terça-feira, 13 de agosto de 2019

AS PRESEPADAS DE SEU DU - PARTE 2


                                                 PAGANDO COM PASTÉIS

Antônio Palmeira era um cidadão respeitado pela sua inteligência e pela responsabilidade ao encarar uma situação. Residente na Capital pernambucana, ele sempre recebia os amigos patoenses que visitavam a “Veneza Brasileira”. Beca Palmeira, nosso personagem, sempre ia a Recife para passar alguns dias curtindo a bela metrópole pernambucana.

Em uma dessas viagens, ao fazer sua costumeira visita ao comércio, Seu Du viu numa das lojas de eletroeletrônicos, um rádio portátil, a coqueluche da época. Ele ficou empolgado com o rádio. Tomou-o nas mãos, olhou por todos os lados, sintonizou algumas emissoras e, chamando o vendedor perguntou o preço! - Custa cinquenta cruzeiros, senhor, respondeu o rapaz.

Ele agradeceu e saiu da loja pensando como conseguiria adquirir aquele objeto. Olhando de frente, no lado oposto da loja, viu uma panificadora. Atravessou a avenida e, ao chegar no local perguntou se eles faziam pastéis sob encomenda. Com a resposta positiva, perguntou por quanto ficaria cem pastéis: - custam cem cruzeiros, moço! Respondeu o funcionário.

Veio então a “jogada” de seu Du: - é que minha sobrinha está aniversariando hoje e vamos dar uma festinha surpresa. Cada parente ficou responsável para levar os salgadinhos, o bolo e as bebidas. Pra mim, couberam os pastéis. Mas eu quero para as três horas, pois o aniversário será às quatro.

Tudo certo! Minutos depois, ele estava de volta à loja, para concretizar a compra do rádio. Chamou o vendedor e perguntou se ele conhecia o rapaz da pastelaria: - Sim, nós o conhecemos! Somos muito amigos – respondeu o vendedor. Foi aí que seu Du deu o golpe fatal.

É que eu tenho cem cruzeiros para receber daquela pastelaria, de uns produtos que vendi e queria saber se você fazia questão de receber os cinquenta cruzeiros deles. Daqui mesmo eu falo com ele confirmando! Pode ser? O rapaz não pensou duas vezes: - Pois não! Pode confirmar!

Com um assovio, ele chamou a atenção do funcionário da pastelaria e gritou: - Escuta aí, garoto! Daqueles cem, entregue cinquenta a este moço aqui (apontou para o vendedor)!. Do outro lado, o pasteleiro fez um sinal de positivo e o negócio foi fechado.

Imediatamente, o vendedor fez a entrega do produto e Seu Du saiu avenida afora, com o rádio debaixo do braço, feliz da vida. Dali mesmo ele seguiu para a rodoviária, onde tomou o ônibus com destino a Patos.

Enquanto isso, naquele mesmo instante, pontualmente, às três horas, um funcionário da pastelaria chegava à loja com os cinquenta pastéis empacotados. Foi aí que eles, o pasteleiro e o vendedor, descobriram o golpe do qual foram vítimas.

O resultado de tudo isso eu prefiro deixar a critério de cada um dos leitores!

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