ANTÔNIO
TRANCA RUA – UM NOME A SER LEMBRADO
Antônio
Tranca-Rua era uma figura muito querida pela população patoense. Ele era dono
de uma presença de espírito incrível e invejável, fato este que o fez bastante
conhecido por toda a região das Espinharas. Falar de Antônio Tranca-Rua é falar
um pouco da história de Patos, cidade conhecida como “Morada do Sol”. Arrisco-me
ao contar alguns momentos agradáveis que ainda guardo na memória.
Certa
vez, ao tentar atravessar a Avenida Solon de Lucena, próximo à Lanchonete
Pedregulho, ele quase foi atropelado. Todos que presenciaram a cena chegaram a
pensar que seria o fim para aquela figura tão querida e engraçada. Foi quando
algumas pessoas gritaram: - Escapou fedendo, hein Antônio? Ao que ele respondeu
imediatamente: - É melhor do que morrer cheirando!
Em
outra ocasião, ele passava apressado pelas calçadas das lojas da Solon de
Lucena, quando uma funcionária da Casa dos Retalhos gritou: - Antônio, conta
uma mentira pra gente! Ao que ele respondeu: - Não posso! Minha mãe acaba de
morrer! Foi um silêncio total. Terminado o expediente, alguns curiosos correram
à casa do Antônio. Lá chegando o encontraram ouvindo rádio na maior tranquilidade.
Alguém perguntou: - Você não disse que sua mãe havia morrido? Ele foi imediato:
- Vocês não pediram pra eu contar uma mentira!!!
O Dr. Antônio
Magalhães, então juiz de Direito de Patos, baixou uma Portaria proibindo vendida
de bebidas alcoólicas no período de Carnaval. No domingo Antônio Tranca-Rua chegou
a uma barraca localizada na Praça dos Pombos, próximo à Estação Ferroviária, e pediu
uma “pinga”. O proprietário disse que não podia. Ele então insistiu e mandou que
o cidadão botasse a “pinga” numa xícara e foi logo atendido. Foi nesse momento que
uma carro da polícia parou em frente à barraca. Antônio não pensou duas vezes, levantou
a xícara e ofereceu aos policiais: - vocês querem “um cafezinho”? Eles agradeceram sorridentes e foram embora.
Mas todo
leão tem o seu dia de tapete! Certo dia, um viajante recém-chegado a Patos, perguntou
ao Tranca-Rua onde poderia encontrar uma lanchonete para fazer um lanche. Imediatamente
Antônio disse: - Na rua do Prado tem a Lanchonete Sem Porta, que fica em frente
ao Posto de João Francisco! Foi aí que o visitante perguntou: - E como eu entro,
se a lanchonete não tem porta? Antônio Tranca-Rua ficou uma fera! (tratava-se da
Lanchonete Porta Aberta, que ele mudou o nome para brincar com o viajante).
OBS.: Pessoas
como Antônio Tranca-Rua, o mudinho do cinema, Severino e outros precisam ser lembradas
com carinho e respeito, pois elas fazem parte da nossa história.
Escrito e postado por Adalberto Pereira.
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