sexta-feira, 27 de julho de 2018

O RÁDIO NA ERA CONTEMPORÂNEA - ENCANTO OU DESENCANTO?


O MUNDO ENCANTADO DO RÁDIO  -  Parte 1
Por Adalberto Pereira

        Estamos acostumados a ouvir dizer que o objetivo maior do rádio é deixar os seus ouvintes bem informados. Há quem diga que o rádio é para promover a cultura de um povo, primando pela divulgação das notícias de maneira clara, objetiva e imparcial.

      Já ouvi de outras pessoas que o radialista deve falar de uma forma que todos entendam. Não pensem que tudo isso não passa de sonhos ou fantasias. Esta é uma grande realidade. Mas será que as emissoras de rádio estão seguindo os  princípios éticos para os quais foram postas em funcionamento?

Na verdade, o rádio de hoje não é mais aquele veículo de comunicação, cujo objetivo era informar e educar. Ele foi transformado em fonte de renda que beneficia apenas empresários gananciosos e mercenários. Se o programa dá lucro, vai ao ar. E o ouvinte que engula tudo calado!

                     UM RÁDIO SEM COMPROMISSO

Certa vez, quando cursava Agronomia, na Fundação Francisco Mascarenhas, um colega alagoano perguntou-me por que os locutores não divulgavam determinadas notícias. Fiquei meio sem jeito, mas não o repreendi. Ele estava certo. Havia realmente as notícias agradáveis e as desagradáveis, segundo a concepção dos donos da empresa e seus amigos.

O rádio perdeu seu compromisso com a ética e com a moral, a partir do momento em que as concessões passaram a beneficiar empresários que nada entendem de radiodifusão. Eles simplesmente usam e abusam do rádio para monopolizarem determinadas regiões.

Para piorar ainda mais a situação, as emissoras de rádio, principalmente no interior, transformaram-se em comitês eleitorais, elementos preponderantes  para a promoção de partidos e políticos, verdadeiros senhores detentores de poderes sobre a imprensa escrita,  falada e televisada. Tudo isso faz dos jornalistas figuras fragilizadas.

Infelizmente algumas emissoras de rádio transformaram-se em fábricas de mentiras,  jogando na lama uma idoneidade moral construída com sacrifício por quem fez da profissão um verdadeiro sacerdócio, construído sobre um alicerce fortalecido pela verdade.

(...)

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