VENCENDO A OBSESSÃO
A obsessão leva as pessoas a
um tormento profundo. Muitos não conseguem superar o constrangimento causado
pelo desejo insustentável de possuir algo que não está ao alcance de suas mãos.
Fixar o pensamento num alvo incapaz de conquistar, não é nada agradável,
principalmente para quem não tem ainda uma personalidade formada. Uma mente imatura não pode armazenar
ideias concretas e objetivas.
O cérebro é a sede da nossa
inteligência. É ele quem nos leva a agirmos com juízo, dando-nos capacidade de armazenarmos
imaginações sábias e inteligentes. É desta forma que alcançamos os objetivos
por mais ousados que pareçam ser.
Não é difícil encontrarmos
pessoas dotadas de qualidades intelectuais, merecedoras dos mais profundos
elogios. Os nossos talentos precisam ser desenvolvidos para que os nossos
valores morais e espirituais sejam reconhecidos.
Conheço pessoas que se
apegam aos devaneios, fugindo da realidade que as atormenta. Os sonhos e as
fantasias, futilidades que enfraquecem a nossa alma e esmaga a capacidade de agirmos
com naturalidade, tornam a vida cada vez mais fragilizada.
Não é aconselhável andarmos
de braços dados com as ficções. As belas imagens construídas pelos pensamentos
medíocres tendem a macular os verdadeiros ideais de quem luta incansavelmente
para chegar ao ápice da glória.
Pobres daqueles que
transformam seus sonhos em eternos parasitas, sugadores das esperanças,
levando-os ao desespero por não alcançarem os seus objetivos.
Apegadas aos princípios
obsessivos, muitas pessoas esquecem que precisam mudar seu comportamento, em
busca de soluções urgentes para este problema que pode conduzi-las a sérias
transformações psicológicas.
Vistos como fantoches,
manipulados por fantasias que enfraquecem a alma, jamais seremos alvos da
perfeição moral.
Numa roda de amigos, as
conversas eram as mais variadas possíveis. Os assuntos mudavam à proporção em
que alguém tinha um caso diferente a compartilhar com os demais.
Foi aí, quando um rapaz que
entrara no grupo por acaso, resolveu exteriorizar um desejo que alimentava
desde os seus 15 anos. A maneira como ele falava, levava-nos a crer que o seu
sonho era ser piloto de avião. Quando alguém perguntou se ele tinha outra opção,
seu semblante se transformou como se tivesse recebido uma punhalada no coração.
Notei que o sonho daquele rapaz já se transformara numa terrível obsessão.
Acredito que são poucas ou
quase nenhuma, as pessoas que não tiveram ou que ainda têm uma obsessão. As primeiras
aulas de Francês que eu tive com a professora Marly Carvalho, no colégio
Alfredo Dantas, em Campina Grande, levaram-me a admirar aquele idioma. Nascia,
então, uma obsessão pelo Francês.
Lutei o quanto pude para vencer
aquele fantasma que passara a fazer parte da minha vida. Obcecado, eu pintava
de azul, branco e vermelho os sonhos que invadiam as minhas incontáveis noites
de insônia.
Estaria tentando enganar a
mim mesmo, se dissesse ter vencido esta
guerra contra a obsessão. Não quero dizer que ela tem causado distúrbios
no meu comportamento, chegando a influir nas minhas decisões. Dou graças a Deus
por não ter seguido o exemplo daqueles que, impotentes diante das obsessões,
sentiram-se obrigados a tratamentos psicológicos.
A certeza de que não depende
da nossa vontade a realização dos nossos sonhos, coloca-nos diante da
possibilidade de vencermos a obsessão com mais facilidade. O desejo é natural
na vida de todos, mas é preciso estar preparados para que ele não sufoque a realidade
que nos persegue.
Salomão escreve em Eclesiastes:
“Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a
juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ecl. 11:10).
Ele quer dizer com isso que
não devemos deixar que nada nos preocupe ou nos faça sofrer, pois a mocidade
dura pouco. A obsessão traz preocupação, nos angustia e nos faz sofrer. Logo,
precisamos ser fortes para vencê-la.
(Por Adalberto Pereira)
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