quinta-feira, 15 de agosto de 2019

EDITORIAL DA VIDA


                                            NA DÚVIDA, NÃO ULTRAPASSE 

Se recorrermos ao dicionário da Língua Portuguesa, veremos que “dúvida é a vacilação sobre a realidade de um fato ou hesitação em tomar uma decisão ou partido entre diversas opiniões”.

Quem duvida não confia no que alguém diz, mesmo que isso implique numa realidade incontestável. A Bíblia conta o caso de Tomé, que duvidou da ressurreição de Jesus Cristo.

As estradas da vida oferecem perigos dos mais diversos. É  muito natural ouvirmos motoristas dizerem que dirigem por eles e pelos outros. É que a irresponsabilidade dos que não amam nem a si mesmo, coloca em risco a vida daqueles que fazem dos seus veículos um patrimônio a ser preservado, Estes são cuidadosos, cautelosos e não fazem da velocidade objeto nocivo à sobrevivência.

As sinalizações garantem a nossa segurança, a partir do momento em que as obedecemos, vendo-as como fator indispensável para que cheguemos sãos e salvos aos nossos destinos. Mas se alguém arrisca a segui-las, pode estar na iminência de encontrar um indivíduo que não concorde com a nossa obediência, provocando conflitos que podem causar sérias consequências.

Euclides Garcia sonhava com a compra de um carro. Para isso, já sabia até a marca e o modelo. Aproveitou o seu 13º salário, juntou à economia que fizera e foi até a concessionária, a fim de realizar o seu sonho. Um dos vendedores o conduziu até o veículo de sua preferência. Euclides ficou encantado ao ver o carro dos seus sonhos. Tão encantado que nem ouvia mais as explicações do vendedor.

Conversa vai, conversa vem, e lá foram os dois para a concretização do negócio. Vez por outra, de lá de dentro, Euclides dava uma “paquerada” para o carro. Tudo certo! De repente, o jovem vendedor perguntou: - Bem, seu Euclides, agora falta o senhor escolher a cor! Nós temos aquele preto, o outro verde abacate, o branco gelo e o cinza! Escolha!

E agora? Pensou Euclides! Ele havia pensado em tudo, menos na cor. Nasce nele uma grande dúvida!

Uma família voltava das férias. No carro, cinco pessoas: o pai, a mãe e os três filhos. Todos faziam planos para o futuro. Além disso, as conversas sobre o reencontro com os familiares que não viam há anos.

A faixa era contínua, o que proibia qualquer ultrapassagem. Do lado oposto, um bi trem vinha vagarosamente, devido ao grande volume da carga. Os mais de 500 quilômetros até então percorridos por aquela família foram tranquilos.

De repente, a tragédia! Do outro lado, atrás do bi trem, surge outro veículo, cujo motorista, quem sabe, lutando com a dúvida de dar certo ou não, arriscou  uma ultrapassagem. Não deu tempo! Se ele tivesse seguido a advertência de que na dúvida não deveria ultrapassar, certamente teria evitado a trágica morte de dez pessoas.

Na dúvida, não ultrapasse! A Polícia Rodoviária Federal tem se esforçado no sentido de levar os motoristas à conscientização de que uma ultrapassagem duvidosa pode ceifar a vida de pessoas ousadas.

Houve uma época em que se dizia: “Não faça do seu carro uma arma! A vítima pode ser você!” Também me lembro de outra propaganda mais ou menos assim: “Motorista! Não corra, não mate, não morra! Em casa, alguém espera por você!”.

Aprendi na minha infância que se conselho fosse bom, não se dava! Ele seria vendido a peso de ouro! Na verdade, muitas pessoas não estão preparadas para o exercício de determinadas atividades.

O problema maior e que tem causado sérios transtornos, é que motoristas sem preparos profissionais e psicológicos, sem amor à própria vida, colocam em risco a vida dos mais cuidadosos.

Lembrem-se! Na dúvida, não ultrapassem!

(Por Adalberto Pereira)
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