O MUNDO
ENCANTADO DO RÁDIO - Parte 1
Por Adalberto Pereira
Estamos
acostumados a ouvir dizer que o objetivo maior do rádio é deixar os seus
ouvintes bem informados. Há quem diga que o rádio é para promover a cultura de
um povo, primando pela divulgação das notícias de maneira clara, objetiva e
imparcial.
Já ouvi de outras pessoas que o
radialista deve falar de uma forma que todos entendam. Não pensem que tudo isso
não passa de sonhos ou fantasias. Esta é uma grande realidade. Mas será que as
emissoras de rádio estão seguindo os
princípios éticos para os quais foram postas em funcionamento?
Na verdade,
o rádio de hoje não é mais aquele veículo de comunicação, cujo objetivo era
informar e educar. Ele foi transformado em fonte de renda que beneficia apenas
empresários gananciosos e mercenários. Se o programa dá lucro, vai ao ar. E o
ouvinte que engula tudo calado!
UM RÁDIO SEM COMPROMISSO
Certa vez, quando cursava Agronomia, na Fundação Francisco
Mascarenhas, um colega alagoano perguntou-me por que os locutores não
divulgavam determinadas notícias. Fiquei meio sem jeito, mas não o repreendi.
Ele estava certo. Havia realmente as notícias agradáveis e as desagradáveis,
segundo a concepção dos donos da empresa e seus amigos.
O rádio perdeu seu compromisso com a ética e com a moral, a
partir do momento em que as concessões passaram a beneficiar empresários que
nada entendem de radiodifusão. Eles simplesmente usam e abusam do rádio para
monopolizarem determinadas regiões.
Para piorar ainda mais a situação, as emissoras de rádio,
principalmente no interior, transformaram-se em comitês eleitorais, elementos
preponderantes para a promoção de
partidos e políticos, verdadeiros senhores detentores de poderes sobre a imprensa
escrita, falada e televisada. Tudo isso faz
dos jornalistas figuras fragilizadas.
Infelizmente algumas emissoras de rádio transformaram-se em
fábricas de mentiras, jogando na lama uma
idoneidade moral construída com sacrifício por quem fez da profissão um verdadeiro
sacerdócio, construído sobre um alicerce fortalecido pela verdade.
(...)
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