PAGANDO COM
PASTÉIS
Antônio Palmeira era um
cidadão respeitado pela sua inteligência e pela responsabilidade ao encarar uma
situação. Residente na Capital pernambucana, ele sempre recebia os amigos
patoenses que visitavam a “Veneza Brasileira”. Beca Palmeira, nosso personagem,
sempre ia a Recife para passar alguns dias curtindo a bela metrópole
pernambucana.
Em uma dessas viagens, ao
fazer sua costumeira visita ao comércio, Seu Du viu numa das lojas de
eletroeletrônicos, um rádio portátil, a coqueluche da época. Ele ficou
empolgado com o rádio. Tomou-o nas mãos, olhou por todos os lados, sintonizou
algumas emissoras e, chamando o vendedor perguntou o preço! - Custa cinquenta
cruzeiros, senhor, respondeu o rapaz.
Ele agradeceu e saiu da loja
pensando como conseguiria adquirir aquele objeto. Olhando de frente, no lado
oposto da loja, viu uma panificadora. Atravessou a avenida e, ao chegar no
local perguntou se eles faziam pastéis sob encomenda. Com a resposta positiva,
perguntou por quanto ficaria cem pastéis: - custam cem cruzeiros, moço!
Respondeu o funcionário.
Veio então a “jogada” de seu
Du: - é que minha sobrinha está aniversariando hoje e vamos dar uma festinha
surpresa. Cada parente ficou responsável para levar os salgadinhos, o bolo e as
bebidas. Pra mim, couberam os pastéis. Mas eu quero para as três horas, pois o
aniversário será às quatro.
Tudo certo! Minutos depois,
ele estava de volta à loja, para concretizar a compra do rádio. Chamou o
vendedor e perguntou se ele conhecia o rapaz da pastelaria: - Sim, nós o
conhecemos! Somos muito amigos – respondeu o vendedor. Foi aí que seu Du deu o
golpe fatal.
É que eu tenho cem cruzeiros
para receber daquela pastelaria, de uns produtos que vendi e queria saber se
você fazia questão de receber os cinquenta cruzeiros deles. Daqui mesmo eu falo
com ele confirmando! Pode ser? O rapaz não pensou duas vezes: - Pois não! Pode
confirmar!
Com um assovio, ele chamou a
atenção do funcionário da pastelaria e gritou: - Escuta aí, garoto! Daqueles
cem, entregue cinquenta a este moço aqui (apontou para o vendedor)!. Do outro lado, o
pasteleiro fez um sinal de positivo e o negócio foi fechado.
Imediatamente, o vendedor
fez a entrega do produto e Seu Du saiu avenida afora, com o rádio debaixo do
braço, feliz da vida. Dali mesmo ele seguiu para a rodoviária, onde tomou o ônibus com destino a Patos.
Enquanto isso, naquele mesmo instante, pontualmente, às três horas, um funcionário da pastelaria
chegava à loja com os cinquenta pastéis empacotados. Foi aí que eles, o pasteleiro e o vendedor, descobriram o
golpe do qual foram vítimas.
O resultado de tudo isso eu prefiro deixar a critério de cada um dos leitores!
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