sexta-feira, 27 de julho de 2018


ANTÔNIO TRANCA RUA – UM NOME A SER LEMBRADO

Antônio Tranca-Rua era uma figura muito querida pela população patoense. Ele era dono de uma presença de espírito incrível e invejável, fato este que o fez bastante conhecido por toda a região das Espinharas. Falar de Antônio Tranca-Rua é falar um pouco da história de Patos, cidade conhecida como “Morada do Sol”. Arrisco-me ao contar alguns momentos agradáveis que ainda guardo na memória.

Certa vez, ao tentar atravessar a Avenida Solon de Lucena, próximo à Lanchonete Pedregulho, ele quase foi atropelado. Todos que presenciaram a cena chegaram a pensar que seria o fim para aquela figura tão querida e engraçada. Foi quando algumas pessoas gritaram: - Escapou fedendo, hein Antônio? Ao que ele respondeu imediatamente: - É melhor do que morrer cheirando!

Em outra ocasião, ele passava apressado pelas calçadas das lojas da Solon de Lucena, quando uma funcionária da Casa dos Retalhos gritou: - Antônio, conta uma mentira pra gente! Ao que ele respondeu: - Não posso! Minha mãe acaba de morrer! Foi um silêncio total. Terminado o expediente, alguns curiosos correram à casa do Antônio. Lá chegando o encontraram ouvindo rádio na maior tranquilidade. Alguém perguntou: - Você não disse que sua mãe havia morrido? Ele foi imediato: - Vocês não pediram pra eu contar uma mentira!!!

O Dr. Antônio Magalhães, então juiz de Direito de Patos, baixou uma Portaria proibindo vendida de bebidas alcoólicas no período de Carnaval. No domingo Antônio Tranca-Rua chegou a uma barraca localizada na Praça dos Pombos, próximo à Estação Ferroviária, e pediu uma “pinga”. O proprietário disse que não podia. Ele então insistiu e mandou que o cidadão botasse a “pinga” numa xícara e foi logo atendido. Foi nesse momento que uma carro da polícia parou em frente à barraca. Antônio não pensou duas vezes, levantou a xícara e ofereceu aos policiais: - vocês querem “um cafezinho”? Eles agradeceram sorridentes e foram embora.

Mas todo leão tem o seu dia de tapete! Certo dia, um viajante recém-chegado a Patos, perguntou ao Tranca-Rua onde poderia encontrar uma lanchonete para fazer um lanche. Imediatamente Antônio disse: - Na rua do Prado tem a Lanchonete Sem Porta, que fica em frente ao Posto de João Francisco! Foi aí que o visitante perguntou: - E como eu entro, se a lanchonete não tem porta? Antônio Tranca-Rua ficou uma fera! (tratava-se da Lanchonete Porta Aberta, que ele mudou o nome para brincar com o viajante).

OBS.: Pessoas como Antônio Tranca-Rua, o mudinho do cinema, Severino e outros precisam ser lembradas com carinho e respeito, pois elas fazem parte da nossa história.

Escrito e postado por Adalberto Pereira.


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