REVERENCIANDO A NATUREZA
Com bastante precisão e
achando graça em tudo que criava, Deus formou os céus e a terra e tudo aquilo
que neles há. A terra, que era sem forma e vazia, foi se transformando através
das mãos poderosas do seu Criador.
Para vencer a escuridão, Deus criou a luz,
seguindo-se as plantas com suas sementes, as árvores com os seus frutos, os
luminares (sol, lua e estrelas), os peixes, as aves, os animais e, finalmente,
o homem e a mulher.
Tudo foi feito na mais
impressionante perfeição. Até o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus.
Ao homem, Deus entregou tudo que criou para que ele cuidasse, ou seja, Deus
colocou nas mãos do homem uma grande responsabilidade.
Mas o pior estava por
acontecer. Mostrando o seu espírito desobediente e ganancioso, o homem passou a
desmanchar com os pés malvados e perversos o que Deus fez com as mãos santas e
benditas. Mas Deus esperava pacientemente que o homem reconhecesse a sua
fraqueza e mudasse de comportamento. Não deu certo!
Seguindo com suas ações
desastrosas, o homem não levou em consideração a vontade de Deus,
preocupando-se mais com o “crescei e multiplicai”. Só que ele cresceu na
ganância, multiplicando a sua visão destruidora.
Séculos e séculos se
passaram e com eles a ganância fez com que o homem se tornasse prepotente e
arrogante. As lutas pela posse do que não lhe pertencia tomava proporções
gigantescas. O que pertencia a Deus passou a ser disputado pelos
desapropriadores das heranças Divinas.
Mas dizendo-se promotores da
evolução industrial e comercial, muitos apelaram para o desmatamento. A
justificativa maior era o crescimento populacional e a exigência pela conquista
dos bens requintados. A evolução industrial passou a exigir mais ações
criminosas contra a natureza.
O desmatamento sem um
programa de reflorestamento vitimou as
nossas matas, fazendo com que elas clamassem por socorro. Mas o seu
grito nunca foi ouvido, mesmo diante das catástrofes que destruíram cidades e
ceifaram vidas, muitas delas inocentes.
A exploração do nosso
subsolo, em sua grande maioria, de forma ilegal, levou o homem a uma guerra
pela posse do ouro, do ferro, do diamante e de outros metais não menos
preciosos e importantes.
E se a ganância pelas
riquezas naturais crescia, com ela aumentava o número de mortes em lutas que
banhavam o nosso solo fértil em rios de sangue, que as lágrimas das famílias
enlutadas não conseguiam lavar. Enquanto isso, Deus continuava castigando o
homem pela sua rebeldia, mas este não abria os olhos para esta realidade,
preferindo seguir o caminho do ódio, resultado de uma ganância interminável.
Incoerente, o homem passou a
criar leis para proteger o que ele mesmo destrói, desastrosa e criminalmente.
Diz a nossa Constituição, em
seu Artigo 225, referindo-se ao meio ambiente, que “Todos têm o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações”.
É da alçada do Poder
Público, entre outras atribuições, preservar e restaurar os processos
ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas (Parágrafo 1º, inciso l).
Observando o Parágrafo 4º da
nossa Constituição, notamos que a Floresta Amazônica brasileira, a Mata
Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem
a preservação do meio-ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
O desequilíbrio do nosso
meio-ambiente tem sido resultado negativo do desrespeito à lei e da falta de
autonomia dos poderes constituídos para que esses desmandos sejam coibidos com
veemência. O Poder Público enfraquece diante das forças antagônicas dos
poderosos e a coletividade, sempre indiferente a tudo, cruza os braços
covardemente.
O conformismo tem levado as
pessoas a tornarem-se frágeis diante de pronunciamentos hipnóticos de políticos
profissionais, formados nas universidades da falsidade ideológica, de onde
saíram com diplomas e medalhas de honra ao mérito.
Carnavais, copas do mundo,
olimpíadas, tudo faz parte de um processo para desviar a atenção de um povo
angustiado pela falta de responsabilidade daqueles em quem ele confiou. Mesmo
sendo um pais rico, continuamos com o semblante de pobreza, vendo com lágrimas
nos olhos as nossas riquezas entregues nas mãos dos oportunistas.
(Por Adalberto Pereira)
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