segunda-feira, 12 de agosto de 2019

EDITORIAL DA VIDA


                                          REVERENCIANDO A NATUREZA
  
Com bastante precisão e achando graça em tudo que criava, Deus formou os céus e a terra e tudo aquilo que neles há. A terra, que era sem forma e vazia, foi se transformando através das mãos poderosas do seu Criador.

 Para vencer a escuridão, Deus criou a luz, seguindo-se as plantas com suas sementes, as árvores com os seus frutos, os luminares (sol, lua e estrelas), os peixes, as aves, os animais e, finalmente, o homem e a mulher.

Tudo foi feito na mais impressionante perfeição. Até o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Ao homem, Deus entregou tudo que criou para que ele cuidasse, ou seja, Deus colocou nas mãos do homem uma grande responsabilidade.

Mas o pior estava por acontecer. Mostrando o seu espírito desobediente e ganancioso, o homem passou a desmanchar com os pés malvados e perversos o que Deus fez com as mãos santas e benditas. Mas Deus esperava pacientemente que o homem reconhecesse a sua fraqueza e mudasse de comportamento. Não deu certo!

Seguindo com suas ações desastrosas, o homem não levou em consideração a vontade de Deus, preocupando-se mais com o “crescei e multiplicai”. Só que ele cresceu na ganância, multiplicando a sua visão destruidora.

Séculos e séculos se passaram e com eles a ganância fez com que o homem se tornasse prepotente e arrogante. As lutas pela posse do que não lhe pertencia tomava proporções gigantescas. O que pertencia a Deus passou a ser disputado pelos desapropriadores das heranças Divinas.

Mas dizendo-se promotores da evolução industrial e comercial, muitos apelaram para o desmatamento. A justificativa maior era o crescimento populacional e a exigência pela conquista dos bens requintados. A evolução industrial passou a exigir mais ações criminosas contra a natureza.

O desmatamento sem um programa de reflorestamento vitimou as  nossas matas, fazendo com que elas clamassem por socorro. Mas o seu grito nunca foi ouvido, mesmo diante das catástrofes que destruíram cidades e ceifaram vidas, muitas delas inocentes.

A exploração do nosso subsolo, em sua grande maioria, de forma ilegal, levou o homem a uma guerra pela posse do ouro, do ferro, do diamante e de outros metais não menos preciosos e importantes.

E se a ganância pelas riquezas naturais crescia, com ela aumentava o número de mortes em lutas que banhavam o nosso solo fértil em rios de sangue, que as lágrimas das famílias enlutadas não conseguiam lavar. Enquanto isso, Deus continuava castigando o homem pela sua rebeldia, mas este não abria os olhos para esta realidade, preferindo seguir o caminho do ódio, resultado de uma ganância interminável.

Incoerente, o homem passou a criar leis para proteger o que ele mesmo destrói, desastrosa e criminalmente.

Diz a nossa Constituição, em seu Artigo 225, referindo-se ao meio ambiente, que “Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações”.

É da alçada do Poder Público, entre outras atribuições, preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas  (Parágrafo 1º, inciso l).

Observando o Parágrafo 4º da nossa Constituição, notamos que a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio-ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.

O desequilíbrio do nosso meio-ambiente tem sido resultado negativo do desrespeito à lei e da falta de autonomia dos poderes constituídos para que esses desmandos sejam coibidos com veemência. O Poder Público enfraquece diante das forças antagônicas dos poderosos e a coletividade, sempre indiferente a tudo, cruza os braços covardemente.

O conformismo tem levado as pessoas a tornarem-se frágeis diante de pronunciamentos hipnóticos de políticos profissionais, formados nas universidades da falsidade ideológica, de onde saíram com diplomas e medalhas de honra ao mérito.

Carnavais, copas do mundo, olimpíadas, tudo faz parte de um processo para desviar a atenção de um povo angustiado pela falta de responsabilidade daqueles em quem ele confiou. Mesmo sendo um pais rico, continuamos com o semblante de pobreza, vendo com lágrimas nos olhos as nossas riquezas entregues nas mãos dos oportunistas.

(Por Adalberto Pereira)
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