão Lopes, Gomes Eanes
Zurara e Rui de Pina.
Em
1290 D. Dinis, conhecido como o Rei Trovador, tornas obrigatório o uso da
Língua Portuguesa. É fundada em Coimbra, a primeira Universidade.
Somente
em 1572, com o processo de aperfeiçoamento e enriquecimento linguísticos, e sob
a influência dos humanistas do Renascimento, aparece a obra de Luis de Camões,
“Os Lusíadas”. Este fato marcou a história do nosso idioma, sendo considerado o
maior monumento literário e linguístico.
No
século XVI, um fato histórico: inicia-se a gramaticalização do idioma, com a
publicação, em 1536, da primeira Gramática da Língua Portuguesa, escrita pelo
Pe. Fernão de Oliveira. A segunda veio em 1540, escrita por João de Barros.
Ambas tiveram o mesmo título: Gramática da Língua Portugueza.
FIM
DA PRIMEIRA PARTE
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quinta-feira, 29 de agosto de 2019
O PASSADO CONTINUA VIVO NA MEMÓRIA
O PASSADO NÃO MORREU
Calma, gente! Estou chegando
ao final! Garanto ser esta a última etapa, mesmo porque a partir de agora, o
que acontecer comigo tudo será presente ou futuro! Nada de passado! Neste
momento muita gente fez aquele tradicional UFA! Ainda bem que ele se tocou! O
problema é que se não contar agora, depois do último suspiro será impossível. E
ninguém lembraria que eu existi, o que
seria uma tragédia, depois de tanto sacrifício!
Geralmente, quando estamos
escrevendo algo sobre o nosso passado, alguns fatos que achamos importantes
fogem da nossa memória, mesmo porque não temos nada escrito e tudo está
“engavetado” na nossa mente. Aliás, qualquer que seja a memória do ser humano,
ela é incapaz de armazenar todos os fatos mais antigos.
Eu não me perdoaria se
deixasse de citar alguns colegas que escaparam da minha lembrança, mas que fui
lembrando ao longo dos dias. Entre esses amigos estão Osvaldo Medeiros, Abraão
Teixeira, Inácio Bento, José Guedes, todos jornalistas que prestaram seus preciosos
serviços aos jornais O Norte, Correio da Paraíba e A União. Na época, eu era
correspondente do Diário da Borborema.
Minha passagem pela Rádio
Itatiunga de Patos foi bastante promissora. Na minha época, a direção geral da
emissora estava nas mãos de Pedro Oliveira Alves, que me convidou para
completar o quadro ao lado de Nestor de Alcântara Gondim, Virgílio Trindade
Monteiro, José Augusto Longo da Silva e o competente Liranil Fernandes, o único
remanescente. Hoje, a direção da emissora está a cargo da Margaret Gusmão.
Na época eu estava no
comando do Departamento de Jornalismo da Rádio Arco Iris, em Araripina, quando
recebi o convite de Pedro Oliveira. A Itatiunga estava em boas mãos, com
profissionais de alta competência. Dirigir o Departamento de Jornalismo de uma
emissora recém-instalada, mas com pessoas de excelente qualidade deixou-me
bastante feliz. Fizemos um trabalho para marcar época e que ainda hoje continua
respeitado. Pedrinho escolheu o que havia de melhor na praça.
Como árbitro de futebol,
trabalharam comigo Silvaneto Firmino, Dimas Alexandrino, Geraldo Carlos, Coremas,
Geraldo Geraldino, Mário Leitão, Paulo de Tarso, Paulo Cesar e Anchieta. Todos
eles bons profissionais, sempre seguros no exercício da função. A presidência
da Liga Patoense de Futebol estava nas boas mãos de Juracy Dantas de Sousa. Cheguei
a ser agraciado com medalhas pelas minhas atuações como árbitro.
Bem! Está na hora de seguir
em frente a chegar à Petrolina, onde trabalhei na Emissora Rural A Voz do São
Francisco e na Rádio do Grande Rio. Em ambas, exerci a função de Diretor do
Departamento de Jornalismo, ao lado de colegas como Juarez Farias, Teones
Batista, Farnésio Silva, Carlos Augusto, Iveraldo Nascimento, Geraldo Magela, Francisco
Fernandes, Vinicius de Santana, Aloisio Gomes, destacando ainda monsenhor
Gonçalo, Paulo Brito e Pe. Mansueto de Lavor.
Relacionando as emissoras
onde emprestei meus serviços, começo pela Rádio Espinharas, Rádio Panati e
Rádio Itatiunga, todas em Patos; Rádio da Grande Serra, Rádio Arco Iris FM e
Rádio Araripina FM, todas em Araripina; Emissora Rural A Voz do São Francisco e
Rádio do Grande Rio, ambas em Petrolina; e Difusora Rádio Cajazeiras, em
Cajazeiras.
Na função de Assessor de
Imprensa, prestei meus serviços na Câmara Municipal de Patos (8 anos); na
Prefeitura Municipal de Patos (7 anos); III Batalhão de Polícia Militar, em
Patos (2 anos); DNOCS de Patos (1 ano); Prefeitura de Santa Terezinha da
Paraíba (2 anos); Câmara Municipal de Araripina (4 anos). Fui agraciado com
dois títulos de cidadania: Cidadão Patoense (Projeto de Lei de autoria do
vereador Polion Carneiro); e Cidadão Araripinense (Projeto de Lei de autoria da
vereadora Camila Modesto).
E lá vou eu para Araripina!
Eu estava na Rádio do Grande Rio, do Grupo Coelho, quando fui mandado pelo Dr.
Geraldo Coelho para assumir a direção da Rádio da Grande Serra, em Araripina,
conhecida a “terra da farinha”. Para mim tudo aquilo seria uma simples
aventura, se não encontrasse a emissora da forma como encontrei: devendo a Deus
e ao mundo e mergulhada num verdadeiro caos. Era o ano de 1986.
Em Araripina, a vida seguia
quase que normalmente, não fosse a responsabilidade de tirar uma empresa do
“vermelho” e fazê-la mudar de rumo. Foi por isso que o senhor Geraldo Coelho
disse, ao mandar-me para lá: “Pegue sua bagagem e vá tomar conta da minha rádio
em Araripina, antes que acabem de vez com ela!”. A situação era caótica mesmo e
tinha até funcionário, cujas comissões estavam com seis meses de atraso.
Mas a equipe era boa,
faltando apenas um leve “polimento”: Josafá Reis, Joel Coelho, Deusmar Carlos,
Carlos Paixão, Normando Sóracles Gonçalves, Sueli Gomes, Magna Silvana, Valdízio
Lacerda, Júnior, seu Alberto, a servente Francisca, e o Departamento de Pessoal com Maria
das Graças, Socorro Cavalcante e Renato Paiva. Não há como não citar o Oliveira
Paulino e madame Marilí. Com um ano, mudei o carro da empresa, quitei todas as
dívidas e depois que “puxaram o meu tapete”, entreguei a rádio com saldo
bancário e sem dever a ninguém. Os Coelhos foram ingratos e deselegantes (ou covardes) comigo!
Conhecer a família Pereira
Lima, através do ex-colega de faculdade de Agronomia Geovane, foi muito legal. Surgiram
então Darticléia e Joaquim Filho, irmãos do Geovane. E foi o próprio Joaquim
que, como presidente do Legislativo Municipal, convidou-me para redigir a Lei
Orgânica do Município de Araripina, ao lado das ilustres figuras de Geral
Granja Falcão, professor, poeta e historiador, e Dr. Armando Tavares da Silva,
juiz de Direito da Comarca.
Como Diretora da Escola
Independência, a professora Maria Darticléia Pereira Lima me fez um convite
ousado: sabendo que eu havia participado de bandas marciais, em Campina Grande
e Patos, convidou-me para ensinar algumas evoluções aos alunos da banda marcial
daquela escola. Graças a Deus, foi um verdadeiro show, arrancando calorosos
aplausos do público presente ao desfile de 7 de Setembro em Araripina.
Em Araripina conheci pessoas
extraordinárias e meu ciclo de amizade foi um dos mais seletos. Basta para isso
lembrar de pessoas como Darticléia
Pereira Lima, Elusana Valverde, Anita Bringel, Rivanda Albuquerque, Joaquim
Filho, Valdeir Batista e seu irmão Valdemir Batista (Dr. Mimi), Cícero do Bazar
Caruaru, Luzia Alencar, Joaquim Pereira Lima, Emanuel Santiago Alencar, Pr.
Marcos José Limeira, Luizito Fotografias, Rômulo Jacó, Valmir Lacerda, Geovane
Pereira Lima, Francisco Macário, Gil da Gráfica, Luiz Barreto, Augusto Modesto,
seu Amando, entre outras figuras ilustres.
E vocês pensam que eu deixaria
os vereadores no rol dos esquecidos? Enganam-se! Vale a pena citar Emanuel
Bringel, Lula Sampaio, Sinval Ferreira, Salomão da Rancharia, Pedro Cordeiro,
Amilton Leite, Arlindo Cordeiro, Boba Sampaio, Wilson de Benito, Badu, Tico de
Roberto, Bartolomeu Dias de Castro, Evilásio Mateus, Camila Modesto e os
funcionários Sílvio Romero, Socorro Gomes, Rosângela Feitosa, Hilda Nunes, d. Gilza,
Gorete Saburido e Irismar Penha.
Também fiz muitos outros
amigos, com quem convivi grandes momentos: Afonso Nunes; Valmir Lacerda; Cícero
do Bazar Caruaru; Batista do Posto 4 Rodas; os fotógrafos Luizito e Rômulo
Jacó; Zé Bihum; Evangelista (nosso querido Lista); Valdeir Batista; Arnaldo
Lage; Expedito Arraes; Valdemir Batista (Dr. Mimi); Abdias Sinfrônio; Dr.
Geraldo Magela, Juiz do Trabalho; Humberto Bertino; Pr. Marcos José Limeira; Dr.
José Wilson (oftalmologista); Dr. Pedro Batista; Dr. Plínio Arraes; Netinho
Andrade, Adauto Ferreira, entre outros.
Na Faculdade de Formação de
Professores de Araripina, onde fiz meu curso de Licenciatura Plena em Letras,
encontrei grandes mestres: Kátia (Latim), Paulo Ponciano e Áurea Carvalho
(Português), Naziozênio, Paulo Fonseca e Elodi (Inglês), Eluzana Valverde, além
de Maria Darticléia e Darlan Granjeiro Teles. Por sinal, tive a honra de
substituir a Ir. Irza do Carmo Carvalho, professora de Língua Latina. Ser
professor da faculdade que me formou, além de ter sido um grande desafio, foi
uma saudável experiência, graças à confiança em mim depositada pela professora
Darticléia.
Lecionei Língua Portuguesa e
Literatura Brasileira no Colégio Destak, a convite da professora Zena Moisés. No
mesmo colégio, lecionei Direito e Legislação no curso de Contabilidade. Vale a
pena lembrar de colegas como Adriana, Marlene, Marcílio, Dayse, Gracinha, e a
grande guerreira Luzia. A equipe do Destak era de uma competência ímpar,
fazendo com que o colégio recebesse o respeito de todos os araripinenses. Tive ainda uma CERu Luiz Gonzaga Duarte, onde lecionei Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.
Indo à Araripina é, para
mim, uma questão de honra, visitar a Faculdade de Formação de Proferes - FAFOPA,
a Câmara de Vereadores, o colégio Destak e todos os amigos que ali deixei.
Também não posso deixar de lado a vizinha cidade de Marcolândia, onde construí
um saudável ciclo de amizade. Como esquecer as boas conversas com Alencar
Costa, Osvaldo Costa, Adauto Coutinho, Zé Nicolau, Antônio Carlos, Adauto Ferreira, Raimundo
Rodrigues, Novinho, Roque Costa, Pr. Salvador e João das Placas?
Bem! Já chega! O negócio
ficou longo demais e muita gente vai me chamar de “chato”. Assim, prefiro parar
por aqui, deixando outros assuntos para a próxima etapa. Se eu esqueci algum
nome, não foi de propósito! A culpa é da memória, que já está meio desgastada
pelo tempo! Você pensa que é fácil chegar onde eu cheguei, lembrando tantas
coisas?
(Por Adalberto Pereira)
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terça-feira, 27 de agosto de 2019
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
EDITORIAL DA VIDA
UMA QUESTÃO DE GOSTO
Há uma expressão popular que
diz: “Gosto não se discute”. Apesar da popularidade, essa expressão nem sempre
é levada a sério. Existem pessoas que fazem questão de discutir sobre as
preferências alheias. E isso tem causado desconforto nas relações de muitos,
até mesmo de grandes amigos.
Induzir alguém a ter o mesmo
gosto, a mesma preferência que nós temos, não é o que aconselha a ética do bom
senso. Não devemos insistir no que é impossível para uns, mesmo parecendo ser
possível para outros. Isso pode causar constrangimentos incuráveis, o que não
seria agradável para quem pretende manter uma grande amizade.
Há quem diga que “religião e
futebol” não se discutem. Mas não é difícil encontrarmos pessoas que insistem
na tentativa de persuadir alguém a seguir a sua religião, mesmo sabendo que
isso não depende da vontade do homem. Nesse caso, essas pessoas passam a ser
vistas como intoleráveis.
Da mesma forma, acontece em
se tratando de preferência por determinados times de futebol. Cheguei a me
afastar de pessoas que tentaram mudar algumas preferências minhas. E nem
adiantava dizer-lhes que para mim, era questão de gosto e que só Deus mudaria!
Já não tolerava mais encará-las.
Se faz parte da nossa
personalidade aprendermos a conviver com as diferenças, por que, então,
insistimos em querer mudar quem não quer ser mudado? Por que, então, insistimos
naquilo que não depende de nós? Respeitar o gosto de alguém é uma decisão
inteligente. Evita transtornos e intrigas.
Robson, um jovem de classe
média alta, chamou em particular um amigo e perguntou por que as pessoas
procuravam se distanciar dele. Com muito cuidado para não feri-lo, o amigo
respondeu: - Você precisa mudar o seu comportamento! Você aborrece as pessoas
tentando convencê-las a serem iguais a você. Seja mais reservado em seus gostos
e em suas opiniões para não ferir os outros e ser por eles rejeitado.
Se é verdade que “gosto não
se discute”, resta-nos mudar a nossa maneira de ser e de agir. Não quero dizer
com isso que devemos nos calar diante de situações que venham causar prejuízos
físicos e morais a alguém. Não podemos e nem devemos confundir aconselhar com insistir. O primeiro leva a uma
meditação; o outro, a uma irritação.
Atentemos para esta
conclusão: Uma boa amizade se mantém quando as duas partes se respeitam e se
corrigem de forma amigável, colocando acima de gostos e preferência, o bom
senso e a humildade para aceitar as pessoas como elas realmente são.
Assim, seremos felizes para
sempre! Lembrem-se de que GOSTO NÃO SE DISCUTE!
(Por Adalberto Pereira)
domingo, 25 de agosto de 2019
sábado, 24 de agosto de 2019
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
PARABÉNS PRA VOCÊ NESTA DATA, QUERIDA!...
FELIZ ANIVERSÁRIO
JOYCECLEIDE!
O QUE REPRESENTA O DIA DE HOJE PARA VOCÊ? DÁ
PARA LEMBRAR ALGUM ACONTECIMENTO QUE LHE CONDUZ AO PRAZER DE SORRIR E CANTAR?
POIS, PARA NÓS, ESTE É UM DIA MUITO ESPECIAL.
É UM DIA EM QUE NOS LEMBRAMOS DE
UMA CRIANCINHA QUE VEIO AO MUNDO PARA COMPLETAR A NOSSA FELICIDADE. NASCIA NO
DIA 22 DE AGOSTO DE 1997, NA MATERNIDADE SANTA MARIA, EM ARARIPINA, PERNAMBUCO,
UMA MENININHA QUE NÃO DEU TRABALHO PARA VIR AO MUNDO, MAS FOI BASTANTE DIFÍCIL
ESCOLHER O SEU NOME.
PARA A IRMÃ, O NOME
PATRÍCIA JOYCE VEIO DE UMA ESCRITORA. PARA ELA, VEIO DA IDÉIA DE UNIR OS NOMES
DA IRMÃ E DA MAMÃE > JOYCE+CLEIDE, FORMANDO O NOME QUE MUITOS DECIDIRAM RESUMIR
PARA JOYCE, MAS QUE NA VERDADE É JOYCECLEIDE.
POIS É! E EU, COMO UM PAI “CORUJA”
ESCREVI TUDO ISSO PARA EXTERNAR A MINHA ALEGRIA DE ANUNCIAR O ANIVERSÁRIO DESSA
MINHA EXTROVERTIDA MORENINHA, TÃO AMADA POR NÓS! EU PODERIA ESCREVER APENAS:
PARABÉNS, JOYCECLEIDE! MAS SERIA POUCO PARA PROVAR O QUANTO VOCÊ, MINHA FILHA
AMADA, É IMPORTANTE PARA NÓS TODOS!
RECEBA, POIS, QUERIDA, TODO O CARINHO DA
MAÍNHA ANTONIA CLEIDE, DOS IRMÃOS PATRÍCIA JOYCE E WESLEY, E DESTE PAI QUE TE AMA
DE CORAÇÃO! QUE DEUS CONTINUE TE ABENÇOANDO EM TODOS OS TRAJETOS DA VIDA
ESPIRITUAL, SENTIMENTAL E PROFISSIONAL!
QUE A TUA VIDA SEJA SEMPRE UM EXEMPLO
DE FIRMEZA E DE CONFIANÇA NO NOSSO DEUS TODO PODEROSO, PARA QUE NUNCA TE
AFASTES DELE, MESMO NOS MOMENTOS DE TURBULÊNCIAS.
CONTINUE SENDO ESTA PESSOA
ALEGRE E PODE FALAR “PELOS COTOVELOS” QUE, MESMO ASSIM, NÃO CANSAREMOS DE TE
OUVIR!
O PASSADO CONTINUA VIVO NA MEMÓRIA
O PASSADO NÃO MORREU - Parte 2
Bem! Eu contei na primeira
parte deste meu relato, um pouco da minha vida, a partir de Abreu e Lima,
estendendo-se à Campina Grande, famosa Rainha da Borborema. Agora, começo uma
nova etapa desta minha vida meio interessante e meio chata pra quem está lendo
esse monte de fatos repletos de monotonias.
Na primeira parte do meu
relato, esqueci de citar alguns professores. Assim eu seria um ingrato! Além de
d. Maroca e d. Guiomar, minhas primeiras professoras, outros fizeram parte da
minha vida estudantil: d. Raimunda; d. Terezinha, Marly carvalho (Francês),
Sevi Nunes (Latim), Paloma (Inglês), Gadelha (Canto Orfeônico), Raimundo
Suassuna (História Geral), Sinval (Matemática), d. Vanda (Geografia), Pe.
Emídio (Latim), Pe. Raimundo (Português), José Carlos (Matemática), Osmar
(Geografia), Willy Bullara (Francês). E meus diretores José Loureiro e Severino
Loureiro, Raul Córdula e William Ramos Tejo (em Campina Grande); Durval
Fernandes e Manoel Messias do Nascimento (ambos em Patos).
Quando eu estava no
Exército, um cidadão chamado Alício Barreto, fez um convite para meu pai
gerenciar sua fundição, localizada nas proximidades do antigo Terminal Rodoviário
de Patos. As vantagens oferecidas não poderiam ser rejeitadas e meu pai aceitou
“in loco”!. Minha mãe ficou em Campina Grande cuidando de mim e do meu irmão
Abinoan, que tinha apenas dois anos.
No final do mês de janeiro,
sabendo que eu havia cumprido o meu tempo do BSvE, meu pai voltou à Capina
Grande para levar-me para Patos. Ele havia conseguido, junto ao Sr. Eliezer de
Holanda Cavalcante, um emprego na algodoeira Anderson & Clayton. Era um
emprego muito legal: eu era responsável pela conferência das cargas que ali
chegavam. Conferia o peso do caminhão carregado e dele sem a carga.
Dia 3 de março de 1961. Por
volta das 19 horas eu e meu pai chegávamos à cidade de Patos, na Paraíba. Tudo
era muito estranho para mim, inclusive a temperatura. Sair de Campina Grande
com uma temperatura girando em torno dos 21ºC, para enfrentar um calor de 35ºC,
não era moleza! Por mim, teria ficado em Campina Grande, onde já estava fazendo
o curso de Paraquedista do Exército. Mas minha mãe não permitiu o meu
engajamento.
Pelo menos foi uma viagem
divertida. Teve até o lance de um passageiro que adormeceu e passou da cidade
onde deveria descer! Foi um “Deus nos acuda!”. Pela segunda vez eu viajava de
trem. O cenário era uma beleza! Mato de um lado, mato de outro e o único colorido
que agradavam aos meus olhos era o dos gravetos espalhados pelos áridos
terrenos por onde o trem passava numa lentidão de dar náuseas.
Mas não deixou de ser uma
aventura a mais na minha vida, já acostumada com as surpresas, em sua grande
maioria, surpreendentes. A primeira coisa a fazermos foi seguir da Estação
Ferroviária para o Hotel Santa Terezinha, de um cidadão chamado Vicente. O
local era ótimo! Ficava a uns 50 metros da estação e a uns 150 metros do
Terminal Rodoviário.
No início era tudo muito estranho.
Meu pai, que chegara em Patos a alguns meses, já era hóspede do hotel. Bom
mesmo foi saber que a empresa onde eu iria trabalhar, a Algodoeira
multinacional Anderson & Clayton, ficava quase em frente ao hotel Santa
Teresinha. Bastava atravessar a pista e pronto. Ao lado, ficada a SANBRA
(Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro).
Para ser mais preciso, tudo
isso: Hotel, algodoeiras e até a Cadeia Pública, ficavam no início da rua
Horácio Nóbrega. Hoje, fazendo o mesmo percurso, se continuássemos caminhando,
chegaríamos ao Hospital Regional Janduhy Carneiro e ao Estádio Municipal José
Cavalcanti. Mesmo sendo noite, eu já procurava decorar alguns pontos da cidade.
Começava aí, mais uma etapa
da minha vida, agora na cidade de Patos, conhecida como a “Morada do Sol”. Já
no primeiro domingo, fui com meu pai para a Escolas Dominical na Igreja
Batista, na rua Felizardo Leite. Fiz minhas primeiras amizades, a começar pelo
Pastor Silas Melo e sua esposa, d. Maria José Melo, (d. Zezé).
Outros amigos surgiram:
Juvenal Jerônimo, Severino Siqueira, Manoel Lucena, Manoel Ananias, Silvino
Lucena, Wilson Dias Novo, Neemias Quaresma, Agripino Santos (Pepino), José
Inácio, Aristides, Abraão Luiz, José Vicente, Leonila Lemos (Ir. Nila),
Olindina Siqueira, Maria Souza, Maria Belchior, Rosa (esposa do Abraão) e
muitos outros.
Conquistando a amizade e o
carinho de todos, passei a ter uma vida bastante ativa naquela igreja, onde fui
professor, superintendente da Escola Dominical, Secretário e responsável pelo
serviço de som da igreja, função que me levou aceitar ao convite para coordenar
e apresentar, com o pastor Silas Melo, o programa “A Voz Batista do Sertão”,
pela Rádio Espinharas de Patos, a pioneira da região.
Ano de 1962. Em atendimento
ao convite do radialista José Augusto Longo da Silva, fui apresentar com ele o
programa esportivo daquela emissora, levado ao ar às 18 horas. Foi o primeiro
passo para ficar trinta anos como radialista, tendo passagens por várias
emissoras de rádio da Paraíba e do Pernambuco, bem como oito jornais
paraibanos, pernambucanos e baianos. Foram 30 incansáveis anos de profissão.
Naquela época, a Rádio
Espinharas pertencia ao deputado Federal Drault Ernani de Melo e Silva e tinha
como diretor Maurício Leite. No quadro de locutores lembro o Artur Dionísio,
Luiz Pereira, José Augusto Longo da Silva, Mainardo Santos, Ramalho Silva,
Batista Leitão e Bosco Boró. No quadro de operadores: Orlando Xavier, Edilson
Brandão, José Wilson, Pedro Correia, mestre Abdon e Luiz Oliveira. Não poderia
esquecer o velho e querido Zacarias e a tesoureira Socorro que casou com o
Severino Quirino.
Zé Augusto e Luiz Pereira
acharam meu nome ridículo para um locutor e mudaram para Carlos Alberto, que
pegou rápido e perdurou por muitos anos, até os ouvintes se acostumarem com o
Adalberto Pereira a partir de 1973, minha segunda etapa naquela emissora. Daquele
ano até 1964, apresentei os programas “Seu Pedido, Sua Música”, à noite; “A
Música das Ruas” e “Cartão Sonoro”, ambos à tarde. O número de cartas recebidas
mostrava que a audiência estava indo bem! Já dava até para pedir um
aumentozinho de salário!
Com a substituição do
Maurício Leite pelo Rackson Torres, as coisas não funcionaram da mesma forma. A
rádio já não mais pertencia ao Dr. Drault Ernane, pois fora vendida à Diocese
de Patos. Muitas coisas mudaram e eu não via com bons olhos a maneira como o
Rackson conduzia a emissora. Preferi sair e seguir a minha vida à minha moda.
Fui trabalhar com meu pai na oficina de Seu Alício Barreto.
Ano de 1969. Eu nem pensava
mais voltar ao rádio, quando fui procurado para trabalhar na Difusora Rádio
Cajazeiras. Foi até uma surpresa, pois já estava afastado dos microfones há
quase 5 anos. Em Cajazeiras, fiquei hospedado no Cajazeiras Hotel, de d.
Lourdes. Deparei-me com uma proibição ridícula dos diretores Mozart e José
Adegildes: Não podia visitar a concorrente Rádio Alto Piranhas. Mas eu visitei,
mesmo contrariando à ordem recebida e causando o espanto dos colegas. (Eu não
comprara a briga deles!).
Eu apresentava um programa
romântico, recitando poesias de minha autoria e de outros autores. Vez por
outra, apresentava editoriais escritos por mim. Fechei a audiência do horário e
me mantive no ar, mesmo sabendo que já não era bem visto pelos diretores. Não
demorei muito tempo ali e resolvi deixar tudo e voltar para Patos. Foram quase
quatro anos afastado dos microfones! Isso me incomodava, pois eu já estava com
o rádio no sangue.
Final do ano de 1972. A
situação financeira não estava boa. Resolvi procurar emprego nas rádios de
Campina Grande. Na Caturité, disseram que o quadro estava cheio, na Borborema
acharam que não tinha experiência suficiente. Fiquei sabendo que a Cariri
estava precisando de locutores. Fui lá e fiz um teste. Fui aprovado, mas só me
prometeram o emprego para o mês seguinte. Sabendo disso, Petrônio Gouveia, José
Augusto Longo e Batista Leitão pediram ao Pe. Assis que me contratasse.
O padre Joaquim de Assis Ferreira
me contratou e daquela data até o ano de 2001, nunca mais fiquei fora do rádio.
Eu já era conhecido como Adalberto Pereira e tinha o meu próprio espaço. Foi
quando coloquei no ar o programa “O Domingo é Nosso”, que explodiu na
audiência. Para o sucesso do programa contei com grandes parceiros: Empresa de
Transportes Marajó; Cine São Francisco; Foto Alarcon; Aguardente Coroa; Sorveteria
Tchan; Banca de Revistas A Manchete; e Aldo Baterias, além do comércio
patoense.
Alcancei o meu objetivo
maior: dar oportunidade aos artistas da terra, levando para o programa Jáder, o
Garotinho do Forró Quente; Agamenon Show; Gilson Monteiro, com sua voz
inconfundível; José Valadares e o seu trio. Pudemos dar oportunidades a
artistas como Midian Alves e Gê Maria. Mas não fiz tudo sozinho, contei com a
participação de Cilene Medeiros, Sildani Medeiros e Arlene Nóbrega.
Nossa equipe de operadores era
sensacional! Juarez Farias, José Medeiros, José do Bonfim, Pedro Correia, Antônio
Vieira, José Maria, José Augusto da Costa Nóbrega, Petrônio Gouveia. Todos eles
revestidos de uma competência invejável. Isso dava mais brilho ao nosso
programa e nos colocava numa situação bastante cômoda para apresentá-lo. Para
completar, contávamos com a eficiência do nosso discotecário Amaury de
Carvalho.
Na minha segunda passagem
pela Rádio Espinharas, outros grandes profissionais, além dos que vieram de
1962, marcaram presença em minha vida: Sousa Irmão, Louraci Freitas, Nestor
Gondim, Paulo Porto, Juarez Farias, Batista de Brito, Edleuson Franco de
Medeiros, Aloisio Araújo, Roberto Fernandes, Francisco Tomaz de Brito, Luiz
Gonzaga Lima de Moraes, Fildani Gouveia, Joaquim Pedra, José Medeiros, Assis
Pedra, Petrônio Gouveia, Odísia Wanderley, Corina Gomes.
Somem-se a estes, aqueles
que me receberam de braços abertos no início da minha carreira, que só encerrou
em 2001, quando decidi morar em Brasília. Vale relembrar: Pedro Correia,
Orlando Xavier, Edleuson Franco, Amaury de Carvalho.
Vários fatos marcaram minha
passagem pelas oito emissoras da minha vida. Lembro que no início da minha
carreira, havia na Rádio Espinharas o famoso gongo, que soava quando
anunciávamos uma nota de falecimento ou um convite de missa. O gongo deu
defeito e mestre Abdon levou para concertar em casa. Alguns dias se passaram
sem o “sonoro” gongo.
Despreocupado como sempre o
foi, o locutor Mainardo Santos (que detestava quando colocavam nota de
falecimento para ele divulgar) lançou um olhar de raiva para o operador Luis
Oliveira (outro despreocupado), e mandou: “Nota de falecimento!”. Esperou o
gongo e nada! Viu quando Luiz gesticulou dizendo que seguisse em frente. Foi aí
que o Mainardo lembrou que estava sem o aparelho do gongo. Sem pensar duas
vezes, Mainardo fez com a boca os três sons do gongo e divulgou a nota.
E já que estou falando do
Mainardo Santos, lá vai outra dele: Era natural naquela época, as pessoas
ligarem para a rádio para se informar da hora certa. Isso deixava o operador
apavorado. Vendo a preocupação do colega, Mainardo foi atender ao telefone. Do
outro lado da linha uma voz feminina fazia a tradicional pergunta: Pode me
informar a hora certa, por favor? Mainardo – Venda o telefone e compre um
relógio. No dia seguinte a mulher foi com o marido prestar queixas ao Maurício
Leite, que demitiu Mainardo na hora!
Em Patos, além de
radialista, passei a viver outros momentos de muitas emoções. Primeiro, fui
convidado pelo prefeito Edmilson Motta para ser seu assessor de imprensa. Ele
mesmo, vendo a minha facilidade no domínio da Língua Portuguesa, convidou-me
para lecionar no Colégio Municipal Aristides Hamad Timene. Aceitei aos dois
convites.
Isso abriu grandes espaços
para outras atividades na área da educação! Lecionei nos cursos preparatórios
para vestibular. O primeiro deles foi o Curso Kennedy, do Dr. Efigênio; o
segundo foi o Curso Extra 3; e o último, o
Curso Apolo 11. Aí o negócio disparou e fui contratado para lecionar
Língua Portuguesa no Colégio Comercial Roberto Simonsen.
Mas eu sempre queria mais! Para
isso, passei a estudar as regras de futebol e iniciei minha carreira como
árbitro na Liga Patoense de Futebol, filiada à Federação Paraibana de Futebol.
Fiz isso durante 12 anos. Da mesma Liga, fui vice-presidente na gestão de Mário
Lemos e Diretor do Departamento de Arbitragem da mesma entidade.
E como já estava “na dança”,
aceitei ao convite do Francisco de Assis Vieira (Binda), para ser treinador do
Central Futebol Clube. Cheguei até a ser goleiro do time em algumas partidas.
Mas as emoções não acabaram por aí! O presidente da L. P. F., Juracy Dantas de
Sousa, me fez um convite ousado: ser técnico da Seleção Amadora. E quem disse
que eu ia perder essa oportunidade?
Mas espera aí! Que negócio é
esse de ser Relações Públicas da Polícia Militar? Pois é! Foi durante um jantar
oferecido à Imprensa patoense, pelo III BPM, na Churrascaria Buena Brasa, que o
então capitão Clementino, comandante da 4ª Companhia, anunciou o meu nome como
Relações Públicas da Polícia Militar, comandada pelo Cel. Deuslírio Pires de
Lacerda. Lá passei dois anos, até ir trabalhar em Petrolina.
Ôpa, ia esquecendo que
também dei uma de cantor e compositor! Pois é! Para participar de um Festival
de Músicas Carnavalescas, no Cine El Dourado, compus três músicas: “Saudades
dos Carnavais” (marcha-rancho), Até Quarta-Feira e “A Marcha da Peteca” (estas
marchas de salão). Somente “Saudades dos Carnavais” ficou entre as cinco melhores.
O maestro Saraiva (Valdemir Campos) fez os arranjos dela e de “Até Quarta-Feira”. Por unanimidade da Câmara Municipal, foi-me outorgado o título de CIDADÃO PATOENSE (Projeto de Lei de autoria do vereador Polion Carneiro).
A partir daí, passei a
receber propostas para integrar os quadros de cantores das orquestras carnavalescas.
Entre elas, lembro-me da orquestra do maestro Rusinho e da orquestra do maestro
Zé da Trompa. Cantamos em Coremas, São Mamede, Maturéia, Taperoá e no Centro
Recreativo de São Sebastião, em Patos. Eu selecionei um vasto repertório. A
minha alegria levava os foliões ao delírio.
Tá bom! Já escrevi demais!
Já provei que ainda estou com a memória fértil, apesar dos quase 7.8. Depois,
se me der coragem e se a memória continuar ajudando, na terceira parte, falarei
de outras aventuras do meu passado que, graças a Deus, ainda não morreu!
(Por Adalberto Pereira)
-o-o-o-o-o-o-o-
segunda-feira, 19 de agosto de 2019
O PASSADO CONTINUA VIVO NA MEMÓRIA!
O PASSADO NÃO MORREU - Parte 1
Dia 22 de novembro do ano de
1941, um sábado, onze e meia da noite. Em uma das casas da Rua Azul, num
lugarejo chamado Timbó, nascia um menino chamado Adalberto, nome que se
completou com Claudino Pereira. A alegria do casal Eudócia Pessoa Pereira e
José Claudino Pereira era contagiante. Afinal, ali estava o primeiro filho do
casal. Pronto para acender o estopim da guerra.
Não foi fácil para minha
mãe! Mesmo assim, consegui nascer para ser quem sou! Aliás, continuo dando
trabalho a muita gente, que me engole na marra (por ser sincero)! Minhas
lembranças me levam até o grande amigo Joel, filho de d. Benedita. Por sinal, o
único amigo antes de conhecer o José (que morreu atropelado), filho do velho
“Pai Tá”, lá na chamada Casa do Alto.
Por falar em casa do Alto,
foi lá onde nós vivemos os belos tempos de fartura. Era um sítio pertencente ao
alemão Alberto Lungdrent (não sei se é assim que se escreve). Mangueiras,
abacateiros, laranjeiras, bananeiras, coqueiros, cajueiros, jaqueiras, tudo
tinha em abundância. Isso sem falar nas galinhas, perus, porcos, patos, guinés,
carneiros, cabras e o cachorro Sultão, que pai preferia chamar de Sulta.
Havia fartura também de
macaxeira, batata doce, mandioca e inhame A roça era muito bem tratada por
minha mãe! Lembro até das cobras jararacas e cascavéis que normalmente
apareciam na beira da estrada, misturadas aos preás que os meninos da redondeza
costumavam matar com as baladeiras.
É bom lembrar os momentos,
lá em Abreu e Lima, ou Maricota para os mais tradicionais. Sempre que meu pai
podia, íamos passar Natal e Ano Novo com a família de minha mãe. A única
empresa era a Hilacarme, que fazia a linha Campina Grande – Recife. A segunda
opção eram as marinetes e as jardineiras. Estas eram mais caras, por serem mais
rápidas e mais confortáveis.
Em outras oportunidades,
íamos para Santa Rita e Bayeux, onde moravam os parentes de meu pai. Era muito
legal estar com Renato, Dé, Til, Dinha, Lena e Ednaldo, meus primos amados.
Melhor ainda era curtir a alegria de minha tia Zulmira (Zul) e as boas
conversas do Padrinho Néco. Em Santa Rita, o encontro com tia Cezina (Zina),
Josélia e Mãe Gustinha, minha avó paterna, meu primo Dário e minha tia Júlia
era algo especial. Com o primo Renato,
assistia jogos do São Bento, time local.
As primeiras letras eu
aprendi em casa, com minha mãe, mas minha primeira professora legalmente
reconhecida foi d. Maroca, a única e pioneira daquela região. Foi um tempo
difícil devido a rigidez com que fui criado. Pensam que lamento? Que nada! Não fosse assim, eu não seria esse cara sério
e honesto, que não se deixa levar pelas opiniões dos outros. Minha mãe dizia
para que eu “nunca fosse como piolho”, para andar pelas cabeças dos outros.
Dia 1º de janeiro do ano de
1958, nascia na cidade de Abreu e Lima um menino chamado Abinoan, nome que se
completou com Claudino Pereira. A mãe, minha tia Isabel, irmã de minha mãe, no
mesmo momento em que dava luz ao mano, partia para a eternidade. Vital Vieira
de Barros, o marido, agora viúvo, tomava o menino recém-nascido nos braços e,
sem qualquer constrangimento, entregava à minha mãe dizendo: - Tome! É seu!
O casal Vital e Isabel já
eram pais de três filhos: Abilene, Abiel e Abidonias. Não tendo condições de
criar o quarto filho, Vital o entregou à pessoa certa: minha mãe! E eu, que já
estava com meus 16 anos, ganhava com
muita alegria um irmão, que ajudei a criar. Era o meu “xodó”. Ele foi
registrado em Campina Grande no dia 8 de janeiro.
Ainda em Abreu e Lima, estar
ao lado do tio Severino Olegário Pessoa, irmão de minha mãe, da esposa, d. Lia
e dos primos Jonas e Ruth era motivo de muito contentamento. Todos eram
momentos inesquecíveis que guardo na memória e aproveito para colocar aqui
neste registro um tanto resumido.
A Campina Grande da década
de 50 já não é a mesma nos dias atuais! E nem poderias ser! Eu nem sei o que
seria de mim se chegasse hoje na “Rainha da Borborema” e ouvisse o locutor da
Rádio Borborema deixando escapar sua voz nos rádios SEMP ou ABC anunciando uma
edição extraordinária do “Campinense Repórter”, para noticiar um fato de grande
repercussão.
O dia 5 de setembro de 1958
é uma data triste, mas que precisa ser lembrada. Foi nesse dia que caiu no
Serrotão, em Campina Grande, o avião prefixo PP LDX da Loyde Aéreo. Ele ia para
Fortaleza e deveria fazer conexão em Campina Grande, mas não conseguiu
localizar o aeroporto João Suassuna e caiu num roçado. A notícia foi dada pelo
locutor Ariosto Sales, da Rádio Borborema.
A notícia foi confirmada quando
o outro locutor, Eraldo César, também da mesma emissora, foi ao local e deu mais
detalhes sobre o desastre. Eram trinta e oito pessoas que estavam no avião, das
quais 13 morreram e 35 sobreviveram. Foi um fato que ficou por muito tempo na
nossa lembrança. O desfile do dia 7 de setembro foi adiado para o dia 14.
Ouvir o chiado dos jingles
anunciando que o Café São Braz era o café da família campinense, seria algo
comovente, assim como não deixaria de ser extraordinário ouvir Genival Lacerda,
magrinho e imitando Jackson do Pandeiro no programa matinal “Retalhos do
Sertão”, apresentado por Juracy Palhano. E a voz inconfundível de Pinto Lopes?
E as novelas “Antônio Maria”, “O Anjo Negro”, “O Morro dos Ventos Uivantes” e
“Maria Laô”, com atores do próprio quadro da Borborema?
Lá, na Liberdade, nossa
primeira morada ao chegarmos naquela cidade serrana, a vida tomava outro jeito.
Já não era mais a mesma coisa lá de Timbó, em Abreu e Lima, que muitos tinham
orgulho de chamar Maricota. Agora, tudo era diferente. Até o gás era querosene,
venda era bodega e os garotos eram guris. Coisas estranhas, não!
O primeiro carnaval em
Campina Grande foi espantoso para um menino do interior de Pernambuco. O jeito
era correr para debaixo da cama, com medo dos ursos, dos cavalos marinhos, dos
gorilas e dos bois chicoteados para dançar e arrecadar dinheiro nas portas das
casas. Apavorada, minha mãe gritava: - é gente vestida de bicho, menino!
Ufa!!! Ainda bem que eram
apenas três dias! Também com nove anos e numa época em que a inocência nos
acompanhava até os quinze, era normal ter medo até das histórias de “Trancoso”
contadas por nossas mães. A primeira namorada só com os dezessete... e olhe lá,
hein!!!
Há momentos em que sentamos
e nos debruçamos sobre a mesa para lembrar-nos de como era bacana acompanhar os
pastoris nas épocas natalinas. O auditório da Rádio Borborema ficava lotado e
lá estava eu gritando: “Azul é o céu, azul é o mar, azul é a rainha que nós
vamos coroar!”. No palco, Leonel Medeiros comandava o cordão azul, enquanto
Hilton Mota comandava o encarnado.
Mas não dá para esquecer a
minha primeira professora, d. Maroca, em Timbó e da palmatória nos dias de
“argumentos”. E a famigerada Escola de D. Adelma? Esta foi a minha segunda
escola, já em Campina Grande. A professora Guiomar era filha da dona. Esta
escola ficava na Rua Arrojado Lisboa, mesma rua onde a gente morava.
Um dos muitos momentos de
felicidade foi quando vesti pela primeira vez a camisa de um time de futebol.
Eu tinha 15 anos quando vesti a camisa do juvenil do Vasco da Gama, do Monte
Santo. Depois fui titular, juntamente com grandes atletas como: Chico, Carboreto
(Arnaldo), Gringo, Raimundinho, Paulinho, Aladim, Pernambuco, Guilherme
(goleiro), e Antônio Correia.
Êpa! Não vamos esquecer os
programas de auditório da Rádio Borborema, principalmente “O Domingo Alegre”,
comandado por Leonel Medeiros. Era gostoso ouvir cantores como Maria das Neves,
Maria do Carmo, Silvinha Alencar, Ronaldo Soares, Gilson e Geisa Reis e Geraldo
Andrade. A orquestra do maestro Nilo Lima e regional do Arnóbio Araújo
acompanhavam os astros e as estrelas do cast associado.
No Domingo Alegre, a gente
trocava cinco pacotes vazios dos produtos São Braz por uma cartela de bingo. E
como era emocionante quando Leonel Medeiros anunciava: - Vamos sortear mais
três pedras do bingo São Braz. Com a pedra 10 eu completei minha cartela e ganhei
uma cama de solteiro faixa azul, com colchão, um kit dos produtos São Braz e
uma foto de Marta Rocha, Miss Brasil.
O programa Retalhos do
Sertão, apresentado pela manhã por Juraci Palhano, era cheio de atrações. Foi lá
que Genival Lacerda iniciou sua carreira artística. Vale lembrar o humorista
“Capitão Mané Coió” e os violeiros José Gonçalves e Cícero Bernardes. Eles
receberam do humorista os apelidos de “Cupim” e “Coruja”.
Mas Campina Grande era
grande mesmo! Tão grande que me dava ao luxo de ter quatro namoradas ao mesmo
tempo, sem que elas se encontrassem. Os seriados do Cine Avenida, na Getúlio
Vargas não me saem do pensamento. No Cine Capitólio e no Cine Babilônia,
assistia aos filmes mais importantes, como Cavaleiros da Távola Redonda, El
Cid, O Conde Drácula e outros. O surgimento do
Cinemascope foi uma evolução na Sétima Arte.
Vez por outra, dava para ir
ao Cine Brasil, lá no bairro de José Pinheiro, onde eu tinha uma namorada e
aproveitava para assistir aos jogos do Campinense, no Estádio Municipal Plínio
Lemos. Na Praça da Bandeira, passava bons momentos na sinuca do Luizinho,
principalmente quando estava jogando o Paulo Arruda, um verdadeiro “taco de
ouro”. Às vezes aproveitava para dar umas tacadas (não com ele, é claro!).
E como esquecer o meu
primeiro emprego numa banca de revistas, localizada na esquina da chamada “Mesa
de Renda” (como a secretaria da fazenda de hoje)? Depois é que fui trabalhar no
escritório de Representações do Sr. Geraldo Soares, no Edifício Açu (na Praça
da Bandeira). Representávamos os tecidos A. Bittencourt, a Lincoln Industrial,
Tecidos Bangu, molas Bleksteel e capotas Triunfo. Saí de lá para servir ao
Exército.
Estudar no Colégio Alfredo
Dantas, dos irmãos José e Severino Loureiro, era coisa pra filho de doutor e não
para filho de operário como eu. Mas eu estudei lá; no meio dos “filhos de
papai”. Parece inacreditável, mas é verdade! E ainda me dava ao luxo de
desfilar em pelotão especial no dia 7 de Setembro. Fiz até parte da banda
marcial do colégio! Podem arregalar os olhos! Depois fui para o Estadual da
Prata, o Gigantão, dirigido pelos professores Raul Córdula e William Ramos
Tejo. Também fiz parte da banda marcial de lá.
Na Rua Ceará, podíamos
contemplar em frente a nossa casa as catacumbas do cemitério do Carmo,
administrado por seu João Coveiro, casado com d. Ambrozina e pelo sobrinho
Alcides. E como poderíamos esquecer a família de seu Pedro Nicolau e d.
Mocinha? Ao lado, seu Cícero e d. Inacinha, formavam um casal de bons vizinhos,
com os filhos Inácio (Pelado), Carminha e Jurandir.
Êita, Campina Grande! Êita,
Paraíba masculina, muié macho, sim sinhô! Vou lembrar também das ruas onde
morei: Rua Liberdade, Rua Arrojado Lisboa, Av. Rio Branco, Rua Idelfonso Aires,
Rua Ceará, e Rua Monte Santo. Foram onze anos de história pra contar. De lá, em
1961, fomos para Patos das Espinharas, a terra do major Miguel, conhecida como
“morada do sol”. Foi outra grande e maravilhosa etapa da minha vida.
Êi! E você não vai falar
nada do Exército? Claro!!! Como posso esquecer a brabeza do sargento Paulo, do
tenente Rego Barros e do capitão Braga? De jeito nenhum! Mas é melhor falar do
tenente Negri, dos majores Maurício e Marcelo, do coronel Queiroz, nosso
comandante. Seria ingrato se não lembrasse do Cabo Carlos e dos colegas Mário,
Vanaldo, Valdemar, Noaldo, Pimentel, Agnaldo, Hildo, Leite e Aleixo, entre
outros.
Eu nem queria imaginar como
seria um encontro com o tenente Negri, com o major Maurício e com o sargento
Paulo, nos pátios do Batalhão de Serviço de Engenharia, lá na Palmeira. Talvez só
me sentisse mal ao lembrar o “boião”, conhecido “vale-tudo” consumido nas
segundas-feiras. E ainda tinha gente que lambia os “beiços”!
Fui agraciado com a função
de QMP burocrata QMG contador, trabalhando na F. A., Fiscalização
Administrativa. Mas eu sempre queria mais e passei a fazer parte da banda
marcial do Exército, sob o comando do sargento 62 (meia dois) batendo caixa.
Aproveitei para aprender a tocar corneta. Se pudesse voltaria a vestir aquele
uniforme de quem muito me orgulhei. Cheguei lá em forma de menino e saí em
forma de homem. Foi lá onde aprendi a dirigir com o soldado Silva.
Campina Grande só contava
com o Treze Futebol Clube, conhecido como o “Galo da Borborema”, mas eu nunca
fui bem com a cara dele. Também tinha o Paulistano, cujo campo ficava no bairro
da Liberdade. Tempos depois, o Centro Esportivo Campinense Clube (a raposa) se
profissionalizou e eu virei “raposeiro”. Eu saía do Monte Santo, para treinar
no Campinense, em José Pinheiro. Tomava dois ônibus para chegar ao Plínio
Lemos.
Eram maravilhosas as manhãs
de domingo em Bodocongó. No açude do mesmo nome, as lanchas velozes puxavam
esquiadores que faziam malabarismos no ar, arrancando os aplausos dos
presentes. Era bom para paquerar as meninas do bairro. O time de lá era o
Humaitá, onde eu tinha bons amigos, entre eles o goleiro João Pipoca e os
jogadores Adaltinho, Icário e Lelé. Joguei algumas vezes contra eles, vestindo
a camisa 14 do Vasco do Monte Santo.
Tá bom! Já escrevi demais! Já
provei que ainda estou com a memória fértil, apesar dos quase 7.8. Depois, se
me der coragem e se a memória continuar ajudando, falarei de outras aventuras
do meu passado que, graças a Deus, ainda não morreu!
(Por Adalberto Pereira)
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